quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Mickey Rourke inquestionável em “The Wrestler”



Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Actor e é, ao lado de Brad Pitt (O Estranho Caso de Benjamin Button) e Sean Penn (Milk), o mais sério candidato ao Óscar para Melhor Actor, pelo enormíssimo desempenho em “The Wrestler”. Ele interpreta Randy “The Ram”, um nome maior da luta livre americana dos anos 80. Com uma soberba caracterização, mas sobretudo fundamentada com uma alma de gigante (a dada altura acreditamos que quem está ali naquele grande ecrã é mesmo Randy e não Rourke), o filme é muito forte. A história centra-se na vida daquele desportista, antiga glória que deu a vida pela Luta Livre e nunca se preocupou com mais nada, nem mesmo com uma filha que teve ainda no auge da sua carreia. Mas o tempo passa e ninguém fica no estrelato para sempre, por mais que tente. E ele tentou. Tentou tanto que acabou por ter um enfarte e por isso fica afastado dos ringues. É altura de pôr ordem à vida. Precisa de trabalhar mais no supermercado onde fazia umas horas, porque o dinheiro dos combates já não conta. Mas precisa de se entender e criar uma família. Esta apaixonado por uma striper, mas ele é seu cliente e apesar da atmosfera que se sente entre ambos, na altura critica sabemos que cliente é uma coisa, amigo ou namorado é outra. É hora de se aproximar de uma filha, que nem conhece e a quem nunca sequer desejou feliz aniversário, mas por melhores intenções que tenha, tudo acaba por correr mal. Os ringues são o seu mundo e apesar de serem a sua morte anunciada, ele sente que fora deles não vale nada. E quem gosta de viver para nada? A celebração dos 20 anos de um combate que ficou para a história leva-o de volta às luzes da ribalta, nem que seja pela última vez. Fala-se que Mickey Rourke não foi a primeira escolha de Darren Aronofsky para o papel, mas este "Wrestler" cai-lhe como uma luva...

O filme ganhou também o Globo de Ouro de Melhor Canção Original, escrita e interpretada por Bruce Springsteen, e com o mesmo nome do filme, mas para além da excelente banda sonora o filme tem uma envolvência sonora notável, próprias aliás dos espectáculos de Wrestler. Divertido é também saber os truques e combinações dos lutadores, porque por mais que pareça improviso, tudo ali está muito bem pensado, ainda que as dores, arranhões, corte e sangue sejam reais. Vale a pena ver. Estreia dia 26 deste mês.
O Melhor: A caracterização e interpretação de Mickey Rourke. Numa palavra: fabulosa.
O Pior: A luz do filme. É muito escuro por se passar essencilamente à noite e em ringues.

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