Gostava de chegar aqui e falar-vos de como foram boas as
minhas férias. Cheias de sol, de amigos, de horas perdidas na praia, de piscina,
de jantaradas tardias. E na verdade, até foram. Mas acabaram de forma tão
abrupta, tão inesperada, tão trágica, que quando me perguntam se as férias
correram bem, acabo por nem saber o que responder, de quase as já ter
esquecido. A minha sogra faleceu. Pior que isso, a mãe do meu marido faleceu. A
avó dos meus filhos faleceu. Há muito que estava doente, mas a coisa parecia
controlada até ao último mês, em que parece tudo ter-se precipitado. Viemos a
correr do Algarve para Lisboa, mas no fundo a única coisa que conseguimos fazer
foi acompanhá-la nos últimos momentos de vida, em que já não é bem vida aquilo a
que assistimos. Foram três dias estupidamente dolorosos. Três dias em que sabíamos
já nada haver a fazer. E isso custa tanto, ficar assim, só à espera do fim
anunciado. Terrível. Terrível.
Já há muito que queria vir aqui, escrever, voltar a mim, mas
não consegui. Deixei o tempo passar e a cabeça parar de fazer viagens no tempo
a pensar em tudo. Em tudo o que foi, em tudo o que podia ter sido, se as coisas
fossem diferentes. Setembro já começou e eu gosto de Setembro, por representar
um novo ciclo. O regresso às aulas, à rotina, à vida dita normal. E eu quero
voltar à minha vida normal, ainda que a partir daqui as coisas sejam,
necessariamente, um pouco diferentes. Espero não voltar a ter que falar deste
assunto, ainda que o faça se achar que o devo fazer. Mas quero começar de novo
e cheia de energia. Amo a vida e cada vez acho mais e mais que a temos que a
aproveitar ao máximo. Sempre. Hoje e sempre. E é por isso que provavelmente o próximo post
fale apenas e só de coisas boas, mostre as fotos do nosso verão, conte as
aventuras dos nossos filhos, os abraços fortes dos nossos amigos, as partilhas
únicas vividas na nossa família, ou meras banalidades do dia-a-dia. Não vou
fingir que nada se passou, ou que tudo já passou, porque o que aconteceu nunca
chega a passar. É apenas o querer seguir em frente, o respeitar o nosso tempo,
porque mais do que nunca sabemos que o tempo não volta atrás…
4 comentários:
Olá Ana
Já tinha estranhado não postar nada no seu blog... vinha cá espreitar de vez em quando e achei que alguma coisa se devia passar.
Um beijinho e um forte abraço para vocês especialmente para o Miguel... nem sequer imagino o que ele deve estar a sofrer.
beijinho e se precisar de alguma coisa é só dizer... um cafézinho talvez!!!
Querida, um grande beijinho para ti e para os teus, em especial para o Miguel...
Olá minha querida!
Os meus mais sinceros pêsames! São momentos tão dolorosos que deixam marcas e que mexem com a nossa vida e o nosso pensamento.
Daqui mando o meu abraço apertado e boas energias, para ajudar a diminuir um bocadinho o vazio que sempre fica...
Beijocas
Oh Ana! Tenho tanta pena... Nem imagino o que possam estar a sentir. Confesso que já tinha achado estranha a tua inactividade por aqui.
Mil beijinhos para todos e muita força!!!
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