Esta semana, a minha filha mais crescida trouxe para casa um trabalho muito, muito simples de fazer. Num papel pequenino, que podemos chamar de um quarto de página A4, se quisermos visualizar, ela tinha que escolher uma profissão relacionada com o mar e escrever a explicação do que é essa mesma profissão. Depois, as crianças não teriam que fazer mais nada, se assim entendessem, ou talvez um desenho, recortar alguma imagem de uma revista, imprimir fotografias da internet. Ficava ao critério dos pais. A minha filha escolheu a profissão de nadador-salvador, em contraponto aos mais habituais pescadores ou marinheiros. E eu decidi escrever um pequeno conto. Eu adoro escrever para os meus filhos, inventar, criar histórias à medida deles. Depois de "Um conto para duas princesas e um pirata" que apresentei aqui na altura do Natal (foi a peça que fizemos na noite de Natal!), deixo-vos agora, "Pedro, o nadador-salvador". Espero que gostem! Pelo menos os meninos da sala da minha filhota adoraram e ouviram-na duas vezes seguidas!!!
aqui está:
Pedro, o nadador-salvador
Pedro era um menino igual a tantos outros.
Adorava estar na praia, fazer castelos na areia e passar por baixo das ondas em refrescantes mergulhos.
Na toalha, enquanto comia fruta tinha sempre os olhos postos no mar e dizia a todos: “Quando for grande quero ser Nadador-Salvador!”
Todos lhe achavam muita graça, sobretudo o João que era o verdadeiro Nadador-Salvador da Praia de Ribeira d'Ilhas, para onde o Pedro ia todos os dias com a família.
“E porque que queres ser tu Nadador-Salvador, Pedro?” - perguntavam-lhe muitas vezes as pessoas.
“Para poder salvar vidas. Para poder ajudar. Para que ninguém se afogue no mar.”
Pedro sabia bem o que dizia. Estar na praia era muito divertido. Havia conchas, rochas, areia seca e areia molhada. Sabia bem comer à tarde Bolas de Berlim, quando havia. Quando o sol já estava menos quente, saia debaixo do chapéu de sol e jogava à bola. Ou então ia buscar as raquetes e brincava com o pai. A mãe ajudava-o a fazer enormes castelos.
Mas, todos eles sabia que o mar merece muito respeito. Não se deve brincar com o mar. Temos sempre que olhar para a cor da bandeira.
Com a bandeira verde podemos nadar, com a amarela só podemos molhar-nos e sem sair da beirinha da água. E com a vermelha, nem os pés devemos molhar, porque pode sempre aparecer uma onda maior do que a que estamos à espera.
Certo dia, Pedro viu um menino a brincar perto da água. A bandeira estava vermelha e por isso, Pedro estava sempre em alerta. Viu o menino pegar no regador, levantar-se e ir direito ao mar. Pedro saiu da sua toalha onde estavam espalhados baldes, pás e ancinhos. Saiu a correr e gritou pelo Nadador-Salvador. O menino tinha caído com uma onda e João foi a correr buscá-lo ao mar, depois de ouvir o Pedro a chamar.
O menino estava assustado e os pais muito agradeceram ao Pedro a sua ajuda.
Quando regressou à sua torre de vigia, o Nadador-Salvador pegou numa bóia que tinha a mais e ofereceu-a ao Pedro.
“Sabes, Pedro, afinal tu já és um verdadeiro nadador-salvador. Fica com esta bóia para te lembrares sempre do dia de hoje, em que não deixaste acontecer nenhum acidente no mar!”
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