quinta-feira, 31 de março de 2011

Hoje...

Saí em busca do vestido perfeito e encontrei os sapatos de sonho... Operação Baptizado da Matilde em grande movimento. depois mostro os sapatinhos.... mas só depois. São lindos de cair para o lado, mas espero não fazer essa proeza!!!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Do marisco ao bolo de chocolate


Agora que escrevo o que foi o 29 de Março de 2011, vejo que o meu dia de ontem bem podia servir de roteiro gastronómico. Com um título do género: “o que não pode deixar de provar! “Mas não é essa a minha intenção. Gosto de comer, gosto. Gosto de estar à mesa com os que mais gosto, gosto. Oh, se gosto. Dêem-me boas conversas e boa comida que não peço mais nada! Mas não para escrever um roteiro gastronómico, mas apenas para viver. Ontem, depois do belíssimo pequeno-almoço que vos contei, seguiu-se o almoço no meu restaurante preferido aqui junto a casa, por ventura também o melhor restaurante da Ericeira, quem sabe mesmo, um dos melhores restaurantes do país: o Mar à Vista. Pela companhia, pelo palato e pelo vinho, um almoço inesquecível. Do melhor. À noite optei por jantar em casa (dos pais), porque miúdos cheios de sono e restaurantes não combinam muito bem. Além de que eles adoram cantar os Parabéns e eu cá não gosto nada de dar nas vistas em lado nenhum. E foi a melhor opção. Para o bolo este ano decidi experimentar, finalmente, o “melhor bolo de chocolate do mundo”. Tanto me falam, tanto me falam, que tive que provar. E, pois claro que gostei. Sinceramente, não foi o melhor bolo de chocolate que comi. Sobretudo acho-o um pouco doce demais. Mas gostei e tiro o chapéu a quem o criou, sobretudo por já estar no Brasil, Estados Unidos e Espanha. No entanto, não destronou o meu bolo de anos favorito: o da Pastelaria Pólo Norte, de caramelo por cima e cheio de fruta por dentro. Para o ano que vem voltamos a falar, sim?

O Gourmet da Maria


Há alguns meses atrás fiquei com a pulga atrás da orelha quando li um pequeno apontamento sobre um espaço gourmet na Vársea de Sintra e ontem, no meu dia por excelência, foi dia de passar por lá: descobri-lo e experimentá-lo. Fomos lá tomar o pequeno-almoço, depois de deixados os miúdos na escola e organizado o dia que, lá por eu fazer anos, a roupa não se lava, estende e arruma sozinha, nem os biberões ganham pernas e esterilizam-se a eles próprios! Fomos sem pressas, que o marido tirou o dia para vivermos bem o dia que é meu. Fomos com a criatura mais pequena que chegou a dormir e saiu de lá a dormir. Fomos para experimentar e comemos umas deliciosas panquecas acompanhadas com o fruto natural do dia que era de frutos vermelhos. Na muche. Por encomenda se calhar não conseguia. Começar o dia assim, com um pequeno-almoço que foge completamente ao previsível é do melhor. O espaço é muito agradável, para além de servirem refeições leves tem uma área de venda de produtos gourmet: mel caseiro: mostarda de picles, risoto de espargos, patê de javali. Uma variedade imensa, assim como imensa é também a garrafeira disponível. Adoro espaços gourmet. É uma tara com outra qualquer. Não fosse o facto de ser à beira da estrada, o que o torna menos glamouroso do que merecia, e “O Gourmet da Maria” seria certamente um espaço para voltar muitas e muitas vezes. Assim, só lá voltarei muitas vezes! A sério que é um local bem simpático e quem andar por aquelas bandas não deve deixar de o visitar.

Há quatro anos a blogar!

O Vida Maravilha faz hoje quatro anos. Nasceu por mero acaso no dia a seguir ao dia dos meus anos. É um blogue sem qualquer expressão no mundo blogueiro, mas que me tem trazido tanto. Tenho lido mais, escrito muito mais, visto mais, apreciado mais, vivido muito, muito mais. E é por isso que me dá tanto prazer andar por aqui. Parabéns Vida Maravilha!

terça-feira, 29 de março de 2011

32


E o mesmo desejo de sempre: ser feliz e fazer os outros felizes.


e claro, obrigada pelas flores, as minhas preferidas...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Respondam aos Censos - é muito divertido

Sim, eu sei que não há nada mais divertido que ouvir o Futre, em modo repeat, mas a sério que responder aos Censos é também muito engraçado. Se eu soubesse que me ia divertir tanto no serão de ontem, já tinha respondido ao inquérito há mais tempo. É especialmente bom quando temos que responder se uma criança de quatro anos sabe ler e escrever, mas mais ainda se uma de quatro meses tem problemas de memória. E a opção de escolas para os sub-3 anos, onde estão? Deve ser por sermos um país nórdico, com liçencas de maternidade até à altura do pré-escolar. Para já não falar de perguntarem aos recibos verdes, que não existem certamente neste país, quantas pessoas trabalham na empresa onde estamos empregados. É muito bom. Muito bom.

Experimentar

É dos verbos que mais gosto de conjugar e este fim-de-semana utilizei-o com afinco. No sábado, por sugestão da minha querida A experimentei uma receita nova e saiu-me melhor do que o esperado. Fiz uma lasanha de bacalhau para o almoço de toda a família e todos gostámos. Maravilhosa. À noite experimentámos, também por sugestão da A e com ela e esposo, pois claro, um restaurante novo. Gostámos. Tem uma arestas a limar, mas gostámos. E também gostámos de esticar um bocadinho as horas e aproveitarmos o facto de estarmos só os quatro, sem os cinco catraios e irmos beber um copo, sem conversas de fraldas, leites e corta-unhas. Conversas essas que adoramos, mas que por isso mesmo convém por vezes fazer uma pausa. E que bem que nos soube. Neste fim-de-semana ainda houve tempo para experimentar vestidos no Ateliê da Rita Consciência, que eu adoro, mesmo. Houve jogatana de bola (e o que o F gosta de jogar à bola...), houve trabalhos de casa para levar para a escola, houve sugos colados aos dentes, houve risos, gargalhadas, mimos e carinhos. Enfim, houve tudo aquilo que deve caber num fim-de-semana. Com tempo e espaço para todos. Bem-ditos sejam...

domingo, 27 de março de 2011

Tão bom

Serem quase oito da noite e só agora começar a escurecer...

sexta-feira, 25 de março de 2011

Os livros de Pedro Seromenho




Escritor e ilustrador, Pedro Seromenho apresentou ontem estes dois títulos. "A Estrelinha Pálida" é uma fantasia que conquistou logo a Carolina, ou não fosse ela menina de gostar de princesas, fadas e poderes mágicos. "Porque é que os animais não conduzem?" é um livro muito divertido que eu tive oportunidade de ler na integra, durante a acção, e que brinca com os animais e como seria se eles andassem na estrada. Na verdade, se calhar, nem mudava muito, porque como faz alusão o próprio livro, quantos de nós já não chamou animal ao condutor da frente? São livros giros, em que os pais se divertem a ler aos filhos.

