sábado, 28 de abril de 2012

A Travessa, na Travessa do Rio


Os últimos dias têm sido demasiado preenchidos, no trabalho e em casa, ao ponto de eu deixar para trás coisas que merecem a pena ser partilhadas. Como esta que vos trago agora. Este ano, a minha mãe escolheu fazer o jantar de aniversário na “Travessa”, um espaço muito próprio, genuíno, caseiro e acolhedor, em Benfica. Fica situado precisamente na Travessa do Rio, uma travessa pequenina entre a Estrada de Benfica e a Avenida Gomes Pereira. Não é um restaurante de luxo, mas um sítio em que facilmente vamos querer voltar, sobretudo quando a intenção é ter uma refeição de boa qualidade, como as que as nossas avós e mães sempre conseguiram habituar-nos. O serviço é muito simpático, a garrafeira bem apetrechada e as escolhas de menu difíceis de fazer. Uma das especialidades é filetes de bacalhau fresco com arroz de gambas. Foi o que escolhi e gostei bastante. Mas antes disso, passou-me pelo estreito muitas e muitas entradas que agora já nem sei precisar. Lembro-me dos tradicionais e sempre apetecíveis rissóis e croquetes, morcela assada, salada de polvo, queijo fresco, torresmos soltos (e quentes), paios e chouriços, paté de sapateira e outros que tais. Uma delicia. Um atentado à dieta. Curioso é o facto do restaurante se chamar “A Travessa”, por alusão à morada que tem, mas não permitir que nenhuma travessa venha para a mesa. Ficam sempre em mesas ao lado, onde o empregado faz questão de empreitar sob o olhar de cada um. Como era jantar de aniversário e íamos ter bolo logo de seguida recusei-me a aceitar a carta das sobremesas, mas nas constantes idas ao WC com as minhas crias fui sempre espreitando a vitrina, para encontrar verdadeiros pecados, como encharcada de ovos, por exemplo. Os meus pais já lá tinham estado mais do que uma vez e há muito que me andavam a dizer que devia experimentar, porque era de certo um restaurante que ia gostar. É bom saber que os pais nos conhecem assim tão bem, às escuras, de olhos fechados, de trás para a frente. Ainda bem. Não tinha como não gostar.

Encerra às segundas-feiras. E se quiserem tomar nota, para o caso de morarem para aqueles lados, fica o contacto: 21 716 05 43.

(escusam de falar de mim ou deste blogue, que os senhores não me conhecem de parte alguma…)

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