Esta coisa de não ter férias este verão anda a consumir-me as entranhas com o sentimento de culpa por causa dos miúdos. Eu também gostaria de ter férias, claro que sim, mas tenho a motivação extra de estar num novo trabalho, o que faz atenuar esse senão. Mas os miúdos que durante todo o ano estiveram na escola precisam de férias e dói-me não poder partilhá-las com eles. Já estiveram três semanas com os avós (eu ficava três meses seguidos, porque a minha avó não trabalhava e porque ela era de facto super disponível e dinâmica: havia sempre tempo para praia, piqueniques e jogos de cartas!), mas esta semana voltaram para as férias na escola.
De manhã vim trabalhar com aquele peso de os ter voltado a deixar na escola, ainda que de escola estas actividades não tenham nada, apenas o mesmo local do resto do ano, mas quando os fui buscar fiquei feliz de os ver tão felizes. Estavam a chegar da piscina, já tinham ido passear e feito mil e uma actividades criativas. Atropelaram-se para me contar como tinha sido o dia, com quem tinham estado, quem tinham reencontrado, o nome de novos amigos, onde tinham ido e o que tinham comido. Estavam radiantes os três e em conversa com outras mães, no átrio da escola, íamos comentando esta mesma felicidade.
A mim custou-me pensar no acto da inscrição que os miúdos este ano iriam passar algum tempo na escola onde passam o ano inteiro, mas o regime, a disciplina, tudo é tão diferente que de facto é um receio sem fundamento. Eles adoram estar ali. Estão melhor ali do que por exemplo em casa a ver televisão. Ali brincam, andam de escorrega, correm com amigos, fazem cozinhados e jardinagem, vão a passeios, à piscina e à praia e são mesmo, mesmo felizes.
No último fim-de-semana tinham-se portado mal, sempre desobedientes e até insolentes, mas ontem vieram para casa novos: de energias gastas, penso eu. Portaram-se bem, ouviram e falaram sem me levarem ao cansaço de birras desajustadas. E não foi sorte de princípio de semana e um certo regresso à rotina, porque hoje, o quadro repetiu-se tal e qual!
De facto, às vezes somos mesmo nós que complicamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário