segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quero, logo trabalho


No ano em que comprei casa tive dois empregos. Isso obrigadava-me a começar a trabalhar às cinco da manhã. Não fazia limpezas em escritórios, nem andava em negócios menos próprios para uma menina casadoira. Não. Traduzia os conteúdos do fecho e da abertura dos mercados dos Estados Unidos e do Japão. Não era nem um trabalho bom, nem mau. Foi enriquecedor. Aprendi muito. Esforcei-me muito também. À tarde seguia para o jornal para o qual ainda hoje trabalho. Se no primeiro mês não custa ser privada do sono, a partir daí o cansaço começa a apoderar-se e arranjei por isso uma maneira de me meter no duche às quatro da manhã sem refilar: pensar em tudo aquilo que queria comprar para a minha casa. Às vezes temos que ser ambiciosos, materialistas também, para seguir em frente. Hoje, voltei ao ritmo perdido há dez meses. Voltei a trabalhar na redacção ao invés de trabalhar a partir de casa. Já não vou estender roupa entre um telefonema ou outro. Nem chego cedo ao infantário para os ir buscar. Doi, pensar nas horas que eles ficam na escolinha. Mas sei que estão bem. E sei que a vida não está para brincadeiras, sobretudo para quem tem três filhos. Por isso, e a partir de agora, sempre que começar a baixar os braços, venho aqui e coloco um objecto de desejo para mim e para os meus. As viagens vão proliferar, ai se vão. Tenho tanto que quero conhecer... E começo pela Eurodisney. Já lá fui duas vezes, com uns 13, acho eu, e com 18 anos. Adorei. Quero muito levar os meus filhotes lá. Por isso, se quero, tenho que trabalhar, trabalhar, trabalhar!

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