sexta-feira, 3 de maio de 2013

Conhecer o mundo através da World Press Photo



A grande vencedora deste ano é esta fotografia de Paul Hansen tirada em Gaza, em Novembro do ano passado
 
É para mim uma das exposições obrigatórias ao longo do ano e desde que chegou a Portugal que faço questão de não falhar nenhuma edição. A World Press Photo 13 é inaugurada hoje, no Museu da Electricidade e volta a cravar-nos a memória de grandes, gigantes, imagens da nossa, por vezes muito infeliz, contemporaneidade. O ambiente de guerra, as mortes, as explosões, o sangue, as lágrimas são o grande fio condutor desta edição. A faixa de Gaza, a Síria, o médio oriente, África e Ásia estão particularmente retratados, para que ninguém se esqueça que ali, naquele que pode ser o nosso “outro lado do mundo” há gente que não vive, apenas sofre. Há pais que choram a morte de filhos que nunca puderam ser crianças e que foram mortos em nome de uma religião, de um Deus, de uma Terra, de uma crença qualquer, de um fanatismo estúpido. A World Press Photo relembra-nos as notícias que todos os dias passam na TV, que são lidas nos jornais, nas revistas. As notícias que chocam, mas que nos ultrapassam pela distância territorial e de mentalidades. Tudo o que está ali é real, aconteceu, tal e qual. Não há efeitos secundários, não há montagens ou manipulações.

A contagiante fotografia do português Daniel Rodrigues
Na World Press Photo deste ano, que eu já tive oportunidade de visitar, temos o privilégio de encontrar um vencedor português. Daniel Rodrigues chegou à Guiné Bissau, em missão humanitária, há um ano, e não resistiu a juntar-se a um grupos de miúdos que jogavam à bola. Jogou com eles e fotografou-os numa imagem de alegria que contrabalança o ambiente pesado que à partida a exposição cria. Um ambiente pesado que choca, que nos alerta, porque é necessário recordar, é importante ninguém esquecer, é fundamental saber as histórias que fazem a nossa História.
Com mais categorias que nos outros anos, a World Press Photo junta realidade a arte e conta-nos por imagens grandes, gigantes, como é o nosso mundo, para o bem e para o mal.
A reter: Museu da Electricidade, de 3 a 26 de Maio, de terça a quinta-feira, das 10 às 18 horas, e se sexta-feira a domingo, das 10h às 24 horas. Entrada gratuita.

Não há razão nenhuma para não ver.

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