quarta-feira, 30 de junho de 2010

Portugal, o Mundial e Cristiano

Comparado com o balde de água fria que foi a final do Euro 2004, a derrota de ontem frente a Espanha quase não foi nada. Ficámos tristes, ficamos sempre, falo por mim, mas bem lá no fundo, a descrença face à nossa equipa era mais que muita. Eu própria passei por vários estágios: não acreditava que passássemos da primeira parte, mas depois dos 7-0 (ainda que frente à equipa mais fraca do mundial) comecei a sonhar e passei a acreditar no grupo. Ontem alguma equipa tinha que ser eliminada e nem é isso que mais me chateia. Foi de facto a forma como nos despedimos do mundial que se torna vergonhosa, sobretudo pela atitude de Cristiano Ronaldo depois do jogo. Todos os jogadores têm os seus dias bons e seus dias maus e ele, lá porque tem o rótulo de “melhor no mundo” não tem que estar sempre bem e, por isso mesmo, não tem que estar sempre em campo. Nós percebemos isso, mas parece que ele não. Tenho que ser franca e dar-lhe valor por ter trocado tão cedo o colo da mãe por uma carreira que ele construiu a pulso. É um facto. Tem mérito. Veio do nada e hoje tem tudo. Mas se calhar teve tudo rápido demais. Tem uma falta de humildade que só pode ser fruto desse desapego infantil. É típico “a culpa morrer solteira”, faz parte da natureza humana “sacurdir a água do capote”, mas pelo menos poderiam ter a dignidade de sair unidos. Derrotados, mas francamente unidos. E a falta de elos é visivel nesta selecção... É uma pena.

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