Ontem, armei-me em super mãe e fui muito feliz


Na quarta-feira quando fui buscar a C à escola estava no cacifo dela, uma prateleira mais propriamente, um convite para na quinta-feira, ontem, ir à apresentação de dois livros de Pedro Seromenho. “Às 19 horas na Biblioteca da Escola, numa sessão especial para pais e filhos”, estava escrito. Imediatamente comecei a fazer contas à vida. Às 19 horas? Pois que realmente é uma hora óptima para quem está a trabalhar, tem tempo de chegar sem pressas e chega a casa a horas boas de jantar. Mas cá por casa, as 19 horas são como eu costumo dizer, a hora da fome. Costumam estar todos exaustos do dia e assim que saem dos banhos querem jantar e adormecer. Mas eu queria muito ir. Mas tinha que levar os três, que a escola do F fecha, pois claro. Mas às 19 horas também a M costuma estar com a birra do sono e da fome. E se eu levasse o F no carrinho, punha a M no ovo, no braço e lá ia eu com os três assistir à apresentação? Mas e depois, um chora, o outro quer colo e eu só sou uma, que o pai a essa hora ainda não está connosco. Vou. Não vou. Vou. Não vou. Olha vou. O máximo que me pode acontecer é ter que vir embora, porque nem a viagem perco, porque tenho mesmo que ir buscar a C, mas em vez que ir às 18 vou às 19h. E fui. E tive muita sorte. E gostei muito. Levei o Francisco a pé e a Matilde ia no seu carrinho. Ele adora a escola da mana crescida. A mana crescida fica doida da família participar no que quer que seja da sua escola. Entrámos os quatro. A Matilde não quis ficar no ovo e saltou logo para o meu colo para não haver choro. A Carolina sentia-se em casa e saltitou pelos puffs coloridos enquanto pode. O irmão imitava. Assim que o escritor começou a falar, todos, mas sem excepção, ficaram calados a ver os seus desenhos a ajudá-lo a construir uma nova história de um princesa com cabelo de pipoca. No fim, viemos para casa com um livro novo, assinado e desenhado pelo autor. Um autor que passou de completo desconhecido a um nome familiar pela sua disponibilidade de estar com os miúdos. E eu, mais uma vez, de beiça orgulhosa de quem sente que tem os melhores filhos do mundo. Foi muito bom. E é como eu costumo dizer, mais vale tentar e não conseguir, que nem sequer experimentar. Para estar ali fiz o jantar à tarde e deixei tudo pronto: pijamas alinhados, tudo organizado. Para lá levei um lanchinho e nem um ai se ouviu da boca de nenhum dos 3, nem na hora de vir embora. E ao jantar eles comeram às horas normais e bem e dormiram, de certo, com o coração mais feliz.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A minha roupa anda na calha (e o país na corda bamba)

Agora fui eu que parti o estendal... sorte macaca!
Mas, pensando bem, o que são estes meus dramas domésticos com o estado em que está a nação? Medo. Sinceramente, acho que não vêm por aí tempos bonitos. Porque o problema não está no que aconteceu ontem. Era inevitável e todos esperávamos a queda do governo, mais dia menos dia. O problema é o que lá vem. Gostava tanto que surgissem políticos a sério, com ideias, com vontade de levantar o país, e não apenas gente à procura de um emprego de luxo... porque ser político em Portugal é hoje um emprego de luxo. Pelas reformas que ganham, pelos benefícios que conquistam, pelas regalias que conseguem...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ele andava a prometer...

E algum dia tinha que acontecer. Depois de já ter riscado o chão (facílimo de resolver com a esfregona e detergente normal, felizmente) e os sofás (com dodots saiu tudo) agora foi uma parede. Com um lápis de cera grosso, eis que pintou a parede até onde conseguiu. Conseguem adivinhar quem foi o mestre da obra? E o pior de tudo é que desta vez a coisa está mais dificil de limpar. Até agora consegui apenas disfarçar com a simples borracha branca, mas tenho uma dor nos braços que não posso... Enfim, a vida por estes lados anda animada, anda anda!

terça-feira, 22 de março de 2011

Aprender a viver o campo

Eu sei que vocês já devem estar carecas de me ouvir a falar bem da escola da C, mas a verdade é que eu não me canso de elogiar não só o ensino, como a disponibilidade da própria comunidade envolvente em fazer mais pelas crianças de hoje, do que apenas deixá-las crescer. Ontem, por ter sido Dia Mundial da Árvore, a minha princesa mais crescida teve a oportunidade de plantar uma árvore no pátio da escola, como aliás deve ter acontecido com todos os meninos e meninas deste país inteiro, que este género de iniciativas está farta de acontecer e ainda bem. Mas hoje, quando chego à escola para a deixar, estava a salinha inteira a sair, todos em fila e dois a dois, para ir ver o tronco que mãe de uma coleguinha tinha levado para eles tocarem e cheirarem. A senhora tinha cortado uma árvore (muito provavelmente mora numa quinta, mas essa parte não perguntei) e levou uma parte do tronco para os miúdos tocarem, sentirem. Ali estiveram durante uns dez minutos a mexer e a aprender coisas como a idade do próprio pinheiro, visivel pelo número de aros que o tronco tem, naquele caso era um pinheiro com 25 anos, e a imaginar que aquela madeira que ali estava agora ia transformar-se nas mais variadas coisas, que assim se faz o papel e que as rolhas de cortiça também saem dali e isto, mais aquilo e aqueloutro. Não foi preciso nada, só dez minutos, para o dia dos miúdos ter começado de maneira tão diferente.

