quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Sair da zona de conforto e voltar a estudar


Terminei a minha licenciatura em Ciências da Comunicação com 21 anos e logo no ano seguinte decidi fazer uma pós-graduação em Comunicação Institucional. Comecei a trabalhar no verão do terceiro para o quarto ano da faculdade. Tinha uma sede imensa para entrar no mercado de trabalho e começar a pôr em prática o que ouvia na teoria. Sempre adorei aprender e trabalhar também significava e continua a significar aprender. Tirei o curso que quis. Era o que sonhava desde os meus 10 anos. Gostei, mas soube-me a pouco... tenho que confessar. Pensei em fazer outro, mas dediquei-me ao trabalho e à família que fui construindo.
Veio a crise e deixei o jornalismo que há muito vivia em crise. Fui parar assim meio de sem querer, mas de forma plena e consciente, aos Recursos Humanos e fiquei completamente rendida à área. Primeiro porque consegui aproveitar muitas valências das minhas formações em comunicação e depois porque aquilo que me levou ao jornalismo foi "ouvir as pessoas e as suas histórias" e os Recursos Humanos são o quê na sua essência? Conhecer as pessoas. Dar atenção às pessoas. Estar com as pessoas e saber ouvi-las mesmo quando nada dizem.
Foi há quatro anos que abracei este nova faceta profissional e não me arrependo nada, em dia nenhum. De tal forma que considerei que devia apostar mais na minha formação nesta área. Não me bastava o trabalho do dia-a-dia deveras intenso. Precisava mais. De aprofundar. Saber mais. Seguir em frente. E foi por isso que me fiz à estrada e voltei à Universidade, mais precisamente à Universidade Católica no inicio deste ano.
Se trabalhar e ser mãe de três crianças já não é fácil, acrescentar um curso aos nossos dias durante um ano, não é propriamente a salvação! Mas foi a melhor decisão que tomei em toda a minha vida, porque é muito, muito enriquecedor.
Na véspera de começar o curso, no dia antes e no próprio dia antes de sair do trabalho e ir, estava super nervosa e só pensava que não me devia ter inscrito. Que devia estar sossegada, que estava bem, para quê complicar? Mas nesse mesmo dia e nos dias seguintes comprovei que tinha sido a decisão certa não só para mim, mas também para dar o exemplo aos meus filhos. Nunca devemos parar de estudar, nunca!
É verdade que os miúdos já não são bebés, mas exigem muito trabalho. Acho que cada vez mais, com a entrada na pré-adolescência, por exemplo, precisam de mais acompanhamento e um curso que me obriga a estar ausente um sábado inteiro de duas em duas semanas pode tornar-se pesado...
Mas por outro lado, sinto esse tempo como meu e isso já não acontecia há muito e, a verdade tem que ser dita, fico mais pre disposta a aproveitar melhor os domingos! Há tempo para tudo e tempo para todos. Há. Basta querer. O trabalho doméstico tem que  fazer de igual modo e distribui-se pela semana inteira e os domingos são para eles os quatro e ganham mais significado.
Estou a gostar tanto do curso que estou a fazer, mas tanto, não só pelos conteúdos, mas sobretudo pelas pessoas que se conhecem... lá estou eu com as pessoas, que já tenho outros debaixo de olho! Mas para já, até Dezembro estou entregue a este... o resto logo se verá?
E, se me permitem, um conselho às mães e pais que querem voltar a estudar. Vão. Não é fácil, mas mesmo por isso, sabe muito bem. É uma decisão que tem que ser feita em família, porque rouba tempo a todos, mas compensa. Desafiem-se e acreditem que tudo se encaixa.
Este regresso à escola vai ser vivido mais intensamente, porque regressam eles e regresso eu também. Que venham os dias de estudo!

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