segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A (recomendada) Casa de Bernarda Alba...


Regressei da melhor maneira às minhas reportagens de teatro. Ontem fui ver “A Casa de Bernarda Alba”, da recém criada companhia Bastidores do Êxito e posso garantir que é uma produção muito boa, pelo que digo já: vão ver. Com encenação de Paulo Taful, maestro e encenador que tive oportunidade de conhecer há alguns anos e de entrevistar também por ocasião de outros trabalhos seus, em Cabriz (concelho de Sintra), a peça parte de um texto de Federico Garcia Lorca, é forte e até comovente. Tem apontamentos musicais extraordinários. Figurinos simples, mas pesados, como pesado é o fardo daquelas cinco filhas. Quando o pai morre, a mãe, tirana, resolve decretar um luto de oito anos para todas elas. Não podem sair de casa. Estão encarceradas em casa, em memória do senhor pai delas. São oito anos, quase uma década. Oito anos em que podiam e queriam casar, ter filhos, conhecer o amor, conhecer o mundo. Mas são obrigadas a ficar fechadas, a morrer também. O elenco junta actrizes profissionais e amadoras, mas é muito coeso. Ao todo são 13 mulheres em palco, sempre vestidas de negro, num cenário sombrio também ele. No meio de tudo revela-se o amor, mas acima de tudo o ódio e a inveja também e a desgraça regressa (será que alguma vez abandonou?) àquela casa. A Bastidores do Êxito ainda não tem casa própria e por isso anda a mostrar a peça um pouco por toda a parte. No próximo fim-de-semana passa pela Casa da Cultura de Mira Sintra, em Fevereiro vai estar na Ericeira e no Cacém, no final do mês. As datas e locais a apresentar podem ser conferidos em www.teatro-arcadia.com.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A diferença do MUDE


Desde que abriu em Maio de 2009 que tinha curiosidade de passar por lá, mas a licença de maternidade trocou-me as voltas e passou tão rápido e com tanto para atender que não consegui conhecer o MUDE – Museu do Design e da Moda, na Rua Agusta. Não consegui, até à semana passada que fui lá fazer uma reportagem e digo: quem ainda não foi, pois faça o favor de se fazer à estrada e ir até à baixa lisboeta. Gostei do MUDE porque é essencialmente diferente. Não é um Museu estático, tradicional. Logo pelo aspecto. Quando entrei até me questionei se o espaço ainda estaria em obras. Está completamente descarnado, por dentro. Sem tecto falso, sem pintura, sem nada, com tijolos e cimento à vista desarmada. Parace que em Paris, no Trocadero, o Palais de Tokyo (Centro de arte de referência da capital francesa) também é assim, mas porque os arquitectos simularam uma destruição interior. Pois que aqui não foi preciso. O MUDE instalou-se nos antigos aposentos da Caixa Geral de Depósitos, mesmo a chegar ao Terreiro do Paço, tal e qual como a agência tinha sido deixada. É essa maneira de estar, de ser irreverente, diferente, que me cativou no MUDE. Tem peças muito, muito interessantes, algumas delas antiquíssimas, como torradeiras ou telefonias (!!) que de tão à frente serem quando foram criadas, no século passado, por exemplo, que continuam a ter uma atracção fatal. Todo o espaço tem música, em alto e bom som. Não é preciso falar baixo ali e o chão não range, como nalguns museus. Ali vive-se, não se observa apenas. Quero lá voltar, mas vou esperar que a cafetaria abra, talvez lá para Março, segundo a conversa que tive com a directora. Não vai ser mais uma cafetaria. Promete ser um espaço muito interessante, já que vai mostrar a Lisboa o que é a Food Design... e eu quero conhecer!
(O vestido da direita é liiindo! Está lá ao vivo e a cores. Tem a assinatura Yves Saint Laurent.)

Desabafo feminino...

Saia, collants, dois filhos e duas mochilas para levar para a escolinha, não é uma combinação muito feliz...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Cartão do Cidadão e os dentes

Esta semana fui fazer o cartão do cidadão, ou cartão único, como na giria se costuma dizer. Demorei apenas uns vinte minutinhos, no máximo, que isto de viver fora de Lisboa tem as suas vantagens e há que aproveitá-las. Mas queria que alguém me explicasse porque raio não podemos mostrar os dentes na fotografia que fica no cartão. Alguém sabe? Já me tinham contado: "olha que não podes rir para a fotografia", e quando me colocaram frente à câmara perguntei: "não podemos rir, não é?" Ao qual a senhora respondeu: "pode sorrir, não pode é mostrar os dentes". Hum???? Porquê? Pois eu cá acho que os dentes de uma pessoa transforma por completo uma cara e não me venham dizer que as pessoas podem depois endireitar os dentes ou branqueá-los, mudando a sua imagem que eu contraponho. E o cabelo? Hoje em dia qualquer pessoa pinta o cabelo ou corta ou amarra ou estica ou encaracola. Porque raio temos que ficar com a cara fechada na fotografia do cartão do cidadão? Agradeço as explicações. Obrigada.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Simplesmente, “Gosto de ti”