A última do meu príncipe

Todas as noites faço uma máquina ou de roupa ou de loiça, mas deito-me sempre com alguma delas a trabalhar. Ontem, antes de iniciar o meu périplo em busca das coisas maravilhas para o Baptizado da minha cria mais pequena, fui estender roupa, como aliás faço quase todas as manhãs. Assim que tiro a roupa da máquina noto um cheio esquisito. Mas que raio, o detergente é o mesmo de sempre. Pensei eu. E toca de tirar tudo para o alguidar para levar para a varanda e eis quando me sai do meio da roupa uma fralda do senhor francisco. Pelo cheio que estava na roupa, pela quantidade de dodots que fui encontrando entre cada peça que tirava lá percebi o que tinha acontecido. A fralda estava imaculada, estava. A roupa estava carregadinha daquela gelatina da fralda ou sei lá o que é aquilo. Que maravilha. Lá tive que a estender e sacudir para depois à noite a voltar a pôr na máquina que se há coisa que me agrada é o cheio de roupa lavada e não o cheiro de roupa lavada com uma fralda lá dentro. Ainda no outro dia encontrei um copo de iogurte na máquina da loiça, bem colocado, viradinho para baixo, como os nossos copos, sim senhora, mas aquilo não se lava, deita-se fora. Agora, a coisa foi mais grave com a fralda do cocó. Ainda se fosse só de xixi... menos mal teria sido. Raça do rapaz faz trinta por uma linha!!!

Artur Agostinho

Acabo de chegar a casa, depois de uma belíssima caminhada que com toda a certeza vai fazer deste um dia melhor, e dou de caras com a notícia da morte de Artur Agostinho. Como? Não pode. Não haverá para aqui um engano? Não. Infelizmente não. Sei que tinha 90 anos. Mas eram de certo os 90 anos mais jovens que há memória. Sei que aproveitou a vida ao máximo. Ainda há pouco tempo o vi e ouvi na televisão e ele mostrava-se cheio de projectos. Tenho pena. Tenho tanta pena.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Assunção

Aqui há umas semanas perguntei a uma amiga que vive em Cascais (vive e trabalha, o que faz dela uma conhecedora nata):
- onde é que posso comprar velas de baptizado, mas daquelas giras, amorosas, nada pesadas que eu cá não gosto de coisas muito douradas e floridas?
- no centro comercial da Assunção
Bom, não fazia ideia onde é que era e hoje, com a excelente companhia da Bicomadre (ela é madrinha da minha M e eu sou madrinha da M dela!) metemo-nos a caminho e depois de umas tantas voltas lá demos com a coisa. Quando lá cheguei, ao centro comercial, até estava com medo de lá entrar. Não tem mau aspecto, não tem não senhora, mas também não tem aspecto de ter coisas giras. Mas não é que tem. Coisas maravilhosamente giras. Ficou comprada a vela, a fraldinha de pano e seu babete, a caixa de guardar a vela e uma aplicação para o bolo, e na loja do lado rematámos com a segunda fatiota da minha princesa, porque o vestido de baptizado é o meu, que já foi do meu irmão e dos meus filhos mais crescidos. Eu digo uma coisa: as nossas filhas vão para lá de liiindas. Muito boa dica.

E de repente fica Agosto e ninguém avisa?

Este fim-de-semana, o último de Inverno, não foi de Primavera antecipada, mas de autêntico Verão. Um calor imenso que levou a que muitos escolhessem a Ericeira para uma passeata e isso acaba por chatear. Estava um trânsito por aqui... Mas foi muito bom irmos ao parque com patins em linha, andarmos de bicileta com os miúdos, passamos dos ensaios da garagem à prática, mas não fui sozinha, porque a quatro mãos tudo é muito mais fácil. Houve gelados, vestimos manga curta, trocámos gorros por chapéus, houve risos e gargalhadas. E não há nada que chegue a um banho de sol...

domingo, 20 de março de 2011

Francisco

Ele não transporta apenas as coisas da sala para o quarto, do quarto para a cozinha, da cozinha para o escritório, do escritório para a casa-de-banaho, da casa-de-banho para a varanda, etc, etc, etc...
Ele pega nas coisas que tem na mão e atira-as para o chão, sejam elas o que for, partindo-se ou não, e diz:
Xauuuuuu
E segue a sua vidinha.
Cheira-me que qualquer dia vejo coisas a voar janela fora.

sábado, 19 de março de 2011

Dia do Pai

Para ler ao ritmo dos Fúria dos Açúcar
“Eu gosto é do papá
De passear com ele p’la mão
correr, saltar e brincar
E à noite ver televisão
E ao fim do dia, bem abraçados
Nós dois vamos dormir
Até que o dia
Volte para nós a sorrir”

Para ler mais ao jeito de canção de embalar
“Querido pai,
És dedicado
Dás-me amor que não tem fim
E se ficas zangado
É por gostares tanto de mim”

A primeira cantinela veio da escola dele, a segunda da dela e porque hoje é dia do pai, e porque hoje o pai está a trabalhar e porque o mais provável é só haver mais mimos à noite, a cria mais crescida levou-lhe o pequeno-almoço à cama: Fruta, com iogurte e cereais, regado com mel. Uma delícia, para todos que às 8h da manhã tinham montado um verdadeiro piquenique em cima da nossa cama. Para festejar o Dia do Pai não são precisas prendas, gastar dinheiro. Há pequenos mimos que são uma óptima ideia para tornar o dia diferente. Feliz dia do Pai.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Hoje foi dia…


De primeira papa e de experimentar a colher, para a Matilde. E tenho que dizer que não sujou a casa, não senhora, chorou que se fartou, à terceira colherada deixou de precisar da chucha para engolir, mas não percebeu para que raio serve a colher se não dá para chuchar. Precisa de um banho, precisa, mas por agora escapa com uma lambidela dos dodots (sei que é uma marca, mas dá-me jeito chamar assim os toalhetes). Amanhã há mais e daqui a duas semanas experimentamos a sopa.

