sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

“Na sombra do caçador”, simplesmente genial


Dizer que este filme é uma das coisas mais fabulosas que já vi no cinema, corresponde inteiramente à verdade. Há minha verdade. Gostei mesmo de ver “Na sombra do caçador”. Não li criticas, nem me aprofundo sobre desempenhos de A, B, ou C, nem tão pouco quero pesquisar sobre a produção. Gostei, pura e simplesmente. No inicio do filme alertam-nos em forma de legenda para que unicamente “as coisas mais improváveis são as únicas que partem de factos reais”, para percebermos no final, que ali tudo é real, excepto as cenas hilariantemente criadas pelos produtores para nos arrancarem gargalhadas dentro de um assunto tão sério, como a guerra ou o terrorismo. A história é essencialmente passada na Bósnia e ainda que seja no pós-guerra, passados cinco anos, leva-nos ao passado para perceber porque é que um jornalista insiste em procurar o verdadeiro responsável por aquela chacina que o mundo inteiro conheceu. O jornalista, brilhante por sinal, viu morta, assassinada depois de violada, a mulher que amava e que esperava um filho seu. Só porque sim, só pelo prazer de matar. Ele sabe quem foi e nunca esquece. Por não conseguir ultrapassar o episódio, assume toda a perturbação em directo na televisão. Diz o que lhe passa na cabeça, directamente do fundo da alma, sem pensar em mais nada. Porque há uma grande diferença entre o que os jornalistas vêem, o que eles podem dizer, o que os outros querem que eles digam e o que os espectadores querem ouvir. Resultado: é completamente anulado no mundo do jornalismo, ao ponto dos amigos pensarem que morreu. Mas não, ele continua bem vivo e encarrega-se de procurar ele próprio, sem armas, sem medos, o maior criminoso do mundo. Com passagens absolutamente geniais, este filme ridiculariza-nos a todos, por acreditarmos que o mundo inteiro está empenhado em acabar com os crimes e terrorismo. Mostra que, efectivamente, quem procura encontra e se os grandes do mundo não encontram quem nós queremos, se calhar é porque não querem mesmo encontrar. Com distribuição da Lusomundo e com Richard Gere e Terrence Howard nos principais papéis, este filme estreia em Portugal na próxima quinta-feira, dia 6 de Março. Eu recomendo.

Dias da Música do CCB mais abrangente


Estive na apresentação da edição 2008 dos Dias da Música, no Centro Cultural de Belém, e posso dizer-vos que este ano o programa não só me parece mais abrangente como até mais interessante. No ano passado, o festival, assumidamente um festival de música erudita, tinha como tema o piano, enquanto que este ano elege como fio condutor a música tocada em conjunto e, por isso por muitos instrumentos. “Duos, Trios, Quartetos e outras Boas Companhias” é o tema por excelência da edição deste ano, que acontece dias 18, 19 e 20 de Abril, e permite percorrer vários géneros musicais. Na conferência de imprensa, que acompanhei em reportagem para o Jornal da Região, Miguel Coelho, director do Festival, garantiu que não vai haver concertos de apenas música antiga, ou música contemporânea, mas que cada concerto vai permitir traçar uma linha pela história e variações da música. De todo o programa, destaco o concerto de jazz fora de horas, de sábado, dia 19, pelas 23h30, que junta em estreia mundial o pianista português Bernardo Sassetti e o Will Holshouser Trio (na foto), que conjuga Acordeão, Trompete e Contrabaixo. Os bilhetes para o Festival já estão à venda e o ingresso que dá acesso aos 70 concertos agendados, custa apenas 6 euros. Tomem nota!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Bilhetes do Rock in Rio já à venda


Estão à venda a partir de hoje os bilhetes para o Festival Rock in Rio 2008. Agendado para dois fins-de-semana, aliás como é hábito da organização que trás pela terceira vez o evento a Lisboa, o Rock in Rio acontece neste ano nos dias 30, 31 de Maio e 1 de Junho, e dias 5 e 6 de Junho. Os bilhetes custam 53 euros e podem ser comprados nos Balcões do Millennium, na Fnac, no site oficial do evento www.rockinrio-lisboa.sapo.pt ou ainda através do Call Center 707 242 008. Quem tem o cartão de pontos da BP (BP Premierplus) pode usufruir do preço especial de 25 euros por bilhete com a junção de 1500 pontos. Atenção a quem vem do Norte, a organização criou o Rockcard que inclui bilhete de um dia para o Festival, viagem de Comboio e ainda viagens em Lisboa pela Carris o preço é de 62 euros.
Deixo o cartaz do Palco Mundo já definido até ao momento, com a salvaguarda de que os Cubanos Orishas vão estar presentes, garantidamente, mas sem data ainda definida.
Dia 30 de Maio – Lenny Kravitz, Amy Winehouse (na foto), Ivete Sangalo e James Morrison
Dia 31 de Maio – Bon Jovi, Alejandro Sanz, Alanis Morissette e Skank
Dia 1 de Junho – Rod Stewart e Joss Stone
Dia 5 de Junho – Matellica, Machine Head, Apocalyptica e Moonspell
Dia 6 de Junho – Linkin Park e Kaiser Chiefs

Roteiro para este fim-de-semana


Estreia hoje em todo o país, o vencedor do Óscar de Melhor Filme “Este País não é para Velhos”, sendo pois um dos principais pontos de referência para estes dias de descanso que se aproximam. No entanto, a nível de espectáculos de palco, não podia deixar de recomendar o concerto de liberdade (artística e criativa) que Jorge Palma promete oferecer amanhã, no Grande Auditório do CCB, já amanhã.
ESTREIAS DE CINEMA
Este País não é para Velhos (comentário publicado) – Amoreiras, Campo Pequeno, El Corte Inglés, Londres, Monumental, Twin Towers, Vasco da Gama, Beloura, CascaiShopping, LoureShopping e Oeiras Parque
Penelope (comentário publicado) – Alvaláxia, Colombo, El Corte Inglés e CascaiShopping,
Diário de uma Nanny – Colombo, Saldanha Residence, Vasco da Gama, Cascais Villa e Odivelas Parque
Seda – Alvaláxia, Campo Pequeno e El Corte Inglés
Acordado – Alvaláxia, Colombo e El Corte Inglés
Garage - King
MÚSICA
“Carta Branca a Jorge Palma” (na foto*), é um concerto que promete novos sons, esta sexta-feira, dia 29, no Centro Cultural de Belém. O músico português vai apresentar novos temas e adaptar outros já tão nossos conhecidos, na companhia do Quarteto Lacerda (Cordas). O espectáculo acontece a partir das 21 horas e tem bilhetes de 15 e 20 euros.
Herman José apresenta-se em forma de cantor, também esta sexta-feira, dia 29, no Centro Cultural Olga Cadaval. O maior humorista português quer recordar os seus maiores êxitos de cantorias e, claro, dar um ar da sua graça, literalmente! O espectáculo, que começa às 22 horas, é indicado para maiores de 16 anos.
CRIANÇAS
O Ruca está no sábado, dia 1 de Março, no Pavilhão Atlântico. Com sessões às 11h, 15h e 19 horas, o boneco conhecido dos mais pequeninos vai oferecer à mãe um concerto em forma de festa surpresa. A ideia é colocar os miúdos a cantar com as personagens daquele desenho animado. Bilhetes entre os 15 e 35 euros.
* Fotografia de Rita Carmo, cedida pelo CCB para imprensa.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sensualidade e ousadia dos Momix


