“Os homens são estranhos, Ismael. Nem sempre escolhem o que mais gostam, aquilo que os faz ser felizes.”
“Ismael e Chopin” é o novo livro para o público infantil de Miguel Sousa Tavares. Foi editado há algumas semanas pela Oficina do Livro e tem recados para se perceber os grandes. Não é um livro alegre, que faça os mais pequenos rir às gargalhadas. Segue a própria linha critica do autor, que insiste em chamar as coisas pelos nomes, quando assim é preciso. Neste livro em que nos dá a conhecer o coelho bravo Ismael, o número 29 de 53 filhos, Miguel Sousa Tavares chama “estúpidos” aos homens mais do que uma vez. Porque a bem da verdade, muitos de nós segue caminhos que contrariam a sua própria felicidade, só porque “é assim” ou “tem que ser”. Com capacidades que ultrapassam qualquer animal, Ismael consegue comunicar com os homens. Não fala, mas percebe a sua língua ao ponto de a escrever. E trava conhecimento com Chopin, o grande compositor que antes de morrer lhe deixa uma composição nova, até agora mantida algures numa toca de coelho. Quando, num dia qualquer ouvir a notícia do encontro de uma nova partitura de Chopin, vou acreditar que Isamel existiu e que foi um descendente seu que arrumou a toca e deitou cá para fora um conjunto de papéis com sinaléticas que ao serem transferidas para o piano podem gerar a mais bela das melodias. Fico à espera.
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