sábado, 28 de abril de 2007

Bons espectáculos: Eunice Muñoz e Diogo Infante magníficos no mm


Já estreou há um mês, mas com lotações sempre esgotadas, a “Dúvida”, no Teatro Maria Matos viu-se obrigada a prolongar a sua estadia em palco por mais três dias. Com o fim de carreira previsto para o próximo domingo, dia 6 de Maio, a peça vai permanecer até dia 10. E não podia ser de outra maneira. Diogo Infante e Eunice Muñoz fazem aqui um trabalho notável. Eu fui ver ontem a peça. Com a corrida constante às bilheteiras deles e com a minha falta de tempo, só ontem consegui ver e só tenho duas palavras: Muito Bom. Gostei mesmo muito. Partindo do tema central de abusos sexuais, num colégio religioso, a peça diz-nos muito mais do que isso. Faz-nos pensar na nossa conduta, na nossa maneira de estar na vida, naquilo que queremos para nós e naquilo que por vezes fazemos aos outros. O sermão do padre Flynn sobre o boato está extraordinário. Denominada parábola, a peça conta com muitos apontamentos de bom humor. Eunice Muñoz é realmente a grande senhora dos nossos palcos. E Diogo Infante, mais uma vez, reforça o titulo de valor maior da nossa cultura. Quanto à “Dúvida” garanto-vos, ela permanece até ao fim... para ver de quarta-feira a sábado, às 21h30 e domingos, às 17 horas.
Uma palavra mais para o MM Café. Um espaço muito agradável, com boa comida e preços muito acessíveis. Eu comi lá uma salada de caril de frango com maçã que estava maravilhosa!

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Bons passeios: elevador regressa a Santa Luzia


É um dos postais do nosso país e, sem dúvida alguma, um lugar a visitar. O Monte de Santa Luzia, em Viana do Castelo seduz quem olha cá de baixo e não desilude quem decide subir ao alto. Agora, para além de se poder ir de carro, como sempre, já se pode optar pelo elevador. Depois de algum tempo parado, o transporte foi reabilitado no início deste mês de Abril. A viagem de ida e volta custa 3 euros, mas quem optar por fazer só um dos trajectos, o preço é de 2 euros. Ex-libris de Viana do Castelo, a Basílica de Santa Luzia é mesmo muito bonita, por fora, fazendo lembrar a Sacré Couer de Monmartre, de Paris, e por dentro. Nada pesada, como muitas vezes acontece em espaços religiosos, a Basílica irradia luminosidade. Respira-se bem. É ampla. Desafogada. Convidativa a estar ali alguns minutos. Quem não se contentar com a vista que dali se pode ter de toda a cidade de Viana, pode ainda subir à cúpula. O elevador custa 80 cêntimos.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Cinema: o lado negro de Homem Aranha


Peter Parker (Tobey Maguire) e Mary Jane (Kirsten Dunst) estão de regresso para o terceiro filme da série “Homem Aranha” da Marvel. “Homem Aranha 3” é talvez o episódio mais negro da série, com o nosso herói a enfrentar novos e poderosos inimigos, mas sobretudo a descobrir uma outra pessoa dentro de si. Feliz e apaixonado, Parker pensa que pode tudo. Nova Iorque e o mundo inteiro amam-no e isso parece chegar-lhe, até ao dia em que percebe estar a tornar-se num ser extremamente egoísta… ainda que a favor do bem da humanidade. Personagem infanto-juvenil, o Homem Aranha mostra-se aqui mais profundo e quer transmitir valores ao público. É pois um filme para todas as idades, pela fantasia, aventura e efeitos especiais, para os mais pequenos, claro, mas os grandes também encontrarão pontos de fuga, como os concelhos sábios da Tia May (Rosemary Harris). Neste filme, o tímido Parker chega a transformar-se num Homem Aranha de Negro, que nada tem a ver com o que era, mas a substância que transformou a sua roupa cai em maus mãos e faz nascer um novo e desprezável ser. Além deste, o herói tem ainda que resolver o caso do Homem Areia, que é nada mais nada menos, o homem que no episódio anterior matou o seu tio. O final é aberto, pelo que tudo leva a crer que pode haver uma sequela. A estreia em Portugal está agendada para o próximo dia 3 de Maio, quinta-feira da próxima semana. Eu já vi.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Boas comidas: as Frigideiras do Natário