É absolutamente extraordinário o espectáculo que os Momix estrearam ontem no Auditório dos Oceanos em Lisboa. “Opus Cactus” vai ficar em cena até dia 16 de Março e tem quadros verdadeiramente incríveis que saltitam entre a dança vanguardista e jogos de luzes e sombras. A começar pela banda sonora de todo o espectáculo que, confidencio-vos, se o Casino Lisboa, tivesse ali uma banca com os CD’s, no final da apresentação, eu seria daqueles que sem qualquer dúvida teria comprado um, tudo ali parece escolhido a dedo. Mas o mais notável, é que tudo parece perfeitamente natural e sem exigir qualquer esforço. Mas como é que isso pode ser possível quando, por exemplo, as bailarinas (ou serão acrobatas?!!) conseguem equilibrar-se com os joelhos apoiados nas mãos dos seus pares enquanto estes deslizam em skates muito lentamente (o que convínhamos é muito mais difícil, certo?). Elas parecem que andam no ar. Quando saltam parecem que têm molas nos pés e conseguem até ficar suspensas muito mais tempo do que o normal. O primeiro número é absolutamente encantador, o que se mostrou numa promessa de um óptimo espectáculo. Ali encontramos uma menina/mulher a rebolar e a saltar de uma cama de rede para o chão. Até a nós nos apetece ir para ali. Há ainda números que nos lembram outras paisagens, como países islâmicos ou árabes, mas também danças tribais ou um cheirinho de oriente com um número de leques gigantes. O deserto também marca presença, com um desfile de criaturas de várias pernas e braços conseguidas com a sobreposição dos diferentes bailarinos. São momentos muito intensos, muito diferentes do que até aqui foi feito. O espectáculo está em cena de terça-feira a sábado, às 22 horas, e sábados e domingos também às 17 horas. Bilhetes entre os 30 e 35 euros.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

“Os Falsificadores” – outra questão de consciência


Venceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e parece-me acima de tudo um filme obrigatório para quem gosta de histórias verídicas, fortes e sobretudo para quem não quer deixar cair no esquecimento as atrocidades que se passaram nos campos de concentração nazis durante a segunda guerra Mundial. Já “A Vida é Bela”, do italiano Roberto Benigni, foi mestre em mostrar-nos aquele terrível período da história europeia e também ele ganhou o mesmo prémio da Academia de Hollywood, no final dos anos 90. Este filme não lhe fica atrás. Mas não tem humor. Não tem fantasia. É duro e puro. É o mesmo tema, mas pegando numa outra perspectiva. Não que agora o enfoque sejam os nazis e não os judeus. Não, mais uma vez, a história acompanha os martírios dos condenados a morrer ou a sofrer horrores que não desaparecerão pela vida inteira. Não podem desaparecer. Neste filme conhecemos um grupo de homens, judeus, também, mas com o dom de saberem falsificar notas. São gráficos, artistas ou tipógrafos. São peritos em falsificar notas e por isso são lhes dados privilégios que mais nenhum outro judeu, em qualquer campo de concentração tem. Uns têm princípios, outros nem tanto, apenas querem sobreviver e sujeitam-se à missiva, mas todos eles sabem que paredes meias com eles, vivem outros homens iguais a si próprios, mas que morrem em todos os segundos, ou em câmaras de gás, ou fuzilados, ou torturados, ou mesmo à pancada. Será que vivem bem com aqueles privilégios que têm, de comida e roupa lavada, em nome de fazer enriquecer os alemães que os vigiam? É essa a questão deste filme que mostra, definitivamente que o maior castigo que um judeu poderia dar a um nazi era sobreviver a um campo de concentração. E eles sobreviveram. O filme é austríaco, realizado por Stefan Ruzowitzky. As imagens são muito escuras, porque o assunto é negro, talvez. E atenção aos mais susceptíveis às mudanças de plano nas filmagens: há passagens muito rápidas, há imagens desfocadas, enfim, por vezes não é propriamente fácil prender os olhos ao ecrã. O filme estreia dia 6 de Março.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

E o Óscar foi para…


Numa noite de algumas surpresas, relativas porque em principio todos os nomeados têm sempre as mesmas probabilidades de vencer, eis que este ano, os grandes vencedores da noite das estatuetas douradas da Academia de Hollywood foram: “Este País não é para Velhos”, os seus criadores irmãos Coen e o cinema europeu! Javier Bardem era o meu grande favorito para o Óscar de Melhor Actor Secundário, foi a única ‘aposta’ que fiz aqui, no dia 14 deste mês, dia em que vi o filme, e claro não podia ter ficado mais satisfeita com a ida de uma estatueta daquelas aqui para a vizinha Espanha! Surpresa maior foi o facto de Cate Blanchett ter perdido o Óscar para Melhor Actriz para a francesa Marion Cotillard, com “La vie en Rose”. De destacar também o facto do grande eleito nos Globos de Ouro “Expiação” ter apenas conquistado um prémio (melhor Orquestração).
Aqui fica a lista dos vencedores.
Melhor Filme – Este País não é para Velhos
Melhor Realização – Ethan Coen e Joel Coen (Este País não é para Velhos)
Melhor Actor – Daniel Day-Lewis
Melhor Actriz – Marion Cotillard
Melhor Actor Secundário – Javier Bardem
Melhor Actriz Secundária – Tilda Swinton
Melhor Filme Estrangeiro – Os Falsificadores
Melhor Filme de Animação – Ratatui
Melhor Argumento Original – Diablo Cody (Juno)
Melhor Argumento Adaptado – Ethan Coen e Joel Coen (Este País não é para Velhos)
Melhor Fotografia – Haverá Sangue
Melhor Direcção Artística – Sweeney Todd: o Terrível Barbeiro de Fleet Street
Melhor Guarda-Roupa – Elizabeth – A Idade do Ouro
Melhor Som – Ultimato
Melhor Montagem – Ultimato
Melhores Efeitos Visuais – A Bússola Dourada
Melhores Efeitos Sonoros – Ultimato
Melhor Caracterização – La vie en Rose
Melhor Documentário – Táxi to the Dark Side
Melhor Curta-Metragem Documental – Freeheld
Melhor Curta-Metragem – Le Mozart des Pickpockets
Melhor Canção Original – Falling Slowly
Melhor Orquestração – Expiação




Nota Final só para alertar para a data de estreia em Portugal de "Este País não é para Velhos" - esta quinta-feira, dia 28 de Fevereiro.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Mayra Andrade em digressão nacional - obrigatório