Neste capítulo de histórias infantis, é uma falha minha não ter ainda falado aqui de um livro que apaixonou completamente a princesa cá de casa. “Gosto de ti”, de Fernanda Serrano. Se há actriz portuguesa com quem eu simpatizo desde sempre é Fernanda Serrano, não só a nivel profissional, mas há algum tempo para cá a nível pessoal mesmo. Não a conheço pessoalmente, embora na minha condição de jornalista já tenha falado com ela mais do que uma vez. E de todas as vezes ela foi simplesmente verdadeira e genuina. E prova maior da sua personalidade foi o anúncio do problema de saúde que ultrapassou nos últimos dois anos, acompanhado de uma terceira gravidez completamente inesperada, mas que abraçou com a elegância extrema que nos habituou. Em Dezembro, quando a Fernanda Serrano lançou o livro infantil “Gosto de ti” coloquei-o imediatamente no meu compartimento metal de compras. Antes do Natal comprei-o e dei de imediato à princesa. Pensava que era uma história e o facto de ser apenas frases soltas confesso que acabou por me desencantar. No entanto, aquelas pequenas frases, escritas sobre a perspectiva dela enquanto mãe, ou pela voz do filho mais crescido, parecem ter cativado de uma maneira inexplicada a minha princesa. Todos os dias, bem posso levar livros novos e lê-los logo nessa noite, que a hora do conto da minha mais-que-tudo só está terminada quando leio os dois lado do “Gosto de ti”, como se fosse só mais um miminho de boa noite. Identifico-me também com aquelas frases, mas a criança cá de casa identifica-se ainda mais e se algum outro livro tem desenhos parecidos com este, diz logo que é a mãe ou o filho do “Gosto de ti”. Porque o livro é feito do amor que uma mãe tem pelos filhos e que os filhos têm pela mãe, não pode haver critica maior do que ser completamente absorvido por uma criança. É tão simples como dizer apenas “gosto de ti”!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mais histórias 'Nobres'

Sempre gostei de ler, desde que me lembro de mim, mas desde que fui mãe que os livros fazem ainda mais parte da minha vida, ou neste caso, das nossas vidas. Não há noite que não leia uma história à Princesa cá de casa, o Principe também está ali ao lado, mas por enquanto um sorriso e uma festinha logo a seguir ao leite chegam para que durma a noite tranquilamente. Adoro livros infantis, com bom gosto, de boas histórias e há uns dias quando recebi por aqui as “Mais histórias que contei aos meus filhos” de Fernando Nobre, fiquei inqueta para o ler à minha 'mais-que-tudo'! Ontem foi dia, ou melhor, foi noite. E que bem que soube estar no quentinho a ler os escritos de Fernando Nobre, com mais histórias que apelam aos bons e verdadeiros valores. O livro é composto por várias histórias e põe animais a falar, na savana africana, por exemplo, mas também nos dá a conhecer gente de carne e osso que os mais novos até podem fazer comparações com os que os rodeiam ou, pura e simplesmente, personagens imaginárias que todos gostariamos de conhecer. Todos vivem dilemas, todos têm que fazer opções, tomar decisões, mas no fim prevalece sempre o bem. Mostrar às crianças o que realmente importa na nossa vida, como a entre-ajuda, a amizade, é meio caminho andado para fazer delas pessoas melhores. Fernando Nobre é presidente da AMI e sabe bem como fazer despertar consciências. Já anteriormente tinha publicado, também pela Oficina do Livro, do grupo Leya, as “Histórias que contei aos meus filhos”, agora acrescentou-lhes mais umas, sempre com o mesmo denominador comum: o amor. Se gostamos de oferecer livros aos pequenos e queremos ter a certeza de são educativos, podemos contar com estes dois exemplares. Uma nota ainda para as ilustrações de Sandra Serra, sempre geniais e ternurentas.
(Um obrigada muito especial ao Fernando Nobre por me ter autografado o livro!)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Não gostei

Já por duas vezes que vou à Fnac, uma antes do Natal, à procura de uma prenda, outra ontem à procura de uma coisa pessoal, e dou de caras com uma loja apinhada de brinquedos. Não sei o que se passa, sinceramente não acho piadinha nenhuma à mistura. Ter objectos, mesmo que bonecos sejam, de determinados filmes, objectos de colecção, por exemplo, era bem pensado, mas ter brinquedos que nada têm a ver com filmes ou livros, não compreendo onde está a lógica. Não sei há quanto tempo está assim, ultimamente vou mais à Bulhosa, acima de tudo por uma questão geográfica, mas também porque gosto do café da Bulhosa, do ambiente da Bulhosa e do sossego da Bulhosa. Mas sempre que procuro algo mais específico vou à Fnac, ainda que estas duas viagens tenham sido as duas em vão. Se ainda por cima começam a ocupar os corredores com brinquedos que nada têm a ver com nada, é puro tempo perdido... é pena, não gostei!

sábado, 2 de janeiro de 2010

Primeira resolução de Ano Novo

Pensar e fazer e não pensar só em fazer.
E mais do que isso: falar, falar e falar. Com o verdadeiro significado das palavras, para que não haja equivocos e se avance. É tempo de andar para a frente!
Feliz 2010!