Quem vai a Viana do Castelo não pode vir de lá sem lanchar na pastelaria Natário. Na verdade existem duas, uma mais recente que a outra, pertencentes a dois irmãos, mas ambas com uma qualidade inquestionável. Quem é de lá, tem por obrigação encaminhar as “visitas” até ali, mas quem não conhece ninguém e está ali totalmente anónimo (!) facilmente encontra uma das pastelarias, porque estão mesmo situadas no coração de Viana. Para além das fabulosas Bolas de Berlim e dos tradicionais Manjericos, com o riquíssimo recheio de ovo, a pastelaria é também conhecida pelos seus salgados. Destaque para as deliciosas Frigideiras, um folhado de carne redondo, de massa folhada, mas muito pouco gordurosa, e um recheio no ponto certo do tempero. Além disso, estão sempre quentinhas, não só porque há fornadas sempre prontas a sair, mas também porque eles conseguem mantê-las nos suportes onde são feitas de modo a demorar o arrefecimento. Vão lá. A única coisa que podem perder é a linha!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Bons passeios: o encanto da Pena


Ainda há sítios assim, capazes de nos transportar para os cenários típicos de príncipes e princesas, reis, rainhas e fadas mágicas. Em Sintra, o Palácio Nacional da Pena é assim, cheio de pormenores românticos. De portas e janelas recortadas, escadas em caracol, labirintos que nos fazem entrar e sair do interior para o exterior. Cá fora a vista é fabulosa, para o manto verde de Sintra, e para o azul das águas da Linha, e lá dentro os olhos prendem-se nos aposentos reais que o momento já foi um dia. Os quartos, as casas de banho, as salinhas e a cozinha conservam a decoração deixada por D. Amélia, a última Rainha a viver ali, e são ainda mais embelezadas pela constante presença de música ambiente. Clássica e com piano. É um dos meus pontos preferidos. Nunca se esgota. Se tivermos a sorte de o visitar num dia cheio de sol, não podemos recusar um passeio pelos trilhos do Parque da Pena. Está cheio de recantos interessantes. De árvores diferentes. De vistas limpas. O Palácio está entre os três primeiros na corrida das 7 maravilhas nacionais e dificilmente perderá pontos. Uma última sugestão: para visitar bem Sintra e em especial este monumento, o ideal é optar por calçado confortável. É que a Vila Património Mundial tem muito para descobrir a pé. O Parque e o Palácio têm bilhetes separados, de 4 euros cada um, mas há a possibilidade de comprar o conjunto completo, ficando um bocadinho mais em conta (7 euros).

terça-feira, 17 de abril de 2007

Bons passeios: ouvir o silêncio do Alqueva


Agora que o tempo já convida a longos passeios ao ar livre e o calor ainda não nos obriga a estar junto ao mar, é a altura ideal para dar um salto ao Alentejo. As muralhas de Monsaraz e o Alqueva foram o destino eleito, para uma escapadela de um fim-de-semana completamente normal de apenas dois dias. Mas ali, o tempo parece esticar e no regresso à cidade a sensação era a de voltar de férias. Ok, mini-férias, porque sabe sempre a pouco! Ao jeito de Óbidos, uma das minhas terras preferidas, Monsaraz também está dentro de muralhas medievais. Na corrida para a eleição das sete maravilhas nacionais, a povoação está há uns anos ainda mais bonita com as águas do Alqueva. Sabem o que é conseguir ouvir o silêncio? Sentada nas muralhas de Monsaraz e com a paisagem desafogada do gigantesco lago pela frente não se ouvia nada. Nada. De quando em vez, o zumbido de um insecto… típico dos tempos de Primavera. A sensação não podia ser melhor. Descanso. Paz. Tranquilidade. A completar tudo, a óptima gastronomia alentejana. Dentro de Monsaraz não recomendo nenhum restaurante em especial, mas ali ao lado, há muitas e boas sugestões, e claro, sempre acompanhadas pelo excelente vinho da região. Cada vez mais virada para o turismo, Monsaraz está cheia de espaços de turismo rural. As pessoas são muito simpáticas e os pequeno almoços, com o típico pão alentejano e as compotas que nunca faltam numa mesa rural, valem ouro.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Boas comidas: estar e saborear (n)o Alfândega