Costuma-se dizer que o melhor improviso é o que está escrito. Nos concertos de Mayra Andrade não sabemos se está escrito ou não, mas tudo cheira a improviso, a feito no momento, a especial para aquela hora, a liberdade total. Mayra Andrade começou ontem no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, uma curta mas intensa digressão nacional, com passagem por Setúbal, hoje, Lisboa, domingo, no São Luiz Teatro Municipal, em Coimbra, na próxima sexta-feira, Braga, no sábado e Porto no domingo. Pois eu estive ontem no concerto de Sintra e só posso dizer uma coisa: espectacular. Foi muito bom. Mayra Andrade é bonita, tem música no corpo, parece que tudo lhe é genuíno, sem esforço. Canta, dança e toca de uma forma tão leve, como nós a olhamos, assim mesmo, abismados. Não sabemos se será ou não a vencedora do Prémio BBC na categoria de prémio revelação, para que está nomeada, mas isso será um pormenor, porque definitivamente ela tem um imenso talento, indiscutível. Cada vez mais imponente no universo da World Music, Mayra consegue levar-nos numa mesma música de África ao Brasil. As mornas, coladeiras e funanás, das suas raízes africanas de Cabo Verde, misturam-se com ritmos de samba e até conseguem rasar influências de jazz. Mais, Mayra Andrade ainda consegue presentear os portugueses com uma alma fadista que arrepia quem escuta a sua poderosa voz. Simples e desprovida de grandes adereços, até o palco é sóbrio, Mayra Andrade não tem medo de deixar brilhar os seus músicos, retirando-se até do palco para os deixar criar à vontade. O despique com o baterista José Luis Nascimento foi um dos pontos mais altos do concerto de ontem. A relação com o público também é feita de laços fortes, com a cantora a confidenciar histórias, a pedir que a acompanhem com voz e palmas e também a pedir à produção para acender as luzes e poder olhar nos olhos quem a ouve. Ainda que Lisboa já esteja há muito esgotado, recomendo que não percam um dos outros concertos desta digressão. Notável.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Um conto de fadas chamado “Penélope”


“O problema não está na maldição, mas sim na importância que lhe damos”. É esta a mensagem que o novo filme “Penélope”, que estreia dia 28 de Fevereiro, a próxima quinta-feira, quer passar. Com Christina Ricci, James McAvoy, Catherine O’Hara e Reese Witherspoon, o filme é uma espécie de conto de fadas, passado nos nossos dias e com situações bastante cómicas. Não é infantil, mas dispõe bem qualquer família, ainda que não lhe possamos chamar de comédia hilariante. A história gira em torno de uma maldição que se abateu numa família, depois de um antepassado ter engravidado uma criada e não ter casado com ela. A mãe da abandonada lançou um feitiço, de que a próxima mulher a nascer daquela família teria nariz de Porco, mais precisamente focinho de Porco, à séria! Para quebrar o feitiço, essa mulher teria que ser aceite no seu seio tal como é. E ela nasce. Penélope é bonita e endinheirada, mas qualquer um se assusta de morte quando a vê, com aquele focinho no lugar no nariz. A mãe insiste em procurar um noivo, no seio aristocrata para acabar com aquela maldição, mas na verdade bastava a própria mãe amar aquela filha tal qual ela veio ao mundo. Não é a mãe que quebra ao feitiço, mas ela própria, quando se assume perante a sociedade como tal, sem vergonha de si própria e descobre que afinal gosta de si como realmente é. A mensagem é importante e o filme tem com momentos. É descontraído para ver numa noite de domingo e pensar em começar bem a semana. A distribuição é da Lusomundo.

Por falar em coisas para pequenotes…


A ver pelos “Ehhhh ehhhh” acompanhados de palmas em cada pausa das canções, proferidos pela minha mais-que-tudo, acredito que o novo CD do Ruca, editado pela Lemon, propositadamente para o espectáculo de sábado dia 1 de Março, no Pavilhão Atlântico, venha a ter grande êxito. Estive ontem no mini ensaio de imprensa do espectáculo. Um ensaio que como sempre nas acções da Lemon, foi acompanhado por crianças, e posso dizer que realmente eles adoram aquele bonequinho careca. Claro que os mais pequenitos não quiseram dar um abraço ao Ruca, mas ficaram contentes com os autocolantes e cantigas dele. O espectáculo dura pouco mais de uma hora e vai ter intervalo, pelo que não se torna saturante para os mais novos que estão incumbidos de ajudar o Ruca a dar um concerto à mãe como prenda de anos, numa festa surpresa. Os espectáculos acontecem às 11, 15 e 19 horas, sendo que nesta última sessão e mediante a compra de um ingresso especial, o público de palmo e meio pode conhecer pessoalmente o Ruca e tirar uma fotografia com ele. Bilhetes entre os 15 e 35 euros. Fica o recado para quem tem gente miúda em casa: falta uma semana para o Ruca estar no Pavilhão Atlântico.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O novo “Patinho Feio”

Como é que um cisne pode ser filho de um rato?? Por mais feio que o primeiro seja, não há volta a dar, mas na nova versão do clássico de Hans Christian Andersen, “O Patinho Feio”, a estrear dia 6 de Março pela Lusomundo, tudo é possível. Possível, encantador e divertido. Com dobragem em português, “O Patinho Feio e Eu” é o verdadeiro filme infantil. Não se trata de uma animação direccionada para os pais, mas uns desenhos animados que os mais pequeninos vão adorar. Com a participação especial de Rita Pereira, Paulo Pires e da incontornável Cláudia Cadima, para nós sempre associada às mais diferentes vozes de bonecos, o filme é muito ternurento. Partindo daquela premissa de um patinho nascer tão feio, tão feio, que todos gozam com ele, até que quando é verdadeiramente amado se transforma num lindo cisne, tal qual conto de fadas, este filme centra-se na história de um rato. Um rato também nada bonito, mas muito mais feio por dentro. Ambicioso até mais não, ele quer transformar o patinho numa atracção de feira, mas é obrigado a perfilhá-lo e o elo entre os dois só pode ir aumentando, como seria de esperar numa história de encantar. Perseguido por uma antiga namorada, o Rato teme pela vida, mas afinal tudo não passa de um estratagema para o levar a subir ao altar. Cabe ao filho do coração salvar o pai da forca! Não deixem de levar os vossos pequenos ao cinema. Eu vi hoje, gostei e por isso recomendo. A miudagem vai gostar! Volto a repetir: estreia dia 6 de Março.

