Assume-se cada vez como uma galeria e apresenta mais uma exposição imperdível para quem gosta de fotografia, mas sobretudo para quem é apaixonado por arquitectura. Estou a falar da Museu da Electricidade, junto ao Tejo, que desde a sexta-feira passada (dia 25 de Janeiro) tem patente a exposição “100 Fotos, Obras e Anos de Oscar Niemeyer”. O trabalho é assinado pelo fotógrafo brasileiro Leonardo Finotti e pretende assim homenagear um dos maiores nomes da arquitectura mundial, de nacionalidade, também brasileira. Passei por lá hoje de manhã, já que não consegui fazer a reportagem da inauguração. Gostei. Gostei de tudo, mas sobretudo do equilíbrio existente entre o talento do arquitecto, indiscutível de facto, mas também do fotógrafo que nos apresenta ali imagens fantásticas. Para além das obras, Leonardo Finotti dá-nos óptimos enquadramentos, cheios de profundidade, deixando-nos até sentir o ar que por aquelas paisagens circula. Isso é perfeitamente visível na fotografia que publico (cedida pela organização para imprensa), onde se vê a Capela e o Palácio da Alvorada, construídos em 1957 em Brasília. Mas a mestria do fotógrafo dá para mais, com uma fotografia aberta sobre a cidade de São Paulo, onde a panóplia de edifícios está desfocada em relação ao objecto central: o Conjunto Copan. Esta exposição resulta sobretudo numa viagem pelo Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Niterói, Belo Horizonte e Brasília), mas também nos leva por outras paisagens como Nova Iorque ou a capital alemã, Berlim. Portugal também está representado com uma fotografia do Hotel e Casino da Madeira, construídos em 1966. Ali há de tudo, como sempre houve no trabalho de Niemeyer: Igrejas, edifícios de escritórios, institucionais, residências particulares e até uma bomba de gasolina. A uni-los está sempre um traço muito próprio que se socorre na maioria das vezes das linhas curvas: ondas ou edifícios e meia lua, ou então pontes/estradas e caminhos em S. Sem dúvida que uma das minhas obras preferidas é o Centro Cultural Óscar Niemeyer (2003 Goiânia), mas também a Procuradoria Geral da República (1995 Brasília) que nos dá a sensação, sobretudo pelo olho de Leonardo Finotti, que está no centro do mundo. A exposição permanece até dia 2 de Março e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. O bilhete tem o preço de 2,50 euros.
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