Ida ao pediatra

Ontem foi dia de consulta de rotina da Matilde, pelos quatro meses, mas o Francisco também precisava de ver os ouvidos. E de modos que fui com os três à pediatra, e de modos que fui, pela terceira vez, sozinha com eles os três, e de modos que foi assim:
A 5o metros de casa: Matilde faz o seu cocó. Teve o dia inteiro para fazer cocó em casa, pois foi preciso estar tudo dentro do carro e já em andamento para sua excelência se dignar a aliviar os seus intestinos... E como só faz uma vez por dia, podem imagina...
Chegada ao consultório: já com a fralda devidamente mudada da Matilde, o Francisco sai de junto a mim e espeta com as duas mãozitas no aquecedor. Ficou com uma em bolha, literalmente. Água fria e logo uma pomada com cortisona... Coisa da boa. Gritos, esperneios e afins.
Saída do consultório: Como se tinham portado bem, cumprimos a nossa tradição de comprar gomas depois do médico. Fomos ao Fonte Nova e assim que faço o pacote (gomas a vulso) e pago, a Carolina pega nele, tira o atilho e diz: "Onde estão os ursinhos para dar um ao mano que ele chorou tanto?" Disse isto, com o pacote aberto ao mesmo tempo que o virava ao contrário em busca dos ditos ursinhos. Resultado cinco euros de gomas espalhados no chão do Fonte Nova. A isto é que se chama deitar dinheiro ao lixo.
E pronto, de modos que ter três filhos é isto: muita agitação, muito movimento, sempre alguma coisa a acontecer e cada um com a sua vez de brilhar em grande estilo...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Para quem tem gente miúda (como eu)


Podem começar a fazer o mealheiro para o Festival Panda. Este ano a festa com as personagens preferidas dos miúdos acontece no dia 19 de Junho, no Estádio do Dragão (Porto) e dias 2 e 3, em Lisboa, no Estádio do Restelo. O preço normal dos bilhetes é de 20 euros, mas há uma promoção para quem quiser comprar os bilhetes até dia 31 de Maio. Nesta altura, cada entrada tem o custo de 17 euros e há packs especiais de 3 pessoas a 48 euros (16 euros por pessoa) e de 4 pessoas a 60 euros (15 euros por pessoa). Quanto ao cartaz, ainda não foi revelado, mas de certo será do agrado da pequenada dos 2 aos 10 anos. Fica a dica…

António Torrado

Hoje, o escritor António Torrado vai à escola da C. O encontro era para ter sido em meados de Janeiro, mas o senhor ficou doente e só hoje é que os miúdos vão poder falar com o autor e ter os seus livros autografados. A C ficou em êxtase na escola. Não propriamente por ter a verdadeira noção do que é falar com um autor, o escritor de algumas das histórias que eu lhe leio à noite, mas porque para ela qualquer acontecimento fora do normal da escola significa festa. Quando em Janeiro foi anunciada a vinda do escritor, o recado enviado para casa, com uma semana de antecedência, dizia que era possível às crianças comprarem um livro, para depois António Torrado o autografar. O encontro estava previsto para uma segunda-feira, e eu na quinta-feira anterior mandei o dinheiro num envelope com o recado para ela escolher o livro à vontade dela. Quando chegou a casa trazia “A Galinha Ruiva” e disse “Era o único que havia, mãe.” Isto em resposta ao meu espanto, porque “A Galinha Ruiva” já ela tinha, não na adaptação deste autor, mas da colecção Tocar da Dom Quixote. Nesta escola é assim, mal anunciam qualquer coisa o melhor é comprar logo, porque os pais, todos, sem excepção, participam na hora, faltando um mês se for preciso para a ocasião. Ora eu que estou habituada ao ritmo de Lisboa em que tudo se resolve no dia D, acabo por ser apanhada desprevenida. Mas, faltavam três dias, senhores, três dias. Nem sequer me deixei ficar a dormir. Mas adiante. Ficámos com o livro, claro, mas senti nela alguma tristeza. Hoje quando cheguei à sala dela perguntei se não havia possibilidade de comprar outro livro. Ela tinha ido o caminho todo a dizer que queria ter “O Espelho Mágico” e eu comprei. Ficou com dois livros para autografar e acredito que logo à tarde, quando a for buscar, venha feliz da vida. Como só ela sabe demonstrar. Espero bem que sim.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ensaios


Andamos em ensaios para ver se agora na Primavera consigo ir com os três ao parque de bicicleta. Eu a pé subentenda-se. Até agora, aqui pela garagem, tem corrido bem: com a mão direita empurro a M, com a esquerda o triciclo do F e a C já anda sozinha para trás e para a frente que tem muito boa idade para isso e se há coisa que ela gosta é de andar de bicicleta. Todos os dias, à chegada da escola o ritual repete-se, todos para os seus veículos, não mais do que dez minutos, que há banhos para tomar e jantar para fazer, mas eles adoram... e eu também. E não me canso de lhes mostrar a sorte que eles têm de morar onde moram, com garagem, o que lhes permite andar de bicicleta todos os dias, faça chuva ou sol. É importante reconhecermos a felicidade.


(E já agora, dizer também que a caminhada me fez bem, fez sim senhora. Mas melhor foi ver que tenho uma nova seguidora, muito obrigada, e tinha cinco comentários para moderar, muito obrigada também. É sempre bom saber que há alguém desse lado a ler-nos.)

Oxigenar


Ando com um humor desgraçado. Não tenho paciência para nada nem ninguém. Grito com os miúdos como se fossem um fardo na minha vida, quando na verdade são a minha essência. Ando assim: sem achar graça a nada, sem me contentar com nada. E por isso hoje fiz-me à estrada, que é como quem diz ao passadiço ou ciclovia, ou o que quiserem. Numa semana perdida de Janeiro fiz duas caminhadas e prometi a mim mesma que sempre que o sol brilhasse lá ia eu fazer a dita, que faz um bem danado ao espírito e ao corpo. Mas porque chove, porque o miúdo está doente, porque ela tenha ranhos no nariz, porque é urgente ir ao supermercado, porque tenho roupa para lavar e estender e passar e arrumar. Porque tenho que preparar jantares com antecipação. Porque não me apetece e pronto. Porque não me lembro. Porque não faz parte de mim. De Janeiro a Março passaram dois meses e caminhadas que é bom nem vê-las. Mas hoje fui. Transpirei. Respirei. Oxigenei. E voltei a prometer que sempre que o tempo permitir lá vou eu outra vez mexer o rabiosque e pôr os olhos no mar.

