Este ano, pela primeira vez, fizemos uma peça de teatro depois do jantar da consoada e antes das 12 badaladas. Os miúdos adoraram a pequena história que eu escrevi e foi muito bom trabalhar nisto, tanto nos ensaios em casa, como na noite em apresentação oficial!!
E o texto dizia assim:
Conto de Natal para duas Princesas e um Pirata
A noite estava fria, mas a Princesa Carolina, Branca de Neve
como era mais conhecida, não sentia frio nenhum. Ela estava a limpar a casa. Já
tinha arrumado a roupa e lavado a loiça e agora limpava o pó ao mesmo tempo que
cantava uma canção.
“A todos um bom Natal, a todos um bom Natal... que seja um
bom Natal para todos nós...”
Ela queria ter tudo limpo para a noite de Natal ser
perfeita, para ela e para os seus irmãos: o pirata Francisco, mais conhecido pelo
Kiko Salpico e a Princesa Matilde, a que todos chamavam Cinderela.
O Kiko Salpico entra em casa de rompante e com ele traz um
tesouro, ou não fosse ele um pirata. Lá dentro tinha todas as guloseimas que
podemos imaginar: chocolate, rebuçados, chupa-chupas, mas também amendoins,
avelãs, amêndoas, pinhões e pistácio.
“Isto é meu”, disse logo o Pirata Francisco, assim que
entrou em casa.
A Cinderela que não percebia o que o pirata dizia,
agarrou-se logo ao tesouro, mas o Kiko Salpico, tirou-lhe o tesouro muito
depressa e começou a comer tudo sem dar nada a ninguém. A Cinderela ficou a
choramingar, a Branca de Neve ralhou com o pirata.
“Isso é muito feio, Kiko! Não sabes que devemos partilhar”
Mas o pirata Francisco não queria saber e continuava a
comer... a comer... a comer. E a barriga dele começou a crescer... a crescer...
a crescer...
“Ai que estou mal disposto. Ai que já não posso... Quem me
ajuda? Quem me ajuda?” Gritava o Pirata.
A Cinderela ainda chorava mais alto. Não só não tinha tido
direito a comer nada, como agora o Pirata estava a chorar e ele odiava ver
algum dos irmãos a chorar. Parecia uma doença, ficava contagiada.
A Branca de Neve abraçou a Cinderela, ao mesmo tempo que
tentava acalmar o Kiko Salpico.
“Calma, já vai passar” - Dizia. A mana vai fazer-te um chá e
já vais ficar bom.
“Nunca mais como guloseimas”, continuava a chorar o Pirata
Francisco.
Quando acabou de beber o chá, o Francisco já se sentia muito
melhor e já não chorava.
“Aprendeste uma lição hoje, Kiko. Não devemos comer os doces
todos. Devemos sempre partilhar. Comer muitos doces faz dores de barriga e não
dar, faz os outros chorar”. Repreendia a Carolina, muito certa e sabida.
“Não volto a fazer, mana Nina. A partir de agora vou sempre
partilhar”.
Para celebrar a Branca de Neve levantou-se e foi também ela
buscar um tesouro. O tesouro das Princesas de dentes brilhantes. Lá dentro
muita fruta e pratos e talheres para poder dividir.
E assim, os três manos tiveram um Natal muito feliz. Com
guloseimas fora do nariz e fruta para crescerem saudáveis. Quando olharam para
o relógio, os três irmãos viram que já era meia-noite. Como o tempo tinha
passado depressa. Sem mais demoras, os três desembrulharam as prendas dadas
pelo grande e barrigudo senhor das Barbas Brancas.
Sabem quem é?