Foi um daqueles dias em que não bebi água para não perder tempo a fazer xixi. Andei a mil e tenho uma dor no peito parecida à que se tem nas costas quando temos uma broncopneumonia, de tamanha ansiedade vivida. Pelas nove e pouco levei os dois pequenotes à escola. Só despachar os três: vestir, dar pequenos almoço, lavar dentes, pentear, etc etc, já é desgastante. Saí do colégio e fui tratar da reinscrição da mais crescida na natação. Este ano passou para duas vezes por semana. Estava ainda fechada a secretaria, só abria às dez, e por isso, corri para o supermercado que é ao lado e não precisei de mexer no carro. Voltei à secretaria e tratei da reinscrição, definitivamente. Fui beber café que ainda não tinha bebido. Vim para casa e sentei-me a trabalhar, sempre com a mais crescida a reboque. À uma da tarde convidei-a para um mergulho na piscina. Lá fomos nós. Ela de fato de banho vestido, eu de agenda e telemóveis atrás. Viemos almoçar. Sentei-me novamente a trabalhar e estava com os nervos em franja por não chegarem respostas há muito prometidas. As respostas chegaram. E chegou também um amiguinho da C para passar cá parte da tarde. Acabei o meu trabalho entretanto. Fiz um lanche para os miúdos. Fui deixar o garoto a casa, mesmo aqui ao lado. Fui buscar os meus piolhos mais pequenos e corremos para a natação que começou hoje. Ela deliciada entre mergulhos, saltos e o contar das novidades pós-férias. Eu a vê-la, a correr atrás do F que é incapaz de se manter quieto por mais de 30 segundos e a dar bolachas à M para não desatar ao berro ali dentro. Viemos para casa e jogámos às raquetas no pátio. Meti os mais novos no banho, a mais crescida tinha tomado logo na natação. Fiz o jantar. O pai chegou. Dei sopas. Arranjei-os para irmos beber um café à rua, que precisava de passar numa loja onde tinha deixado um relógio a arranjar há dois meses. Finalmente estava pronto. Finalmente está de volta ao pulso do seu dono. Bebemos café e eles comeram gomas. Viemos para casa, vesti-lhes o pijama e deixei-os na minha cama a ver tv. Pelo silêncio aposto que dormem. Só há silêncio nesta casa enquanto dormem. E eu, queixo-me, queixo-me, mas a verdade é que eu gosto desta casa assim, cheia. E da vida ser vivida a mil...
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