terça-feira, 21 de agosto de 2012

Uma tenda para 5 e doses industriais de vida ao ar livre



Não foi fácil, mas o balanço final é extremamente positivo. Reconfortante, mesmo. Ao contrário do que tinha pensado, este ano voltámos a acampar com os miúdos nas férias. Numa tenda maior, porque eles crescem tanto dia-a-dia que já não nos podemos dar ao luxo de dormirmos todos ao molho senão ninguém descansa nada. Ficámos o tempo todo (12 dias) no mesmo parque (o do Serrão – Aljezur). Um parque que não sendo extraordinário (foi no norte de Espanha e também em França que encontrei os melhores por onde já passei) não deixa muito a desejar e tem boas condições para quem tem miúdos com banheirinhas próprias para o banho, piscina para bebés, parque infantil e outros atractivos bons como campo de ténis, por exemplo. Além disso, é um parque que conhecemos de olhos fechados, aliás já vamos para lá há 10 anos. Nesta nossa vida de dependência do mar, meia volta, volta e meia rumamos à nossa adorada Costa Vicentina e escolhemos o Serrão muitas vezes, até de Inverno, até porque também têm casas, bastante simpáticas, para alugar. E por isso, foi engraçado chegar e reencontrar amigos de outras férias e, acima de tudo, foi extraordinário termos conhecido gente nova e gente absolutamente fascinante, com histórias de vida e maneiras de estar tão cativantes. Eu, já o disse aqui vezes sem conta, adoro pessoas. E as que conheci neste verão e que em poucos dias desenvolvemos uma cumplicidade rara, são mesmo, mesmo interessantes. Fizemos todos os dias o jantar na tenda, olhámos todos os dias o céu estrelado, ficámos horas perdidas na praia, com finais de dias quentes e memoráveis de tão bons. Os miúdos encheram o parque com cantorias com os novos amigos, enquanto se baloiçavam na cama de rede e traçavam planos para as horas que se seguiam.
Deu muito trabalho acampar com os miúdos, claro que deu, o que não dá trabalho não presta. Foi um banho de vida fora da civilização urbana. Nada de televisão e os miúdos nunca perguntaram por ela. Nada de trânsito, nada de botões apertados, muita descontracção, chinelos sempre no pé e conversas que fugiram sempre ao costumeiro. E a prova de que valeu mesmo a pena foi ver que todos queríamos ficar mais tempo e hoje já começámos uma contagem decrescente para um regresso. E para além de toda a paz, para além de toda a diversão, ver também o que eles aprenderam nestes dias de campismo. Sempre prontos a ajudar a lavar a loiça, sempre com a ideia de lavar a fruta para levar para a praia, pôr a mesa e estender as toalhas de banho. E esta escola de vida é talvez bem mais importante do que muitas outras com o passar de testemunho da responsabilidade de ter que fazer, de não mexer no que é dos outros, de partilhar, de dividir até o espaço. Foi muito, muito bom.

Um comentário:

Marisa Luna disse...

Olá!
Adorei este posto.
Também costumo acampar com os miúdos e é mesmo como aqui o diz: cansativo mas extremamente compensador.
Obrigada pela partilha
Beijocas