Pois, dizia eu, há umas horas atrás, que este "Até que o amor nos separe" deveria ser uma bela história romântica. Enganei-me. A verdade, é que a grande maioria dos livros que recebo, enquanto jornalista da área da cultura, chegam acompanhados por um press. Leio sempre as notas do livro, o autor, o assunto, o percurso literário. Este livro chegou sózinho e eu não conhecia o trabalho de José Gameiro, apesar de, sei agora, ter uma crónica no Expresso. Não é um romancista, mas um psiquiatra, terapeuta familiar e de casal. Ora, isso não implica que o livro não tenha dentro uma boa história de amor, por acaso até tem. Mas não é romanceada. Surge em jeito de diário. De um Manel e de uma Maria, que no fundo são qualquer um de nós, gente casada cuja vida nem sempre é um mar de rosas. Intercalado com os desabafos de cada um dos intervenientes, José Gameiro vai fazendo análises, vai dizendo o que acha sobre os problemas, dúvidas e ansiedades daquele homem e daquela mulher. E não é que estou mesmo a gostar de ler? Não se trata de fazer relatórios sobre a vida conjugal: o que devemos ou não fazer para ter um casamento feliz. O livro mostra essencialmente que os problemas que nós temos são muito comuns e com resoluções muito mais simples do que aparentam. Eu cá já me encontrei em muitas situações aqui refenciadas...
Fica feita a rectificação: românticos deste país não esperem um romance de lágrima no canto do olho, mas sim um livro que fala das inúmeras teias do amor.
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