Roteiro para este fim-de-semana


São poucos mas bons os filmes que estreiam esta semana, a poucos dias do veredicto dos Óscares, que é no domingo. Se tiverem que optar por ver um, digo que é difícil, mas optaria por Juno. Quanto ao resto, também há fortes motivos para não ficar em casa, apesar dos alertas de chuva…
ESTREIAS DE CINEMA
Juno (comentário publicado) – Alvaláxia, Amoreiras, Campo Pequeno, Colombo, El Corte Inglés, Saldanha Residence e CascaiShopping
Michael Clayton: uma questão de consciência (comentário publicado) – Alvaláxia, Campo Pequeno, Colombo, El Corte Inglés, Fonte Nova, Monumental, Londres, Twin Towers, Vasco da Gama, Atlântida Cine (Carcavelos), Beloura, Cascais Villa, CascaiShopping, LoureShopping, Odivelas Parque e Oeiras Parque
Persépolis – Alvaláxia e El Corte Inglés
MÚSICA
Com Lisboa esgotado, no domingo, há a possibilidade ainda de assistir ao concerto de Mayra Andrade no Centro Cultural Olga Cadaval, esta sexta-feira, dia 22, às 22 horas. Com um estilo próprio que mistura mornas com influências de jazz e música brasileira, a cantora de Cabo Verde impõe-se na world music. Bilhetes entre 15 e 25 euros.
DANÇA
“Impressing The Czar” (na foto*) é um espectáculo que mistura a tradição do ballet clássico com danças tribais e artes visuais. É apresentado esta quinta e sexta-feira, dias 21 e 22, às 21 horas, no Grande Auditório do CCB. Bilhetes entre os 15 e 30 euros.
CRIANÇAS
A sala de ensaio de CCB tem, de 23 a 26, um espectáculo direccionado para crianças entre os 6 e 12 anos, com actores de carne e osso e fantoches. “Qaribó” é levado à cena pelo Teatro Regional da Serra de Montemuro. Bilhetes de 2 euros durante a semana e 4 euros durante o fim-de-semana.
* Fotografia de Karina JAGER, cedida para imprensa pelo CCB

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Mariza, Patrice e Chiclete com Banana no Delta Tejo


Foi ontem apresentada a segunda edição do Delta Tejo, que no ano passado aqueceu o Alto da Ajuda. Marcado para os dias 18, 19 e 20 de Julho, no mesmo espaço em Monsanto, onde há acesso de vários autocarros e há estacionamento, o festival que se centra na música dos Países Produtores de Café tem como cabeça de cartaz a portuguesa Mariza, o jamaicano Patrice e os brasileiros Chiclete com Banana, que fazem ali a sua estreia em Portugal. O cartaz só vai estar concluído em Março, mas vai contar com muitos mais nomes, não só no palco principal como num outro alternativo onde vão actuar, por exemplo, os Couple Coffee, uma dupla brasileira que ontem animou a apresentação do festival, na Fnac do Chiado. Eu vi e gostei muito do que ouvi, em especial a adaptação das músicas do nosso Zeca Afonso. O festival tem o preço de 25 euros, para bilhete diário, ou 40 euros, no passe de 3 dias. (Reportagem mais alargada no Jornal da Região de Lisboa, a publicar nesta sexta-feira, dia 22. Estejam atentos!)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Para quem é fã de festivais…


Já é conhecido mais um nome para juntar ao cartaz do Rock in Rio Lisboa 2008. A organização, que apresenta amanhã o novo palco onde vão acontecer alguns dos concertos, anunciou no final da semana passada a vinda de Rod Stewart no dia 1 de Junho, o terceiro dia do festival. Por coincidir com o Dia Mundial da Criança, a organização decidiu também que neste dia as crianças até aos 10 anos de idade têm entrada gratuita. Fica o apontamento, para quem não gosta de perder o frenesim dos festivais de música. Rod Stewart já actuou três vezes em Portugal, sendo que a última vez aconteceu no último mês de Outubro, no Casino Estoril.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Pequeno-almoço na Ponta do Sal


Munam-se das revistas da semana, dos jornais de sábado e até daquele livro há muito colocado de parte com a etiqueta mental “Para Ler”. Pequem em tudo e vão neste fim-de-semana tomar o pequeno-almoço à Ponta do Sal, ali, em S. Pedro do Estoril, enfiado no mar e com uma vista aberta para o mundo. É assim que vejo este sítio, não criado há pouco tempo, talvez há uma meia dúzia de anos ou nem isso, mas que já faz parte dos hábitos de quem anda pela Linha. A vista não podia ser melhor, nem tudo o resto. Quando entramos, invade-nos logo o cheirinho de bolos acabados de fazer. Os preços não são proibitivos. E se depois de um pequeno-almoço onde não conseguimos resistir a uma guloseima que nos acompanhou tão bem nas nossas leituras, ficarmos com a consciência pesada, podemos sempre dar corda aos sapatos e fazer uma caminhada ali mesmo. Respirar ar e dar uma sacudidela ao stress da semana. Sabe bem estar ali.
Quem não pode passar por lá de manhã, pode sempre fazê-lo à tarde, mas arrisca-se a não ter mesa na esplanada e ela é realmente fundamental para retemperar energias. Centro de Interpretação ambiental, este espaço acolhe muitas iniciativas como ateliês, conferências e exposições temporárias, mas tudo a uma escala reduzida porque o interior não é assim tão grande, felizmente, já que se torna muito mais familiar. O estacionamento não se paga, a cafetaria é óptima (como comecei por fazer referência) e, porque também é importante, as casas de banho são muito agradáveis. A das senhoras tem berçário (as mães sabem como isto é importante) e há uma especifica para deficientes, como aliás está também acessível a cadeiras de rodas todo o espaço. Ir até lá numa manhã sem pressa é como dar um mimo a nós próprios. Tomem nota. Fica na Marginal, claro está, pouco depois da Colónia Balnear O Século, para quem vem de Lisboa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

“Pai em Construção” – outro livro que, se ainda não se fala, deve-se vir a falar… e bem!


O titulo desta mensagem saiu-me maior que a encomenda, mas de facto e na sequência da minha recomendação anterior não podia ser outro. Há dias recebi um press sobre o livro “Pai em Construção”. O facto de dizer logo à cabeça “com ilustrações de Nuno Markl” foi mais do que meio caminho andado para ficar hiper curiosa com o conteúdo das palavras. Porque só podia ser um livro bem disposto, senão não faria sentido ter a mão de Nuno Markl. E, claro, que assim é. Recebi-o hoje aqui na minha mesa de trabalhos e só de ler as primeiras páginas posso assegurar-vos que é um testemunho em primeira pessoa muito peculiar sobre a questão de “ter um filho” ou melhor como ele corrige e realmente faz toda a diferença “ir ser pai”. Com assinatura de Francisco Abelha, outrora jornalista e actualmente à frente da escrita de guiões para televisão, o livro, também pequenino como outro, jeitosinho por isso para levar como companhia em qualquer viagem, não é só interessante para homens, já pais ou em vias de o ser. É tão divertido perceber como o sexo oposto recebe a noticia do “Estou grávida”, sem falsas modéstias ou sentimentalismos, que acho até mais engraçado ser lido por mulheres do que por homens. Francisco Abelha é ele próprio pai de duas crianças e acredito piamente que tudo o que ali escreve saiu-lhe directamente do coração, sem estar muito tempo a fermentar no cérebro, ainda que saibamos que todos os livros são revistos, aconselhados e editados! Deixo aqui as duas citações que a editora Verso da Kapa elege para a lombada interior do livro e que são de facto uma boa amostra do que ali se diz. “…fui acordado pela minha mulher com a noticia que tinha entrada em trabalho de parto. E eu ia entrando em coma. Não se acorda ninguém assim. Foi um milagre eu conseguir voltar a falar e a articular os músculos da cara.” (pág. 35); “Numas ilhas japonesas, a mulher que dá à luz fica na cama, envolta numa faixa e durante o mês que se segue ao parto é alimentada e tratada por avós, tias e primas. No Ocidente, também se aconselha a que a mulher reduza a actividade e procure recuperar fisicamente do esforço do parto. Mas, felizmente, estamos longe do exagero nipónico de as enfaixar. Caso contrário, cabia-nos a nós, a viver na cidade longe de avós, tias e primas, tratar não só dos bebés, como também das múmias”. (pág. 43).

