Tínhamos tudo organizado
para ir para Madrid, mas depois chegaram em catadupa as notícias sobre o ébola
(que felizmente se dissiparam) e eu comecei a torcer o nariz e a andar para
trás nos planos. Depois ponderámos a Madeira, mas vieram os alertas vermelhos
mais a greve da TAP e sei lá o quê e eu comecei a torcer o nariz. E depois
pensámos: e porque não uma ida ao Porto? Não foi nem a primeira, nem a segunda,
nem a terceira vez que fomos ao Porto, mas foi a primeira que fomos só a dois.
E era isso mesmo que eu queria: ir a uma cidade bonita, com movimento e
ambiente, sem horários e com uma lista de restaurantes, lojas e demais espaços
para ir. Sítios onde ir com crianças é complicado. E foi isso mesmo que
fizemos. Acordámos sem pressas, andámos imenso a pé (para se conhecer uma
cidade temos que andar a pé!!!) descobrimos espaços fantásticos para petiscar e
fizemos dois jantares maravilhosos e curiosamente à luz das velas. Ainda
tivemos tempo para umas compras e um chá num dos cantinhos mais simpáticos que
conheci: a Leitaria da Baixa!
Tentámos seguir o
critério do mais recente: ou seja, espaços que abriram há pouco tempo e que vale
mesmo a pena conhecer. Foi por isso que decidimos ficar no já muito badalado
Hotel da Música. Não desiludiu. Que espaço tão vanguardista! Eu até nem me
importo de ficar em hotéis básicos e banais, no sentido de ser apenas um sítio
para dormir. Mas desta vez, apetecia-me ficar num hotel diferente, com algum
requinte sem ser demasiado formal. O Hotel da Música é um espaço assim:
moderno, vanguardista, especial. É um hotel design e está muito bem localizado,
dentro do remodelado mercado do Bom Sucesso, com música e animação non-stop das
10h à meia-noite. E isso foi de facto uma surpresa. Está na moda revitalizar os mercados antigos e de facto este do Bom Sucesso está bem vivo. Na sexta, perto da meia-noite, quando chegámos, estava cheio, no sábado estava cheio e no domingo de manhã: surpresa das surpresas: estava cheio! Nunca jantámos lá. Saímos de Lisboa com os restaurantes marcados para os jantares e sabíamos onde queríamos almoçar.
É do senso comum que no
norte se come muito bem. Sabemos que sim, mas aquilo que procurámos nestes dois
dias a dois foi mesmo espaços vanguardistas, diferentes, que nos ficassem na
memória. Não queríamos aquela comida pesada do Porto. Queríamos lugares
bonitos. Levei vestidos e sapatos de salto e queria mesmo divertir-me. Marcámos
os jantar em dois restaurantes que queria muito conhecer. Na sexta-feira
experimentámos o mexicano “Frida” e fiquei rendida a tudo: à comida deliciosa,
ao ambiente acolhedor e requintado e ao serviço. Que simpatia!! Gostei tanto, mas tanto que assim que encontrei na estrondosa
livraria Lello & Irmão um livro de receitas mexicanas, onde encontrámos os
dois pratos que comemos, não hesitei em comprar. Foi para mim um dos melhores
restaurantes em que estive e trazer para casa um livro que não me faça esquecer aquele paladar, foi um presente caído do céu. No sábado, e depois de um dia de tanto caminhar,
optámos por ir a Matosinhos conhecer o célebre “Quarenta e 4”. Entrei e pensei:
“se este se torna no meu restaurante preferido, estou tramada – vivo a 300
quilómetros daqui”. Felizmente que demoraram muito tempo com o nosso pedido e
que se engaram no vinho que escolhemos, porque se fosse tudo tão, mas tão
perfeito como prometia ser, tornava-se um tédio. Gostámos muito do jantar.
Muito. E de facto, pode ser mesmo um dos melhores lugares do Porto para comer sushi!
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