quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Este País não é para Velhos - Poderoso


Ando aqui às voltas para tentar encontrar um adjectivo para “Este País não é para velhos”, o filme que fui ver hoje e que está nos lugares da frente da corrida dos Óscares. Nomeado para melhor filme, melhor actor secundário (Javier Bardem) melhor realizador (Ethan e Joel Coen) e melhor adaptação, este é um filme, vamos lá, brutalmente forte. É uma autêntica chacina de duas horas, mas garanto-vos: se não morresse toda aquela gente, se não mostrasse todo aquele sangue, se não tivesse o fim que tem, o filme não valia tanto como vale. Ainda que não tenha visto todos, arrisco-me a dizer que, pelo menos o Óscar para Melhor Actor Secundário é perfeitamente legítimo se for entregue a Javier Bardem. Ele próprio ganhou o Bafta deste ano na mesma categoria para quem está nomeado para os Óscares. Está impecável. Faz um papel poderosíssimo. É um serial killer louco e só de olharmos para ele temos arrepios. Tem um olhar completamente desvairado, mas sem nada de cómico. É aterrador. Acho que o filme não deixa ninguém indiferente porque mexe com as nossas crenças e esperanças. Gostamos de acreditar que tudo vai acabar em bem, mas aqui isso não acontece. É um filme que exige a nossa atenção do primeiro ao último minuto. Não estou a falar metaforicamente. As primeiras palavras são essenciais e as últimas também. Passamos o filme todo com o coração nas mãos sempre em alerta total. O assunto gira em torno do tráfego de droga e todo o dinheiro que isso implica, e passa-se na fronteira dos Estados Unidos e México. Percebe-se logo no início que as coisas correm mal, mas não imaginamos que esse mal é mesmo muito mal. Vão ver. Estreia dia 28 deste mês.

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