“7 anos de mau sexo” – o livro de que se fala


A capa refere como que em nota de rodapé “*Crónicas constrangedoras ilustradas por Mónica Catalá”, pois eu acrescentaria, magnificamente ilustradas, porque se os textos são muito divertidos, porque são, os bonecos que os acompanham não podiam ser melhor. Têm assim um ar a atirar para o sádico, como se nos piscassem os olhos para a malandrice! Ana Anes, que já passou por vários meios de comunicação social, como o Independente ou Correio da Manhã, aventura-se agora numa faceta literária, mas sempre com o mesmo tom: a irreverência. Diz não ter medo da ousadia e isso mesmo é reflectido neste livro em que alguns gostavam de colocar uma bolinha encarnada no topo superior direito. Organizado de forma crescente “Crónicas de 1 malagueta”, Crónicas de 2 malaguetas” e “Crónicas de 3 malaguetas”, “Sete anos de Mau Sexo” diz tudo aquilo que já nos passou pela cabeça, mas que optámos por não deixar escapar pela boca. Deixo-vos apenas o título de algumas crónicas para terem uma ideia: “O rabiosque do Dr. Portas”, “Os Homens e os minetes”, “Sexo e extensões não obrigada” ou “A questão pós-coital”. Confesso alguns deles não tive coragem de escrever aqui!! Mas, enfim, acho que com estes títulos dá para ter uma ideia do que aquelas palavras nos dizem. O livro é pequeno, muito jeitosinho (!) para ter sempre à mão, trazer na mala, deixar na mesinha de cabeceira. Não só nos ajuda a dormir melhor, bem mais divertidas, como pode ter alguns conselhos para quem está a dormir ao nosso lado! A maior parte das crónicas aqui reunidas já foram publicadas em várias publicações, como “O Independente”, “O Destake” ou a “Maxmen”. Ainda só consegui ler meia dúzia, mas não acredito de ter acertado em cheio nas melhores…
O livro tem prefácio de João Pereira Coutinho e pertence à colecção “Pecado Original” da Guerra & Paz. O preço recomendado é de 13,30 euros.
O meu muito obrigada à Tânia Raposo, da editora Guerra & Paz que, depois de eu ter faltado à apresentação oficial do livro, que decorreu na semana do Carnaval em Lisboa, não deixou de me enviar um exemplar aqui para a redacção.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Este País não é para Velhos - Poderoso


Ando aqui às voltas para tentar encontrar um adjectivo para “Este País não é para velhos”, o filme que fui ver hoje e que está nos lugares da frente da corrida dos Óscares. Nomeado para melhor filme, melhor actor secundário (Javier Bardem) melhor realizador (Ethan e Joel Coen) e melhor adaptação, este é um filme, vamos lá, brutalmente forte. É uma autêntica chacina de duas horas, mas garanto-vos: se não morresse toda aquela gente, se não mostrasse todo aquele sangue, se não tivesse o fim que tem, o filme não valia tanto como vale. Ainda que não tenha visto todos, arrisco-me a dizer que, pelo menos o Óscar para Melhor Actor Secundário é perfeitamente legítimo se for entregue a Javier Bardem. Ele próprio ganhou o Bafta deste ano na mesma categoria para quem está nomeado para os Óscares. Está impecável. Faz um papel poderosíssimo. É um serial killer louco e só de olharmos para ele temos arrepios. Tem um olhar completamente desvairado, mas sem nada de cómico. É aterrador. Acho que o filme não deixa ninguém indiferente porque mexe com as nossas crenças e esperanças. Gostamos de acreditar que tudo vai acabar em bem, mas aqui isso não acontece. É um filme que exige a nossa atenção do primeiro ao último minuto. Não estou a falar metaforicamente. As primeiras palavras são essenciais e as últimas também. Passamos o filme todo com o coração nas mãos sempre em alerta total. O assunto gira em torno do tráfego de droga e todo o dinheiro que isso implica, e passa-se na fronteira dos Estados Unidos e México. Percebe-se logo no início que as coisas correm mal, mas não imaginamos que esse mal é mesmo muito mal. Vão ver. Estreia dia 28 deste mês.

Roteiro para este fim-de-semana


Como é hábito aqui ficam algumas dicas para o fim-de-semana que se avizinha. Na música não falo do esgotadíssimo concerto dos 30 seconds to Mars, no Coliseu dos Recreios, porque já não posso dizer a ninguém para ir que não tenha os bilhetes consigo há muito e quem os tem não precisa que eu lhes diga para ir, certo?! Ficam pois outras alternativas. É isso mesmo que se pretende deste sítio…
ESTREIAS DA SEMANA
Haverá Sangue (na foto) – Alvaláxia, Amoreiras, El Corte Inglés, Londres, Monumental e Cascais Villa
P.S. Amo-te (comentário publicado) – Campo Pequeno, Colombo, El Corte Inglés, Monumental, Twin Towers, Vasco da Gama, CascaiShopping, Cascais Villa, LoureShopping e Odivelas Parque
O Menino de Cabul – Alvaláxia, El Corte Inglés e Twin Towers
Contra-Investigação – Amoreiras,
Jumper – Alvaláxia, Campo Pequeno, Colombo, El Corte Inglés, Twin Towers, Vasco da Gama, Beloura, CascaiShopping, Dolce Vita Miraflores, Feira Nova Mem Martins, LoureShopping, Odivelas Parque e Oeiras Parque
Três Tempos – King
O Voo do Balão Vermelho – King
MÚSICA
André Sardet inicia esta sexta-feira, dia 15, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, a sua Eco Tour. Uma digressão assente no álbum “Acústico” e que pretende reduzir em 1/3 a energia que foi gasta nos espectáculo de 2007. O concerto começa às 22 horas e os bilhetes custam entre os 15 e 20 euros.
No sábado, dia 16, o Centro Cultural de Cascais recebe a visita do “Portugal Jazz – Festival Itinerante de Jazz” que tem percorrido vários concelhos desde o ano passado. O concerto por estas bandas é protagonizado por Filipe Melo e Bruno Santos, a partir das 21h30.
CRIANÇAS
O Teatro Tivoli tem em cena “Peter Pan – O Musical”, protagonizado por Jorge Kapinha, como Capitão Gancho, Bruno Veloso, como Peter pan, e Ana Sofia Gonçalves, como Sininho. Com preços entre os 7,50 e 25 euros, o musical está em cena até dia 24, de terça-feira a sábado, às 21h30, e sábados e domingos, também às 16 horas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