Há muito que andava para experimentar este restaurante. Tinha lido em revistas, especializadas “nas coisas boas da vida” que valia a pena e, de facto, foi um tiro certeiro. Mesmo ao lado da Casa dos Bicos, ali para os lados de Santa Apolónia, o “Alfândega, Armazém dos Sabores” está bem decorado e, para além de servir óptima comida, oferecem muita simpatia, desde o momento em que abrimos a porta, até resolvermos sair. Com música ambiente, no tom certo, que nos deixa conversar à vontade, ali sentimo-nos bem. As boas vindas são dadas por uma bebida de aperitivo, entremeada com um pãozinho torrado para molhar em dois azeites. Da ementa, destacamos o “Peito de pato com molho de mel, Dijon e batata-doce” e também o “Cherne com pimentas e puré verde”. Verdadeiras delicias. É certo, que as doses não são muito avultadas, mas a verdade é que a comida é tão saborosa que sabe bem comer devagar, saborear, e entre as palavras trocadas numa mesa de amigos, definitivamente não é preciso mais. Sobretudo porque já temos o pensamento nos doces. O “Bolo de Chocolate da Maria” vem quente e com um molho de morangos delicioso, a mousse de requeijão com doce de abóbora também é altamente recomendada e, claro, para um jantar a dois, porque não o fondeu de chocolate e frutas? O Alfândega não é um restaurante para jantar todos os dias, até porque tem preços “puxadinhos”, mas é sem dúvida um lugar a ter em conta nas ocasiões especiais. Mais ainda por servir comida fora de horas!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Bons espectáculos: o erotismo e sensualidade do “Crazy Horse”


Assim que cheguei ao Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa, a sensação que tive foi de que faltavam as cadeiras e mesas, talvez com umas pipocas salgadas e umas bebidas elaboradas, para recriar o ambiente de cabaret. Mas pensando bem, se houvesse outros estímulos visuais, se calhar não apreciávamos tão bem os diferentes quadros do “Crazy Horse”. O espectáculo que vem directamente da sala de cabaret de Paris, com aquele mesmo nome, está em Lisboa até ao final do mês, e é talvez, um dos espectáculos do ano. Com jogos de luz poderosíssimos, “Crazy Horse” leva-nos até aos meandros do erotismo e da sensualidade, mas sem chocar. Muito elegante, o espectáculo é, obviamente para adultos, mas mostra-nos um nu muito estético e apreciável por mulheres e homens. Aliás, não sei se não havia mais público feminino do que masculino naquela plateia. A curiosidade era muita e as expectativas também. Não descuraram. Muito pelo contrário. Gostei mesmo do espectáculo. Destaque para o quadro que dá origem ao cartaz do espectáculo, onde só se vê meio corpo da bailarina, mas também para “Attitude”, um dos primeiro a subir ao palco e que nos envolve naquele circulo gigante de cores garridas e encantatórias. Bilhetes entre os 30 e 40 euros.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Com a pequenada: Andar de bicicleta num arame…


Abriu há menos de seis meses, mas já é um dos meus espaços preferidos para levar a miudagem. Ali, não só eles se divertem, como os pais, avós, tios e amigos também. Há tanto para descobrir e brincar! Estou a falar do Centro de Ciência Viva de Sintra, instalado nas antigas garagens do eléctrico de Sintra, a caminho de Colares. Um espaço que cativa logo à partida pelas próprias instalações, muito convidativas a um passeio. Lá dentro muitos são os estímulos que fazem dos graúdos de novo miúdos. Sem público alvo, o Centro tem experiências que surpreendem em qualquer idade. Os mais velhos adoram experimentar a bicicleta suspensa a cinco metros de altura do chão, que anda equilibrada num arame. Autêntico número de circo que quisemos experimentar, claro. Depois de subir as escadas de caracol, confesso que a vontade de fazer aquele percurso me passou num instante. Afinal cinco metros de altura vistos lá cima são muito diferentes dos perspectivados lá de baixo! Era uma vergonha voltar para trás, pensei. Além disso, se isto está aqui para experimentar, não pode trazer muitos perigos, reforcei. Resultado: fui e foi uma sensação espectacular. Percebi, aquilo que pode ser a paixão de um acrobata, embora a uma escala mínima, certo? E garanto-vos, ali não há nenhum perigo de cairmos e ficar magoados. Para além de ter uma rede por baixo, a bicicleta nunca perde o equilíbrio porque tem um contrapeso de 250 quilos. Segredos da ciência que nos fazem perceber os mecanismos de muitas coisas que nos passam despercebidas. É aí que reside o principal interesse do Centro: aliar o divertimento à aprendizagem. Porque mesmo os mais crescidos, têm muito para descobrir.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Boas viagens: Soldeu – uma outra Andorra


