Na semana passada a Católica Business School, de quem eu sou orgulhosamente ex-aluna, organizou uma conferência sobre a transformação RH, onde se falou particularmente nos desafios da liderança no sec. XXI. Um dos conceitos que mais gosto desta nova forma de trabalhar é o de Auto Liderança.
Já há muitos anos, passava um anúncio na TV que dizia qualquer coisa como “se eu não gostar de mim, quem gostará?” e para mim a questão é exatamente e tão simples como isto: Somos nós que fazemos o nosso percurso. Somos nós e só nós. Podemos ter sorte, podemos cruzar-nos com muitas pessoas que nos gostam de dificultar a vida. Podemos encontrar outras pessoas que são preciosas e não elevam. Mas na base estamos nós. Somos nós que permitimos que os outros nos puxem ou nos empurrem. Somos nós que temos que nos impor. Somos nós que permitimos a influência dos outros em nós. Não digo que seja sempre fácil. Não é. Mas é possível.
Toda a minha vida sempre fui uma pessoa de partilha. Sempre. Quando criança não tinha problemas em emprestar brinquedos. Enquanto profissional não me importo de mostrar aos outros como trabalho. Primeiro e acima de tudo, porque gosto mesmo de ajudar e depois porque sei que isso não me vai tirar brilho, nem me tornar menos. Não ficarei menos especial por outros aprenderem e fazerem da mesma maneira. Porque sei que amanhã vou continuar à procura de novas formas de me desenvolver.
Auto liderança é isto: procurar desenvolver-nos de forma autónoma e efectiva. Não podemos esperar que a empresa nos recomende fazer algo para desenvolver as nossas capacidades. Temos que ser nós a reconhecer o que devemos trabalhar, mais e menos. Sempre me fez um pouco de confusão ver colegas que não sabem que formação pedir na altura de recolha de necessidades de formação ou na avaliação anual. Eu sei sempre o que necessito de desenvolver. O que temo é que a empresa não tenha disponibilidade para suportar o que necessito, mas aí terei de pensar se devo ou não fazê-lo por mim. Porque hoje estou naquela empresa, mas amanhã posso querer estar noutra e se sinto que há uma formação que devo fazer, que é de facto importante para mim, para as minhas funções, para o meu desenvolvimento, então terei que ser eu a suportar.
Há cinco anos mudei completamente a minha vida profissional. troquei a comunicação, mais precisamente o jornalismo, pelos Recursos Humanos. Foi um mero acaso, mas que eu decidi abraçar. Podia ter sido um acaso que eu tivesse recusado, mas atirei-me de cabeça e, surpresa das surpresas, descobri que gosto mesmo de trabalhar para e com as pessoas em ambiente corporativo.
Assim que tive oportunidade, o que decidi fazer? Uma formação de Recursos Humanos para executivos. Saiu-me do pêlo? Sim. Durante um ano não tive sábados, mas foi uma escolha minha. Fiquei mais segura. Conheci pessoas maravilhosas que me inspiram todos os dias.
Na semana passada fui convidada a ir à conferência que vos falei no inicio desta partilha. Calhou num dia caótico no trabalho. Podia ir ou não ir, ninguém me disse para ir ou não ir. Eu decidi ir e foi mais uma vez uma escolha certeira que me despertou para algumas questões.
Ou seja, somos nós que temos que fazer por nós aquilo que é o melhor. Se temos objetivos, se temos um plano traçado, não podemos esperar que se lembrem de nós. Somos nós que temos que dar corda aos sapatos. Ir, arriscar, suar, TRABALHAR.
E isto é igual para quem quer evoluir onde está ou mudar para o outro lado do mundo. Pensem no que querem e liderem esse percurso.
2 comentários:
É mesmo isso. Custa perceber isso assim como custa não desistir, mas é assim. Excelente artigo, motivador. Parabéns pela clareza na mensagem.
Obrigada! Só pelo comentário deixado já valeu a pena!
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