“Michael Clayton – uma questão de consciência”… literalmente


Sempre tive muita dificuldade em perceber como é que um advogado conseguia defender alguém que sabia ser culpado de um crime. Um dia em conversa com uma amiga, advogada de profissão, ela explicou-me que nesses casos não se trata de defender a pessoa, propriamente, mas sim tentar atenuar a pena. Aceitei, como aceito que todos têm direito a falar, mas sinceramente continuei sem perceber como é que alguém conseguia viver bem com o factor de ter trabalhado em prol de atenuar qualquer tipo de castigo a quem não merece. É disto mesmo que trata “Michael Clayton – Uma questão de consciência”, na tradução portuguesa. O filme está nomeado para seis Óscares, entre as categorias de Melhor Filme, Melhor Realização (Tony Gilroy), Melhor Actor Principal (George Clooney), Melhor Actor Secundário (Tom Wilkinson), Melhor Actriz Secundária (Tilda Swinton) e Melhor Argumento Original. Ainda não vi todos os filmes candidatos à estatueta de Melhor Filme, nem tão pouco os apenas relativos a melhor Actor. Não posso por isso dizer se vai ou não ganhar algum prémio, mas asseguro que merece de facto estar na lista dos candidatos. Especialmente no que respeita ao trabalho de George Clooney, que é definitivamente muito bom. Este é um filme que vive da personagem. Está centrado nela. Vemos as coisas pelo olhar daquele homem, do Michael Clayton, um misto de advogado/detective, actualmente a trabalhar como cobrador. É ele que nos guia. O argumento é muito bom, sem dúvida. A história poderia muito bem ser real e com certeza que já se passaram muitas situações destas pelo mundo. Eu vi, gostei e recomendo, claro! A estreia em Portugal acontece dia 21 deste mês, poucos dias antes do veredicto.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Tap Dogs – Com música nos pés


Estreia daqui a poucas horas (duas se tanto!) e é um dos espectáculos referência deste início de ano. Os Tap Dogs estão em Portugal, para uma curta estadia no Auditório dos Oceanos do Casino Lisboa. São “90 minutos de sapateado reinventado para os dias de hoje”, diz a produção, mas o espectáculo é muito mais do que isso. São verdadeiros 90 minutos electrizantes que nos fazem querer sair da cadeira e bater com os pés, mesmo sabendo que não temos a mínima hipótese de nos equipararmos àqueles seis homens australianos que, mais do que dançar, são actores de um grandioso espectáculo. Com um som extraordinário, conseguido com os muitos microfones espalhados pelo chão, mas também acompanhados por instrumentos de percussão à vista desarmada do público, como que fazendo parte do cenário simples e despido do Auditório dos Oceanos, todo o espectáculo tem um ritmo alucinante. Eles sobem, descem, saltam e rodopiam sempre sem esquecer de bater o pé na altura certa. Estão todos sincronizados, cronometrados ao segundo e de quando em vez há um grito de comando ou um assobio que faz de pontapé de saída ou de fecho de um número. Sim, porque o espectáculo é dividido em números, porque eles merecem parar, ainda que por breves instantes. As gotas de suor são reais, não servem só para dar brilho aos músculos que eles propositadamente deixam à vista, e até nos perguntamos como aguentam aquelas pernas aquele ritmo frenético. Nas caras vemos sorrisos, como se tudo aquilo não exigisse esforço e não passasse de uma brincadeira de recreio. Muitas vezes dá a sensação que têm uns patins calçados, de tal maneira é a velocidade dos movimentos que nem vemos os pés a baterem no chão. Nos adereços podem contar com calções, t’hirts e camisolas de alças camufladas por camisas aos quadrados vestidas por cima e deixadas abertas. É sem dúvida um espectáculo nada convencional que merece ser visto ao vivo. Eu estive hoje no ensaio de imprensa e recomendo. Para ver até dia 24 deste mês, de terça-feira a domingo, às 22 horas, e sábados e domingos também às 17 horas. Bilhetes entre os 30 e 35 euros.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

"P.S. Amo-te": muito mais que uma comédia romântica


O facto de estrear em Portugal precisamente nesta quinta-feira, dia de São Valentim, e de ter como título, “P.S. Amo-te” levou-me a crer que o filme que fui hoje ver em visionamento de imprensa seria apenas e só, mais uma comédia romântica, engraçada e apaixonada para descontrair no final de um dia de trabalho. Pois, admito: não podia estar mais enganada. Fiquei completamente rendida a esta história de amor. É sim uma história de amor. Mais, é uma história de vida. É divertida e tem diálogos verdadeiramente geniais. Tal como o já mencionado aqui e também recomendado “Juno”, a conduzir a história temos a referência às estações do ano. Mas enquanto que no outro, a passagem do tempo servia para sabermos em que pé andava uma gravidez, aqui serve para perceber o tempo que passa após a morte. Se calhar o nome de Hilary Swank deveria ter-me alertado para que de facto estava perante um filme promissor. Mas não, de facto fui à espera de muito pouco e, se calhar por isso mesmo, saí da sala cheia de vontade de vos gritar bem alto: vão ver. Mesmo para quem acha que pode ser do género de filme de ver em casa. Eu apostava em ir ver na grande tela. O ambiente é outro, a envolvência sonora traz outros efeitos. Protagonizado pela já referida detentora de um Óscar com “Million Dollar Baby” e Gerard Butler, este filme conta a história de uma jovem e bonita mulher que mesmo antes de chegar à casa dos 30 fica viúva. Para qualquer pessoa esse é sempre um golpe do destino que custa a ultrapassar, mas para quem ainda tinha uma vida inteira pela frente e sobretudo sendo ela casada com o homem da sua vida, porque isso existe, é ainda mais complicado de ultrapassar. Mas antes de morrer, ele pensou em tudo e durante um ano, através de cartas que ele deixou escritas e temporizadas para chegar à caixa do correio no tempo certo, ele consegue devolvê-la à vida e ao amor. É uma história arrepiantemente bonita que nos faz mesmo acreditar que a vida vale mesmo a pena e que temos de vivê-la a cada segundo que passa. É verdade que “P.S. Amo-te” é um título que já passou pelos cinemas, em 2004-2005, mas esta história nada tem a ver com a anterior, apenas partilham o título. Aqui foi traduzido à letra, “P.S. I Love You”, no original, mas de facto não poderia ter outro nome porque mesmo dizendo-o vezes sem conta em vida, nunca é demais dizê-lo nem ouvi-lo. Com distribuição da Lusomundo, o filme estreia esta quinta-feira, dia 14 de Fevereiro.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Máquinas de Leonardo Da Vinci em Belém