terça-feira, 15 de março de 2011

Combater o cinzentismo


Ontem o dia esteve cinzento. Cinzento mesmo, fora das janelas a chuva, dentro de casa as notícias chatas, de Portugal, do Mundo. São as imagens aterradoras do sismo no Japão, é a instabilidade política nacional. É a Libia. São os combustíveis. A Falta de dinheiro. Os aumentos. Há um negativismo que cresce, que vai deixando o medo. Eu pelo menos, ontem, passei o dia assim, com medo. Medo do futuro. Sobretudo e evidentemente, pelos meus filhos. Até que às tantas pensei: "de que me vale estar para aqui com Ses: se fico sem emprego, se fico sem dinheiro para a comida, fraldas..." E foi por isso que depois de um café, mergulhámos no universo de "Alice no País das Maravilhas", de Tim Burton. Não, ainda não tinha visto. As gravidezes a mim nunca me deram fome, mas trouxeram-me sempre muito sono e por isso, quase que desisti de ver o que quer que fosse no cinema ou mesmo na tv. E o que tenho a dizer do filme? Que o Tim Burton é um criativo sem igual. Que as cores, as personagens, a banda sonora, tudo, está conjugado na perfeição. Mas, mais uma vez comprovei a mim mesma que eu não sou fã de cinema fantástico. E aí é que se vê a mestria do realizador: pois se eu não gosto do estilo, não gosto, nem por isso deixo de considerar o filme de muito bom.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Eles estão de volta


Ide ver que vale muito a pena. Foi das coisas mais curiosas que vi ao vivo, há precisamente dois anos quando visitaram Lisboa pela primeira vez. Extraterrestes talentodos, os The Voca People recriam as mais emblemáticas músicas, êxitos mundiais que todos sabemos reconhecer, sem recorrer a qualquer instrumento musical. Cada um deles representa precisamente um instrumento e o resultado é fabuloso. Primeiro apresentam-se no Porto, mas a partir da próxima semana, dia 22, estão no Casino Lisboa. Os espectáculos acontecem de terça a sábado, às 21h30, e domingo, pelas 17 horas, até dia 17 de Abril. Bilhetes dos 30 aos 35 euros.

Ontem ouvi esta pérola

"Noite de desinspiração para Pablo Aimar"
e assim vamos tratando a nossa língua, em plena televisão...

domingo, 13 de março de 2011

A propósito


Gosto tanto de cinemas só cinemas, que não estão em centros comerciais. Gosto, pronto. E o cinema de Alvalade está especialmente bonito. Tem uma convidativa e simpática cafetaria. Na sala em que estive, o tecto era o que se vê na foto. E até as casas de banho eram engraçadas, forradas a letras. Não conhecia e gostei.

Ler histórias no cinema


Desde a semana passada que todos os domingos são assim, o actor Sérgio Paulo lê histórias para crianças no cinema Alvalade. A iniciativa parte da livraria infantil Cabeçudos, presente no Parque das Nações e que tem como missão promover a leitura junto dos mais novos, das formas mais originais e descontraídas que se possa imaginar. É isso que se pretende: que os miúdos gostem dos livros, mas também que os pais aprendam truques para contar melhor as histórias. Não basta ler. Há que agarrar os pequenos aos contos. Fazê-los rir e pensar. As sessões não têm fasquia etária, servem qualquer criança, de meses a mãos cheias de anos. Foi por isso que levei os dois miúdos. A C de quase cinco anos e o F de ano e meio. À semelhança dos outros pareciam que tinham bicho carpinteiro, ora sentados, ora em pé. Ora a bater palmas, ora a falar com o vizinho de trás, sobretudo aqueles que nem falar sabem. Num ambiente confortável e ao mesmo tempo minimalista, Sérgio Paulo começa por ler a história, os miúdos demoram a ficar concentrados. Para que percebam a mensagem da melhor maneira passa-se à fase seguinte: convidar os pais a encenar o que foi lido. Os miúdos adoram e ajudam a construir a história. De tal forma que o teatro volta a repetir-se com os mini-actores improvisados. O livro de hoje foi “O Rapaz que tinha medo”. Metia bruxas, dragões e aranhas, mas não deixou medo nenhum de lá voltarmos num domingo futuro.
Factor importantíssimo nesta actividade: a entrada é gratuita. Outro dado não menos relevante: não precisa de marcação prévia. Basta acordar, apetecer ouvir uma história e seguir caminho para o Cinema Alvalade, na Avenida de Roma.
A próxima sessão tem como tema o livro “O Gato Marau”.

Começa sempre às 11 horas.

sábado, 12 de março de 2011

Eu pertenço à geração à rasca

Eu pertenço à geração à rasca, mas não fui ao protesto. Não por não concordar. Concordo e muito. Não que ache que não é assim que se vai conseguir alguma coisa. Pode não ser, mas mostramos que estamos cá e que não estamos a gostar do que está a acontecer. Não fui porque, sei lá. Ando desmotivada? Acho que sim. Cansada. Provavelmente se tivesse ido, tinha encontrado tantos desmotivados que vinha para casa com novo fôlego, de sensação de missão cumprida. Se Calhar. Mas joguei pelo mais cómodo. A verdade é essa. Tenho três filhos e acima de tudo quero a estabilidade deles no hoje, agora, esta tarde que passou. Não posso pura e simplesmente despeja-los na escola de segunda a sexta-feira e ao sábado não estar com eles. A viver a 50 quilómetros de Lisboa e com o pai deles a trabalhar o dia inteiro era difícil conseguir margem de manobra para passar na Avenida da Liberdade. Mas se calhar devia ter ido e devia dos ter levado comigo, para mostrar ao país quanto à rasca nós estamos. Porque se eu estou à rasca, e estou, eles ainda mais. Passo recibos verdes há 9 anos. Passo recibos verdes há nove anos à mesma empresa. Passo recibos verdes há 9 anos à mesma empresa e no mesmo valor. Passo recibos verdes há 9 anos, à mesma empresa, no mesmo valor e com horas obrigatórias a cumprir, presença diária, password no computador, e-mail e até o carro da empresa eu conduzo. Não tenho seguro de trabalho, não tenho direito a subsídios nenhuns e todos os meses pago mais de 200 euros de segurança social. Se ficar doente não tenho direito a baixa. Se um filho meu ficar doente e eu tiver que faltar ao trabalho, um mês por exemplo, não recebo, mas tenho que pagar segurança social à mesma. Sou trabalhadora. Mas sou mesmo, não é falta de modéstia. Sou esforçada. Empenhada. Tirei uma licenciatura. Tirei uma pós graduação. Já trabalhei a entrar de madrugada, por sinal na Avenida da Liberdade, numa empresa de conteúdos económicos. Já trabalhei como correspondente de um jornal e não ganhei para a gasolina que gastei. Nunca me recusei a fazer uma reportagem. Sou jornalista e gosto. Mas gostava tanto de ser levada a sério. Não fui ao protesto, não fui, mas fica aqui a minha história de pessoa desta geração à rasca. É este o meu protesto.

