Desde que me conheço que tenho a mania das listas. É certo que algumas delas são mentais, mas grande parte delas existe mesmo em papel, escritas à mão, porque são ideias que me surgem, por vezes até a meio da noite e não vou andar a ligar o computador por tudo ou por nada. Gosto de escrever e gosto de listas. Tenho listas de tudo, e restaurantes não podia ser excepção. Há muito que a Charcutaria Francesa, junto à Praça das Flores, ali para os lados de S. Bento, figura na sub-categoria “experimentar a dois”! E, depois de ouvir muitos comentários de gente minha conhecida, lá me decidi e na semana passada dei corta aos sapatos e rumei ao centro de Lisboa. Se gostei, que é o que interessa, digo sim. Mas acho que não escolhi a melhor altura do ano para passar por lá. Gosto de andar por Lisboa à noite sobretudo no Verão e esta noite não foi excepção, mas a Charcutaria Francesa é um restaurante pequeno, muito acolhedor e fechado. E no Verão sabe bem comer na rua. Mas o importante, nesta coisa dos paladares, é precisamente a comida, a nisso tenho que ser justa e dizer que as recomendações foram certeiras e ali come-se, efectivamente, muito bem. Quando lá passarem, se uma das sugestões for Rojões com Migas de Coentros não hesitem: estava muito bom. Ponho a hipótese de haver ou não haver, porque o que realmente faz a diferença deste restaurante para os demais é que aqui não há ementas. Cada dia, cada refeição há três ou quatro sugestões de peixe e carne ou de comida vegetariana para escolher. Não há nada escrito. O dono do restaurante faz questão de ir a cada mesa e dizer o que há, explicar como é feito e até dizer se está no ponto ou não. Meio caminho andado para nos sentirmos em casa, num restaurante de novas tendências, mas com o melhor do regional e tradicional português ou de outras origens e influências, como até a comida marroquina. Se querem passear por Lisboa, aproveitem esta sugestão e experimentem a Charcutaria Francesa, ou então esperem pelo tempo mais fresco e refugiem-se por ali. Vale a pena conhecer.
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