Para aproveitar os últimos cartuxos da neve deste Inverno, porque não rumar a Soldeu neste fim-de-semana grande da Páscoa? Lógico que não se pode ir de carro, já que são cerca de 12 horas de caminho, mas de avião até Barcelona chega-se num instante e consegue-se fazer uma despedida em grande do esqui e do snowboard, numa Andorra diferente daquela que a maior parte das pessoas conhece.
Em conversas com amigos, muitos avisavam que Andorra não era uma estância nada de especial. Não havia árvores. Não havia chalés de madeira. Enfim, não era um sitio nada romântico. Pois Soldeu, alguns quilómetros abaixo de Pás de La Casa, a estância mais conhecida dos portugueses, foge completamente à regra. Está recheda de árvores que depressa ficam cobertas do manto branco da neve, transportando-nos para o cenário que sempre queriamos, e que imaginamos assim que se fala em férias de neve.
Ficámos alojados no Hotel Montana. Magnífico, por sinal. Confortável, quente e muito próximo do teleférico que nos dava entrada na estância. Revestido a madeira por fora e por dentro, sentiamo-nos num autêntico chalé, sobretudo porque nem precisávamos debruçarmo-nos na janela para ver os já muitos fãs de neve a esquiar ou a descer em snowboard. Com meia pensão, tinhamos direito a jantar, continental, farto e muito bom.
Depois de dias inteiros na estância, há sempre espaço para umas compras em Andorra La Velha, ou não fosse este um espaço privilegiado para gastar dinheiro. Embora com menos diferenças, do que antigamente, ali continuamos a encontrar os artigos que queremos comprar mais baratos. Perfumes, cremes e material electrónico é o que mais compensa.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Boas comidas: A Sopa de Tomate do Sem Fim

As letras garrafais lêem-se das Fortificações de Monsaraz. As revistas da especialidade recomendam-no, sem no entanto adiantar muito sobre o que podemos encontrar dentro daquelas paredes, de um antigo Lagar no Telheiro, agora transformado num digno restaurante alentejano, mas também Bar, e acima de tudo, um lugar para estar, comer devagar e saborear boas iguarias.
Num menú que dificilmente desagradará a alguém, já que, mais não seja, há grelhados como a picanha, unanimemente apreciados, salta à vista uma “Açorda de Tomate com dois queijos e ovo escalfado”. Enquanto se espera, prova-se uma salada fria, com fusili, muito agradável ao paladar, como também umas rodelas de cenoura bem temperadas, sem deixar de lado, claro, o espectacular pão alentejano. A acompanhar uma óptima surpresa: uma garrafa de Monte do Limpo reserva de 2004. Uma maravilha, mesmo ali de Monsaraz. Ainda que auto-intitulado, um restaurante de “Slow Food”, a verdade é que entre meia dúzia de frases trocadas, lá chegou à mesa a malga, não da açorda de tomate, mas da sopa. Porque cabe a cada um mergulhar o pão que bem entende, eu comi-a assim, mesmo como sopa, e só tenho uma palavra: irresistível. Com um queijo tipo fresco, de cabra, e outro mais amanteigado, a sopa é mesmo divinal.
A terminar o jantar, veio para a mesa “Migas Doces”, ou não estivessemos na terra das Migas. Uma delícia, muito parecido a arroz doce, mas, claro está, feito com pão. Uma última palavra para a decoração da sala, muito grande e ampla, como não podia deixar de ser, visto serem as instalações de um antigo lagar, mas muito confortável, com uma iluminação convidativa e as velas de cada mesa a darem um toque muito especial. Sem Fim, sem dúvida um lugar para voltar! Tel. 266 557 471.

domingo, 1 de abril de 2007

O que é o Vida Maravilha?

Apaixonada que sou por viver e conhecer tudo o que o mundo nos pode mostrar, não podia deixar de fazer um blog sobre as coisas boas da vida. Este não é pois um sitio de depósito de sensações qualquer. Este espaço, de actualização diária ou sempre que se justificar, é um lugar de partilha de emoções e impressões. Quero dar a conhecer bons livros, bons filmes, bons passeios, boas viagens, bons restaurantes... Quem o visitar fica com ideias para aproveitar melhor minuto a minuto. É esse o meu objectivo.