Não foi fácil, mas o balanço final é extremamente positivo. Reconfortante,
mesmo. Ao contrário do que tinha pensado, este ano voltámos a acampar com os miúdos
nas férias. Numa tenda maior, porque eles crescem tanto dia-a-dia que já não
nos podemos dar ao luxo de dormirmos todos ao molho senão ninguém descansa
nada. Ficámos o tempo todo (12 dias) no mesmo parque (o do Serrão – Aljezur). Um
parque que não sendo extraordinário (foi no norte de Espanha e também em França
que encontrei os melhores por onde já passei) não deixa muito a desejar e tem
boas condições para quem tem miúdos com banheirinhas próprias para o banho,
piscina para bebés, parque infantil e outros atractivos bons como campo de ténis,
por exemplo. Além disso, é um parque que conhecemos de olhos fechados, aliás já
vamos para lá há 10 anos. Nesta nossa vida de dependência do mar, meia volta,
volta e meia rumamos à nossa adorada Costa Vicentina e escolhemos o Serrão
muitas vezes, até de Inverno, até porque também têm casas, bastante simpáticas,
para alugar. E por isso, foi engraçado chegar e reencontrar amigos de outras férias
e, acima de tudo, foi extraordinário termos conhecido gente nova e gente
absolutamente fascinante, com histórias de vida e maneiras de estar tão
cativantes. Eu, já o disse aqui vezes sem conta, adoro pessoas. E as que
conheci neste verão e que em poucos dias desenvolvemos uma cumplicidade rara, são
mesmo, mesmo interessantes. Fizemos todos os dias o jantar na tenda, olhámos
todos os dias o céu estrelado, ficámos horas perdidas na praia, com finais de
dias quentes e memoráveis de tão bons. Os miúdos encheram o parque com
cantorias com os novos amigos, enquanto se baloiçavam na cama de rede e
traçavam planos para as horas que se seguiam.
Deu muito trabalho acampar com os miúdos, claro que deu, o
que não dá trabalho não presta. Foi um banho de vida fora da civilização
urbana. Nada de televisão e os miúdos nunca perguntaram por ela. Nada de trânsito,
nada de botões apertados, muita descontracção, chinelos sempre no pé e
conversas que fugiram sempre ao costumeiro. E a prova de que valeu mesmo a pena
foi ver que todos queríamos ficar mais tempo e hoje já começámos uma contagem
decrescente para um regresso. E para além de toda a paz, para além de toda a
diversão, ver também o que eles aprenderam nestes dias de campismo. Sempre prontos
a ajudar a lavar a loiça, sempre com a ideia de lavar a fruta para levar para a
praia, pôr a mesa e estender as toalhas de banho. E esta escola de vida é
talvez bem mais importante do que muitas outras com o passar de testemunho da
responsabilidade de ter que fazer, de não mexer no que é dos outros, de
partilhar, de dividir até o espaço. Foi muito, muito bom.
Um comentário:
Olá!
Adorei este posto.
Também costumo acampar com os miúdos e é mesmo como aqui o diz: cansativo mas extremamente compensador.
Obrigada pela partilha
Beijocas
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