Devolvido ao público depois da reabertura do Museu do Combatente, o Forte do Bom Sucesso, logo ao lado da Torre de Belém tem a partir de hoje uma exposição muito curiosa sobre toda a maquinaria de Leonardo Da Vinci. “Leonardo Da Vinci – O Inventor” surge na mesma linha da exposição apresentada em 2003 no Palácio da Vila de Sintra, mas agora com mais máquinas. São 20 no total, todas elas mecanicamente funcionais e que nos mostram a origem de tudo o que para nós é tão banal mas que, e por isso mesmo, nem pensamos nelas. Hélices, rodas, roldanas, gruas, pedais e manivelas, ali há de tudo um pouco, e nem faltam as famosas asas voadoras que nos lembram as de morcego, que o pensador do Renascimento italiano criou com o grande sonho de poder colocar o homem a voar (na foto). Toda a exposição é acompanhada de documentação escrita que nos faz perceber o raciocínio daquele génio que há mais de 500 anos inventou aquilo que para nós é hoje imprescindível, para tudo. Até uma bicicleta lá está. As máquinas estão em tamanho real e foram construídas por artesãos italianos e espanhóis de propósito para esta exposição que tem andado em itinerância pelo mundo. Para evitar estragos, e ainda que todas as peças estejam em funcionamento, só os monitores da exposição podem accionar os mecanismos. Depois de Lisboa, a mesma mostra deve passar pelo Algarve no Verão. Com visitas e preços especiais para escola, a exposição está aberta todos os dias, para o público em geral, das 10 às 19 horas e tem o preço de 5 euros. Vale a pena, sobretudo pela sua componente histórica.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

JUNO – um filme maravilhosamente feito para adultos


O cartaz pode enganar. Se calhar se não fosse a chamada de atenção para o facto de estar nomeado para os pesados Óscares de Melhor Filme, Melhor Actriz (Ellen Page), Melhor Realizador (Jason Reitman) e Melhor Argumento Original, muito provavelmente pensaríamos que se tratava de uma comédia para adolescentes. Mas não. É realmente feito por adolescentes, mas é uma história de gente crescida e para gente crescida que como nós está sempre a crescer até ao último dia! É cheio de ritmo e os diálogos são simplesmente espectaculares, de um humor tão bom, tão saudável. Parece tudo tão espontâneo, tão real. Não é pretensão fazer rir, mas está muito longe de nos querer fazer chorar. É apenas a vida tal como ela é, cheia de surpresas, reviravoltas. Reduzindo ao mínimo dos mínimos, o filme fala da gravidez na adolescência. A chegada de uma vida indesejada, mas nem por isso menosprezada. A mãe definitivamente que não quer o bebé. Tem consciência disso, mas sabe que é uma vida e quer que ele seja o mais feliz que puder. À volta dessa busca pela felicidade e sobrevivência de um ser que ainda não nasceu conhecemos outras vidas em busca de sentido. A história é óptima. O final surpreendentemente bom. Recomendo vivamente. A estreia em Portugal está agendada para dia 21 deste mês, mesmo em cima da cerimónia dos Óscares, marcada para dia 24. Mas, por favor, seja qual for o veredicto do júri das estatuetas douradas, não deixem de ver o filme. Eu gostei.

Roteiro para este fim-de-semana


Aqui ficam mais umas dicas para o próximo fim-de-semana. Para além do cinema, desta vez elegi um espectáculo de riso, um bom concerto em Sintra e, claro, uma ideia para as mais novos. Novidade é a sugestão de uma ida a um centro comercial (que não parece mesmo coisa minha), mas a moda do Japão justifica.
ESTREIAS DE CINEMA
No Vale de Elah (comentário publicado) – Amoreiras, Campo Pequeno, El Corte Inglés, Saldanha Residence, Twin Towers e Cascais Villa
John Rambo – Alvaláxia, Campo Pequeno, Colombo, El Corte Inglés, Vasco da Gama, CascaiShopping, Feira Nova Mem Martins, LoureShopping, Odivelas Parque e Oeiras Parque
Uma Loira Sete Paspalhões (comentário publicado) – Colombo e Oeiras Parque
Vista pela última vez… (na foto) - Alvaláxia, Campo Pequeno, Colombo, El Corte Inglés, Fonte Nova, Monumental, Londres, Beloura e CascaiShopping
Tráfico, Bem-vindo à América - Amoreiras
ESPECTÁCULOS
Pedro Tochas regressa ao passado, num espectáculo de stand-up comedy, no Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa. Com o tema “Work in Progress”, dedicado aos artistas de rua, como também ele começou, o espectáculo acontece hoje, sexta e sábado, dias 7, 8 e 9, às 22 horas. Bilhetes de 18 e 20 euros.
MÚSICA
David Fonseca, no Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra, sexta-feira, dia 8, às 22 horas. Com a primeira parte assegurada por Rita Redshoes, o antigo vocalista dos Silence Four apresenta o seu mais recente trabalho a solo “Dreams in Colour” que traz o tão famoso assobio de “Superstars”, o primeiro single do álbum. Bilhetes de 15 e 20 euros.
INICIATIVAS
Ao longo de toda a semana, até dia 17, o Oeiras Parque rende-se à cultura japonesa com exposições, ateliês e até workshops de Sushi e Sashimi. Quem é fã só tem vantagens em passar por lá.
CRIANÇAS
No Príncipe Real, o Teatro da Politécnica tem em cena, até dia 2 de Março, a peça infantil “Tomé em Grande”. Uma produção do Grupo Cassefaz-sub 21, para crianças dos 4 aos 12 anos. Há sessões às quintas-feiras, às 10h30 e 15 horas, aos sábados, às 16 horas, e aos domingos, às 11 horas.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Para quem tem gente pequena em casa…

Não é Natal, estamos longe do Dia Mundial da Criança e até das Férias da Páscoa, mas o Ruca passa pelo Pavilhão Atlântico no dia 1 de Março e os bilhetes já estão à venda. O conhecido desenho animado esteve na terça-feira de Carnaval no Jardim Zoológico para convencer os graúdos (porque os miúdos há muito que estão convencidos) a ir ver o espectáculo no início do próximo mês. Com uma mensagem positiva e que pretende incentivar à preservação do meio ambiente e dos oceanos (ou não estivesse o dito boneco no ‘palco’ da Baía dos Golfinhos!) o Ruca cantou e até tentou vender o seu CD “As canções do Ruca”, porque sem as saber de cor, as crianças não o podem acompanhar no Pavilhão Atlântico. “Ruca ao Vivo” é um musical infantil cantado inteiramente em português. Bilhetes obrigatórios a partir dos 3 anos de idade e com preços entre os 15 e os 35 anos. Ainda que fique só um dia em Lisboa, o espectáculo acontece às 11, 15 e 19 horas. Dia 8 de Março repete em Santa Maria da Feira.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Na pele de um magistrado