TPC


De duas em duas semanas, a C traz para casa a "Saquinha dos Sonhos", onde vem um livro escolhido por ela e respectiva ficha de leitura, simples e sintética só para um "Gostei muito", "Gostei" ou "Não Gostei". É suposto os pais lerem com as crianças e quem quiser pode a partir dali fazer um desenho ou coisa que o valha. Desta vez, muito provavelmente pela interrupção do Carnaval, era obrigatório fazer um trabalho sobre a história escolhida. O que ela trouxe para casa foi o livro dos "Sete Cabritinhos" e eu, aproveitando a contaminação da festa popular pois que me lembrei de fazer uma máscara de carnaval de um lobo disfarçado de mãe dos Cabritinhos. Ficou assim mais a atirar para vaquinha, mas se vissem a alegria dela pela mera horita que dedicamos ao trabalho. Ela bateu palmas, ela abraçou-me, ela saltou, riu alto...
Deixei-a fazer o pêlo do lobo/cabritinho como ela queria com algodão às cores. Por mim tinha ficado todo branco, mas bem vistas as coisas ficou muito mais bonito como ela pensou. Adoro esta partilha dos trabalhos de casa. Adoro.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Temos namoro

Desde que veio para a nova escola que a C não pára de falar no João Pedro. É de manhã à noite. É porque lhe puxou o cabelo, é porque dobrou os cromos da Kitty, é porque não faz desenhos lindos como os dela, é porque se senta ao lado dela e porque deixou de se sentar. É porque sim e porque não. De tal forma que quando escreve os nomes todos da família escreve também sempre o dele. São de tal maneira amigos que não há reunião com a educadora deles que o assunto não venha à baila: esta amizade "mesmo grande". Ainda no outro dia quando o pai a foi buscar, já o João Pedro estava de caso vestido porque tinham combinado que vinham os dois para casa dela. Sem saber, a auxiliar perguntou mesmo se o pai dela levava os dois e ele sem saber o que fazer disse que não, nem tão pouco conhecia os pais dele. O miúdo ficou de coração partido e ela também, ao ponto do pai prometer que num dia destes ele vinha cá passar a tarde. Hoje quando a vou levar de manhã, diz-me a educadora: "olhe, a mãe do João Pedro pediu-me o seu telefone, para ver se os miúdos se podem encontrar ao fim-de-semana. Posso dar-lhe?" Disse que sim, pois claro. Organizemos pois um lanche para os dois...
Olha que esta, hein? Tão minúsculos e já namoradeiros!

quinta-feira, 10 de março de 2011

E a M, vai na mala?

Hoje fui fazer uma reportagem. Aliás, uma reportagem e uma entrevista que cheira-me que os próximos tempos não vão ser fáceis financeiramente. Com três filhos há que esquecer supostas licenças de maternidade e fazer-nos à vida. Mas como ia dizendo, hoje fui trabalhar e, para além do gravador, agenda, bloco de notas, canetas e máquina fotografica, levei a Matilde comigo. Levei sim senhora, uma bebé de três meses. E sabem que mais? Nem se espreguiçou. A dormir que nem um anjo do princípio ao fim do trabalho. Coisa mais boa da mãe...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Maizena na fralda

Vivendo e aprendendo, tal como eu gosto:
O F fez uma reacção dura ao antibiótico, que entretanto já acabou, e tem o rabiosque em bolha de tão assado que está. No sábado fez seis vezes cocó. Nunca diarreia. Mas fez tanto que chorava só de pensar que lá ia eu com os toalhetes limpar. Na segunda-feira ficou em casa para ver se não ia assim para o colégio, com aquele mau aspecto todo. E a verdade é que pensei: bom em casa sempre te vou mudando mais a fralda e pondo mais creme, que lá são muitos e cá em casa são "apenas" três. É melhor, é melhor. Hoje voltou ao colégio e nem me lembrei de contar o episódio do rabinho, já passaram tantos dias. Quando o fui buscar estava precisamente a mudar a fralda e diz-me a R: ele está muito assadinho e por isso tenho estado a pôr-lhe maizena. Faz muito bem nestes casos. Pois que eu nunca tinha ouvido falar. Em banhos com maizena quando as crianças têm varicela, pois que sabia e dei à C quando ela teve, mas pôr a farinha, tal qual o pó de talco do antigamente em cima da pele, desconhecia...
Nada como aprender. É o que eu digo, se viesse a ter 10 filhos haveria sempre qualquer coisa para aprender. Mas não, descansem os sobressaltados, não quero ter dez filhos!

Sai mais uma estátua, se faz favor

Na semana passada tive o F a semana inteira em casa, cheio de febre, e tenho para mim que a otite não ficou resolvida ao primeiro antibiótico, pela maneira como mexe no ouvido. Amanhã é avaliado pela pediatra. Tomara estar enganada. Mas como estava a dizer, na semana passada era ele cheio de febre, esta semana é o paizinho, a fazer 39º a cada 4 horas. Olha que bom, hum? Sai mais uma estátua aqui para mim, por favor, que bem mereço. Não, asinhas de anjo dispenso obrigada, que não faço intenções de me abalar para o céu tão depressa. A vida não é fácil, não é não senhora, mas gosto muito de ter os pesinhos na Terra! Obrigada.

terça-feira, 8 de março de 2011

Um exemplo

Já todos sabem que a minha filha mais velha é um exemplo. É. Não é por ser minha filha, mas é tão linda, tão linda... (e nesta altura cai baba, mas adiante) ora vejam mais este exemplo de mana mais crescida, a melhor que pode haver.
Hora do lanche cá em casa e eu sozinha com os três, que o pai ficou com febre.
Assim que começo a arranjar o lanche para os dois mais crescidos, e eles estavam com fome, sim senhora (depois do banho gostam sempre de comer!), a mana mais pequenita começa a chorar. Era hora do leite também. Passa do choro suportavel ao descontrolo total. Preparo o lanche dos mais crescidos ou dou primeiro o biberão? É que os mais crescidos têm quatro e um ano. Não são propriamente crescidos para perceberem as prioridades. Faço tudo ao mesmo tempo. Ponho o iogurte com chocapic para ela no tabuleiro, o iogurte com bolacha para ele também no tabuleiro e o biberão da bebé. Chego à sala e o que faz a mana mais crescida? Pega no lanche do mano e dá-lhe colher e colher, sem deixar cair nada. Eu dei o leite à M e só depois dos mais novos satisfeitos é que a C comeu... Falta pouco mais de um mês para fazer cinco anos, mas tem um sentido de responsabilidade fora do comum. Até comove. Ainda bem que pude dar-lhe irmãos.

