sábado, 8 de setembro de 2012

Notícias do Hospital


A febre começou definitivamente a dar tréguas. Depois de subir durante a noite, mas só até aos 38º, a M já andou o dia inteiro feliz da vida, como se nada tivesse acontecido. É particularmente fascinante esta capacidade dos miúdos esquecerem tudo e aproveitar a vida ao minuto. Quando estão mal, estão mesmo mal, mas assim que passa, nem nos dão tempo a nós de recuperar. Maravilhoso! E vai daí que hoje, o nosso dia aqui já foi completamente diferente. Aliás, o facto de conseguir andar por aqui, demonstra bem como as coisas já evoluíram para bem melhor, ao fim de quatro dias de internamento. Por isso, a manhã de hoje foi incrivelmente comprida. Nunca esperei dizer isto, eu que ando sempre a queixar-me de tempo, muito menos escrevê-lo aqui. Mas estar a braços com a minha filha, felizmente cheia de energia, das sete da manhã, que foi quando acordou, até às duas da tarde, hora do maldito antibiótico e por tanto chorar a fez adormecer, significou que: pintei desenhos até mais não (quando era criança adorava pintar, é um facto), construí casas e torres gigantes em lego que ela num minuto fazia questão de derrubar. Fizemos uma tentativa de jogar dominó, mas a criatura deliciava-se a roubar as peças. Li histórias, betemos-lhe palmas, cantámos e passeamos vezes sem conta pelo corredor. O que ela queria era sair porta-fora, mas isso, por agora tá quieto! Fizemos jogos de encaixe, fomos à janela ver os aviões (de uma forma menos bonita que na canção dos Azeitonas, é um facto, mas com o seu encanto), vestimos bonecas de papel. Vi no canal Panda coisas que conhecia e o que é novo para mim (já não via televisão há tanto tempo, antes de aqui chegar). Andámos com ela ao colo a ver os quatros, andámos com ela no chão feliz por nos levar para aqui e para ali como se a casa fosse sua, e neste momento é. Ainda consegui trabalhar, mas nunca descansar. Deve ser da adrenalina e se bem me conheço, quando tudo isto acabar é que vai ser bonito, com o sono todo por pôr em dia.

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