Desde que o Terreiro do Paço está vedado aos carros aos domingos que o Supremo Tribunal de Justiça abre duas vezes por mês para visitas do público em geral. Gratuitas, estas visitas acontecem à semelhança dos passeios organizados no edifício dos Paços de Concelhos. No entanto, se de manhã, Lisboetas e turistas podem visitar a Câmara Municipal, o Supremo Tribunal só está aberto da parte da tarde, mas com duas visitas disponíveis, às 15 horas e às 16 horas. As iniciativas têm moldes idênticos: o ambiente é descontraído, os guias completamente disponíveis para responder a todas as curiosidades de quem visita e a ideia passa por abrir ao público aquilo que normalmente está vedado ao trabalho diário. Estive neste último domingo no Supremo Tribunal de Justiça e fiquei muito agradada com o Salão Nobre. A visita é curta, mais pequena que a da Câmara Municipal, tem a duração aproximada de 45 minutos, e centra-se sobretudo no Salão Nobre, onde acontecem todas as sessões solenes, e na Galeria dos Presidentes onde encontrei uma arca de duplo segredo, a que os magistrados chamam de “Burra” e que servia em tempo para o transporte de documentos importantes de Lisboa para o Brasil. As más línguas dizem que regressava cheia de diamantes, sendo essa uma das histórias curiosas que nos contam ao longo da visita. Interessante é o facto também de nos possibilitarem a sentar nas cadeiras supostamente reservadas à audiência dos julgamentos e com a descrição do que costuma ali acontecer semanalmente, podermos ver “o filme” na nossa cabeça, de como tudo se processa. Sem necessitar de marcação antecipada, as visitas acontecem todos os primeiros e terceiros domingos de cada mês. Pelo sim, pelo não deixo o telefone para quem quiser saber mais informações. Tel. 213 218 900.

E por falar em artesanato, compras e Lisboa…


Agora, aos domingos é assim, há 1001 razões para andar por Lisboa a pé (desculpem a falta de originalidade da expressão, mas é um facto). Com o Terreiro do Paço vedado aos carros e aberto à população, o que não falta é animação. Com a música de fundo que vem do Pátio da Galé, do lado direito para quem está de frente para o Tejo, onde todos os domingos há música, espectáculos de dança, ateliês para criança e visionamento de documentário sobre Lisboa, tudo de entrada gratuita, cá fora, as arcadas da Praça do Comércio enchem-se de pessoas. Ali, todos os domingos, das 9 às 17h30 – 18 horas, há bancas com os mais variados artigos. Objectos decorativos para quartos de criança, de madeira, pintados com as mais coloridas cores, livros a preços mais convidativos, velharias, acessório de moda feitos em tricot ou de material reciclado. Há ainda artigos para coleccionadores, como moedas ou carros me miniatura. Os preços variam, mas são muito acessíveis na generalidade. Comprei um livro que, por sinal de manhã tinha estado a ‘namorar’ numa grande superfície e que felizmente não comprei e ali encontrei mais baratinho! Não digo que seja um ponto de passagem obrigatório, mas a verdade é que se torna numa sugestão a ter em conta num próximo domingo qualquer.

Artesanato do Tejo – muito bom!


Está integrado no Lisboa Welcom Center e dignifica e muito o melhor que se faz de arte(sanato) em Portugal. Na verdade, e ao nosso típico gosto de reduzir e criticar o que é nosso, até somos tentados a pensar “nem parece que é português”, mas é, embora assumidamente direccionado para turistas, tudo tem assinatura de artistas nacionais que apesar da originalidade e até ousadia em algumas peças, respeitam totalmente as nossas tradições. Na Rua do Arsenal, que liga a Praça do Município à Praça do Comércio, e mesmo em frente ao edifício da Câmara Municipal, o Artesanato do Tejo tem peças únicas, como Galos de Barcelos vanguardistas, mas também quadros bem tipicamente lisboetas, com cacilheiros ou eléctricos no centro das atenções. Tem azulejos com pinturas contemporâneas, mas também peças que imitam artes antigas lisboetas. Tem garrafas de vinho, mas também sardinhas enlatadas. Tem livros, cd’s, filmes e até acessório de moda, para além das típicas t’hirts a dizer Lisboa ou Portugal, para todos os gostos e tamanhos que não temos o hábito de comprar dentro de fronteiras, mas que é sem dúvida um dos “souvenirs” mais requisitados, seja em que país for. Passei por lá no último fim-de-semana e fiquei cliente. Os preços não são proibitivos, especialmente tendo em conta a originalidade das peças. O que quer dizer que, apesar de feito para “inglês ver”, esta loja pode muito bem ser para português comprar! Podem passar pelo site http://www.askmelisboa.com/ para terem uma noção mais aprofundada do que aqui vos falo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Rock in Rio tem novas datas

Acabam de ser anunciadas novas datas para a realização da edição 2008 do Rock in Rio. Em vez do Festival acontecer nos dias 30 e 31 de Maio e 5, 6 e 8 de Junho, como estava previsto, os concertos realizar-se-ão nos dias 30, 31 de Maio e dia 1 de Junho (sexta, sábado e domingo), e dias 5 e 6 de Junho (quinta e sexta-feira). Garantidas estão já as presenças dos Metallica, Lenny Kravitz, Alejandro Sanz, Ivete Sangalo e Machine Head. Os bilhetes estão à venda a partir de dia 28 deste mês de Fevereiro. Fica a chamada de atenção.

Dois loucos no caos cosmopolita


Não sou conhecedora exímia da obra de Gonçalo M. Tavares, mas do que fui lendo deste que é um dos escritores sensação dos dias de hoje, é que carrega sempre nas suas histórias o peso das frustrações quotidianas e mundanas de quem vive ou sobrevive no meio da multidão ou completamente isolado dos outros. Esta peça que chegou há uma semana ao Teatro da Comuna, de nome simples “Berlim”, não difere muito dessa linha, para nos mostrar o desespero que podia ser o nosso, mas que no caso é de um homem e uma mulher que juntos ou sós percorrem as ruas de Berlim em busca de uma paz de espírito que as suas consciências não deixam encontrar. Ficamos com o dobro do peso quando carregamos as nossas frustrações. E aqui nesta peça, as frustrações tem a forma humana, como se Martha e Markus, as nossas personagens, tivessem duplos, literalmente acoplados a eles. Há alturas que tentam fugir deles, mas a consciência volta sempre e apanha-nos quando menos esperamos. No início da história parece que tudo aquilo podia acontecer numa qualquer cidade e que o nome Berlim tinha sido escolhido ao acaso. Mas ali não há coincidências e tudo o que ali se diz só faz realmente sentido se acontecer na capital alemã. O cenário, metaforicamente um parque infantil, é totalmente cinzento, como sem cor são aquelas vidas que gritam por “Socorro” ou “Vem cá abaixo imediatamente”, para ver se alguém, algures num lá em cima qualquer os pode ajudar. A peça tem música ao vivo, produzida por um só violoncelo e o narrador que à nossa chegada nos manda desligar, ele próprio, os telemóveis, deambula por entre as personagens e vai relatando o que as vozes dos próprios ou das suas consciências não conseguem dizer. A encenação é do grande senhor do teatro português João Mota, que nos mostra aqui um trabalho mais alternativo e sem dúvida menos comercial, e no elenco encontramos os nomes de Alvaro Correia , João Tempera, Mariana Filipa, Judite Dias, Tânia Alves, Marco Paiva , Miguel Sermão, Jorge Andrade e Alexandre Lopes. A peça está em cena até dia 8 de Março, de quarta-feira a sábado, às 21h30, e domingos, às 17 horas. Os bilhetes são de 5 euros.