Desejo de Mulher

Gostava que todas as mulheres, trabalhadoras, interessadas, profissionais e esforçadas tivessem um emprego digno. Que progredissem na carreira. Que não fossem penalizadas só por serem mulheres, por terem filhos (os chefes também nasceram de alguma mulher, ou não?), por sairem em licença de parto, por ficarem em casa quando os filhos estão a arder em febre, mesmo que isso signifique trabalhar mais nos dias a seguir, ou mesmo trabalhar a partir de casa enquanto tratam as crias. Porque isto está longe de ser uma realidade, eu, que não sou feminista nem particular fã do dia da mulher, deixo o meu desejo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval: o melhor de sempre até ver


Se não fosse pela qualidade do ensino, pelas pessoas fantásticas que conhecemos e que agora fazem parte das nossas vidas, pela qualidade de vida, que de facto aumentou, só por este Carnaval já teria valido a pena mudar os miúdos de escola, para aqui para o lado, para onde decidimos morar e onde agora, efectivamente, vivemos.
Este foi sem dúvida o melhor Carnaval de sempre: ele foi duas máscaras para cada um (princesa e enfermeira para ela, príncipe e vaquinha para ele); ele foi um desfile imenso, temático, bem conseguido, pelas ruas da vila, não uma passeata pelas redondezas da escola, mas um cortejo com direito a bombos, com muita gente a aplaudir e todos os meninos orgulhosos a acenar; ele foi brincadeiras na rua (este ano o S. Pedro também ajudou, apesar da instabilidade); ele foi uma ida ao McDonalds, ao Starbucks, lanches aqui e ali sempre com os amiguinhos da escola por perto. Lançámos muitas serpentinas, gastámos dois sacos de papelinhos, espalhámos sorrisos e gerámos muitas e muitas gargalhadas. Amanhã é o sexto dia de máscaras, os festejos começaram na quinta-feira e só não dormiram mascarados porque eu não deixei, mas de resto foi do princípio ao fim do dia trajados a rigor e com maquilhagem a condizer. Amanhã é terça-feira de Carnaval e espero que termine em beleza todo este aparato. Que ela continue a rodopiar no seu vestido de sonho, azul, e com isso a levá-lo a bater palmas. Que ela continue a espalhar pensos rápidos por todos cá de casa, que ninguém escapou à sua veia curandeira. Que ele continue de boca aberta a olhar para todos os mascarados que encontra a cada esquina…
E pensar que eu, ainda criança, cheguei a passar Carnavais, em Lisboa, em que não via um único mascarado na rua. Não gosto de balões de água nem de brincadeiras parvas, mas estou rendida a esta alegria da pequenada que traz para a rua a força total da sua fantasia.
Carnaval é isto.

Nada como arejar

Ando a acusar o cansaço acumulado dos últimos seis meses. E se foram intensos. Talvez a maior prova de fogo de toda a minha vida. A verdade é que agora não ando com paciência para nada. Nada. E isso só me faz mal. De manhã fiz um chá de camomila, para ver se ajudava e acho que sim, pelo menos psicologicamente e numa questão de nervos é isso que importa. Mas depois de almoço fui beber café com a "bi-comadre" e foi remédio santo. Nada como duas horas de conversa de gajas com os miúdos a brincar à vontade para voltar à realidade revigorada. O importante é arejar. E vai chegar o dia em que me acostume a ver os brinquedos espalhados pela casa toda sem que me importe com isso. É que com todos em casa não faço mais nada que apanhar o rasto que os miúdos deixam pelo caminho. Apre.

sábado, 5 de março de 2011

As maravilhas de Santa Quitéria


Com máscaras ou sem elas, a verdade é que o Carnaval é sinónimo na maioria das vezes de um fim-de-semana XL. É por isso que a sugestão desta semana do Vida Maravilha passa pelo norte.
À partida, um almoço em Felgueiras não é propriamente um dos destinos mais apelativos. Mas os nossos amigos garantiam: se gostam de cabrito, acreditem, vale os quilómetros. Pois que isso não é verdade, porque de facto, mesmo quem não gosta de cabrito vai agradecer os quilómetros percorridos. As coisas são mesmo assim: quando um restaurante é bom, a fama extravasa fronteiras e não há quem se negue a andar um pouco mais para experimentar afamadas iguarias. Eu, por exemplo, utilizo o pretexto de conhecer este ou aquele restaurante, para passar o fim-de-semana fora. Para conhecer mais um canto do nosso país. E de facto o Restaurante Santa Quitéria não merece que se conheça entre quilómetros. Há tanta variedade de entradas, tão bons pratos e sobremesas de bradar aos céus que não pode comer e sentar no carro rumo a casa. Mal entramos somos brindados com aperitivos como alheira com grelos, mini-croquetes e demais mini-salgados, mini espetadinhas, salada de feijão frade e uma belíssima salada mista, que não pode ser só coisas que façam mal ao colesterol. O cabrito com arroz de miúdos é digno de prémio gastronómico, assim como o próprio atendimento: pela simpatia, pela prontidão, pelo profissionalismo. No final, e ao contrário do que acontecia no passado, em que vinham bolos inteiros para a mesa e cada um cortava a fatia que queria, agora, pelas normas rígidas da Asae, vem para a mesa um prato com um pouco de cada especialidade, do bolo de bolacha, à tarte de amêndoa ou de limão.
Porque não é só o estômago que se alimenta, mas também a alma, o restaurante, encostado junto à Igreja de Santa Quitéria está bem decorado por dentro e contempla uma vista bonita e desafogada para lá dos vidros. Em duas palavras: muito bom. Fica o contacto para os interessados: telefone 255 313 712.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Francisco, o falso

Pois que afinal o miúdo estava cheio de razão para fazer febrões a cada 4 horas: nova otite bilateral aguda. A pediatra até se arrepiou com o estado dos ouvidos do F. Já está a antibiótico. Vamos ver se não é como o ano passado, com a mesma otite durante 4 meses e uma ida pouco simpática ao bloco operatório. Durante toda a semana eu mexi nos ouvidos e ele nada, nem um ai. Durante toda a semana comeu e bebeu o leite pelo biberão, sem um ai. Quem o via dizia que ele não parecia nada doente. E eu, se não fosse a pele a arder também tinha as minhas dúvidas. Não se queixa. Nada. Deve ter uma resistência à dor como poucos. Estou cheia de medo que volte a resistir aos antibióticos. No ano passado foram precisos 6. Vamos ver como corre agora.
Mas a pergunta é: pode-se confiar neste miúdo? Nem pensar. Sempre bem disposto, o falso...!

