Normalmente odeio ouvir muitos comentários sobre um espectáculo ou um filme que vou ver, um livro que vou ler ou uma viagem que vou fazer. Há sempre coisas úteis a reter (principalmente nas viagens), mas normalmente provocam em mim um efeito oposto ao esperado. Ou seja, sempre que me dizem que uma coisa é muito, muito boa, vou à espera de muito e acabo desiludida. Quando me dizem que a coisa é má, vou à espera de não gostar e acabo surpreendida. Ontem, fiz tábua rasa, dentro do possível, sobre o que ouvi. Não pude ir à estreia porque calhou no dia de anos do meu filho, mas fiquei cheia de pena, porque era algo que eu queria mesmo ver. Vi ontem e gostei. Gostei, bastante! Se é esquisitinho? É. Se foge ao normal? Foge. Mas, pensando bem, o que é isso de um espectáculo normal? E nós gostamos de espectáculos normais? O “The Tiger Lillies Freakshow” aposta em criaturas um tanto ou quanto bizarras. As personagens fazem-nos viajar pelo mundo, entre ruas escuras, onde artistas de inegável talento, mas renegados, fazem um trabalho notável. Neste espectáculo vi um dos melhores números aéreos e belíssimos passos de contorcionismo. Aliás, a “snake woman”, logo no segundo quadro, mostra a qualidade de tudo o quanto vamos ver. Não há diálogos, toda a história é cantada e tocada ao vivo, em inglês. O cenário é absolutamente magnifico, a iluminação ajuda, a criatividade está no topo.
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