A grande vencedora deste ano é esta fotografia de Paul Hansen tirada em Gaza, em Novembro do ano passado |
É para mim uma das exposições obrigatórias ao longo do
ano e desde que chegou a Portugal que faço questão de não falhar nenhuma
edição. A World Press Photo 13 é inaugurada hoje, no Museu da Electricidade e
volta a cravar-nos a memória de grandes, gigantes, imagens da nossa, por vezes
muito infeliz, contemporaneidade. O ambiente de guerra, as mortes, as
explosões, o sangue, as lágrimas são o grande fio condutor desta edição. A
faixa de Gaza, a Síria, o médio oriente, África e Ásia estão particularmente
retratados, para que ninguém se esqueça que ali, naquele que pode ser o nosso
“outro lado do mundo” há gente que não vive, apenas sofre. Há pais que choram a
morte de filhos que nunca puderam ser crianças e que foram mortos em nome de
uma religião, de um Deus, de uma Terra, de uma crença qualquer, de um fanatismo
estúpido. A World Press Photo relembra-nos as notícias que todos os dias passam
na TV, que são lidas nos jornais, nas revistas. As notícias que chocam, mas que
nos ultrapassam pela distância territorial e de mentalidades. Tudo o que está
ali é real, aconteceu, tal e qual. Não há efeitos secundários, não há montagens
ou manipulações.
A contagiante fotografia do português Daniel Rodrigues |
Na World Press Photo deste ano, que eu já tive
oportunidade de visitar, temos o privilégio de encontrar um vencedor português.
Daniel Rodrigues chegou à Guiné Bissau, em missão humanitária, há um ano, e não
resistiu a juntar-se a um grupos de miúdos que jogavam à bola. Jogou com eles e
fotografou-os numa imagem de alegria que contrabalança o ambiente pesado que à
partida a exposição cria. Um ambiente pesado que choca, que nos alerta, porque
é necessário recordar, é importante ninguém esquecer, é fundamental saber as
histórias que fazem a nossa História.
Com mais categorias que nos outros anos, a World Press
Photo junta realidade a arte e conta-nos por imagens grandes, gigantes, como é
o nosso mundo, para o bem e para o mal.
A reter: Museu da Electricidade, de 3 a 26 de Maio, de
terça a quinta-feira, das 10 às 18 horas, e se sexta-feira a domingo, das 10h às
24 horas. Entrada gratuita.
Não há razão nenhuma para não ver.
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