Eu gosto muito de ler e gosto muito de livros, enquanto
objecto em si mesmo. Gosto de mexer nos livros, folhear, abrir, tê-lo em
destaque num canto da sala. E transmito aos miúdos, consciente, mas também
inconscientemente, esta minha paixão por livros. Dos três, o filho do meio é
quem menos liga, apesar de todos os dias não descansar enquanto não leio a
história, mas é raro escolher um livro como brinquedo a levar quando sai de
casa. Já elas duas, não. Muitas são as vezes em que voltam atrás só para ir
buscar um livro, mesmo que o passeio seja só ir ali em baixo à esplanada! Estes
foram os últimos amigos que vieram morar cá para casa. Na semana passada, o
compositor Daniel Completo foi à escola dos dois mais crescidos e levou o seu
mais recente trabalho: “O Jantar dos animais”. É um livro de canções e traz com
ele um CD que os miúdos adoram ouvir. Impressionante como vieram a saber de cor
as canções só por as terem escutado na apresentação. Os textos são de Luísa
Ducla Soares, cantados por José Fanha. Não é um dos meus livros favoritos, mas
é um livro que os diverte a valer e isso vale ouro. Ontem, cumprindo uma
promessa que lhes tinha feito, fomos à Feira do Livro da escolinha deles. Na verdade,
foi uma dor de cabeça escolher que livros trazer. Eu tinha trazido muitos e
completamente diferentes, mas os senhores Gaspar e Passos Coelho não permitem
que se anda aí a gastar assim tanto dinheiro. E vai daí que reduzi o orçamento
e obriguei-os a fazer boas escolhas de modo a conseguir trazer um livro para
cada um dos três. O Francisco veio feliz da vida com “Todos no sofá”, outro
livro que, apesar de não ter grande história, é engraçado de ler e até os ajuda
a contar de forma decrescente. A Carolina trouxe (depois de escolher primeiro
250 diferentes) um livro que já pode perfeitamente ler sozinha: “Fada
Moranguinho e a Surpresa”. O próprio livro cheia a morango, tem desenhos
bonitos, como convém para as meninas que sonham com fadas, e tem frases simples
e curtas. Ela queria trazer já um mais avançado, como a colecção do “Colégio
das quatro Torres”, mas eu acho que ela tem tempo de se deitar a ler um livro
com tanto texto corrido. Um passo de cada vez! E para a Matilde escolhemos “Violeta
a pequena bruxa”. É pequenino, foi super, super barato, tem imagens muito
apelativas e é de cartão grosso, algo essencial para a miúda que tem o dom
(ainda) de estragar muitos livros.
Agora, vamos ver ainda se conseguimos ir à Feira do Livro
de Lisboa. Levo-os todos os anos, assim como eu também ia com os meus pais e adorava.
Normalmente consigo fazer boas compras com os “livros do dia”. A ver se tenho
sorte este ano outra vez. É que, apesar de tudo, eu continuo a apostar na
educação, na cultura, nos bons hábitos. Resta saber até quando conseguirei.
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