É ou não a melhor mana do mundo?

Ontem foi dia de festa na Escola da C. Cada criança ia mascarada como bem entendia. O importante era haver sorrisos para dar e vender. As meninas foram todas de princesa. De vestidos compridos, coroas na cabeça, sapatos de salto alto, lábios pintados, unhas arranjadas. A C estava radiante. Fartámos de tirar fotografias. Fui leva-la à escola com os dois mais pequenos, para regalo dela. Adora mostrar os irmãos. Como o F estava doentinho e sem grandes paciências para os crescidos, quase todos estavam de volta do ovo da M. Até que vejo a C a choramingar. "Que se passa?", perguntei. Responde ela mesmo sentida: "Estão todos a dizer que a minha mana cheira mal, mas não cheira. Ela é tão linda. Tão fofinha." A verdade é que a M, como qualquer bebé de três meses tinha acabado de fazer o seu cocó. Era só uma questão de eu mudar a fralda, coisa que fiz assim que saí dali. Mas mana que é mana fica ofendida com estas coisas! Hoje foi dia de brincadeira outras vez, mas com direito a desfile nas ruas e com fatiotas novas. Toda a sala vestiu-se de médicos e enfermeiras e mais importante que isso, a M não cheirou mal para orgulho da mana crescida!

Desbloqueador de conversa


Ando sem coragem de voltar a escrever aqui. Tudo me parece demasiao fútil face ao post anterior. Precisava assim de um desbloqueador de conversa do tipo o tempo que faz ou vai fazer, bem típico nos elevadores dos grandes edifícios empresariais! A Primavera parece querer dar ares de sua graça ali na janela da minha casa de banho e eu achei que este era o mote ideal para quebrar o gelo. Eu prometo dar notícias do JV à medida que as for tendo. Para já sabemos que a quimioterapia está a ser muito violenta. Ele está em baixo, mas a mãe muito confiante que tudo vai passar rápido. E nós temos que acreditar que sim, o JV vai vencer. Pois vai. Para já não vamos fazer nada. Primeiro há que haver uma avaliação de um psicólogo para perceber até que ponto fotografias dos amigos da escola, desenhos ou outras coisas lhe fará bem. Pode ficar triste e querer vir embora e isso nós não queremos. Queremos ajudar, não atrapalhar ainda mais. Os pais estão todos mobilizados para ajudar no que for possível. Os miúdos todos os dias pedem por ele. E por isso tudo vai acabar em bem.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Leucemia

Há vários dias que a Carolina no seu regresso a casa me vinha dizendo: “Sabes uma coisa mãe? O JV está a dormir no hospital. Está doente.” E eu lá lhe ia respondendo que às vezes era preciso, que o inverno era difícil e que a chuva assim, o frio assado e frito e cozido por aí. Cada vez que ela andava descalça em casa, lá lhe dizia “Queres ficar doente?” e ela lá respondia e dizia “Pois, o JV está no Hospital” e eu, talvez por isso, talvez pelas várias gripes e viroses que vão passando cá por casa sempre associei o internamento do coleguinha dela às gripes do Inverno. Até que esta semana encontrei duas vezes a avó e a mãe do M, chorosas, à porta da sala e a educadora a dizer que era preciso acreditar, ter fé. Fiquei com a pulga atrás da orelha. Mas o M estava com um ar tão saudável… Hoje perguntei à educadora ao qual ela me respondeu que o problema era com o JV. Está com Leucemia. Caiu-me a cara ao chão. Fiquei de queixo caído sem saber muito bem como voltar a articular uma palavra. Mas como? De repente? Quando? Porquê? Tem a certeza? E pensar que ainda há uns dias, no fim de Janeiro, precisamente na festa de aniversário do M estive a conversar com a mãe do JV. Estava tranquila, tudo ok, nada fazia prever. Ao que parece ele estava a perder peso, não tinha grande apetite e a mãe levou-o ao hospital. Está no IPO e já começou a quimioterapia na sexta-feira passada. Hoje, passei o dia todo a pensar nisto. A palavra Leucemia parece um reclame luminoso a piscar dentro da minha cabeça. Só a palavra, o nome da doença, causa-me arrepios. Escrevi uma carta à educadora. É preciso agir, é preciso movimentarmo-nos. Fazer alguma coisa. Se não for uma campanha de dadores de medula óssea (que era bonito de ver e com uma comunidade tão grande que é a escola com certeza iríamos abrir esperanças para muita gente), pelos menos a junção de algum dinheiro para a compra de um presente para mandar ao JV, com uma fotografia dos amigos. Uma coisa sem dramas, mas com graça, para ele rir e fazer rir a mãe também. Não consigo imaginar a dor da mãe dele. Não faço ideia o que é estar naquela situação. Deve ser horrível e um carinho, por mais simbólico que seja vai fazer-lhe bem com certeza. À tarde encontrei a representante dos pais da sala e contei-lhe da minha proposta. Aceitou de imediato e amanhã entrego-a à Educadora. Não quero salvar o mundo (se pudesse salvava), quero apenas ajudar quem precisa hoje. Amanhã posso ser eu a precisar. E no fundo, o que proponho não é fazer nada, mas apenas mobilizar os pais e ficarmos de bem connosco mesmo. Quem consegue ficar indiferente?

Histórias com gente dentro

O que eu gosto de ver este programa. Belíssimas reportagens. Felizmente que regressou à SIC, logo após o Jornal da Noite. Hoje não dá por causa do Benfica - Sporting para a Taça da Liga, mas amanhã regressa. E depois de amanhã, e depois de depois de amanhã... Não perco. É por trabalhos destes que gosto de ser jornalista.

terça-feira, 1 de março de 2011

Afinal

Parece que não foi só ontem o dia engraçado. Cheira-me que é a semanita toda. Com febre a cada 4 horas, a pespectiva não é das melhores.