segunda-feira, 12 de maio de 2008

A realidade crua de “O Segredo de um Cuscuz”



A crítica “sem dúvida um dos melhores filmes deste ano”, de José Paulo Alcobia, na Antena 3, fez-me não querer perder o visionamento de imprensa, deste filme falado em francês e da autoria de Abdellatif Kechiche. Não digo que foi o filme que mais gostei de ver este ano, mas não quero que pensem que não gostei. Acima de tudo, foi para mim, isso sim, um dos filmes mais crus e realistas que vi nos últimos tempos. Com distribuição da Atalanta Filmes, este é daqueles projectos que nos fazem crer que não são ficção. A dada altura dei por mim a acreditar que aquela família existe mesmo e até consigo encontrar semelhanças entre mãe e filha. O assunto é sério, mas carregado de esperança. Enquadra-se bem na nossa realidade social. Fala sobretudo do desemprego e de como um pai, com mais de 60 anos decide dar a volta e tentar criar uma empresa que consiga gerar emprego para todos os filhos e assim melhorar a vida de todos. Eles são muitos, o projecto é ambicioso, mas aquele homem é de fibra. Ele tem um sonho: abrir um restaurante. A família, sempre com muitos pontos de conflito e tensão, tem uma mãe que faz um cuscuz como mais ninguém. Será que isso é suficiente para dar a volta por cima? É sem dúvida uma lição de vida. Talvez por isso os múltiplos prémios que já recebeu, entre o Festival de Veneza e os “Cesares”, os Óscares do cinema francês. Em Portugal, o filme estreia na próxima quinta-feira, dia 15.

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