terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um bom exemplo de como uma boa capa nos pode enganar (e um livro nos pode surpreender)

Pois, dizia eu, há umas horas atrás, que este "Até que o amor nos separe" deveria ser uma bela história romântica. Enganei-me. A verdade, é que a grande maioria dos livros que recebo, enquanto jornalista da área da cultura, chegam acompanhados por um press. Leio sempre as notas do livro, o autor, o assunto, o percurso literário. Este livro chegou sózinho e eu não conhecia o trabalho de José Gameiro, apesar de, sei agora, ter uma crónica no Expresso. Não é um romancista, mas um psiquiatra, terapeuta familiar e de casal. Ora, isso não implica que o livro não tenha dentro uma boa história de amor, por acaso até tem. Mas não é romanceada. Surge em jeito de diário. De um Manel e de uma Maria, que no fundo são qualquer um de nós, gente casada cuja vida nem sempre é um mar de rosas. Intercalado com os desabafos de cada um dos intervenientes, José Gameiro vai fazendo análises, vai dizendo o que acha sobre os problemas, dúvidas e ansiedades daquele homem e daquela mulher. E não é que estou mesmo a gostar de ler? Não se trata de fazer relatórios sobre a vida conjugal: o que devemos ou não fazer para ter um casamento feliz. O livro mostra essencialmente que os problemas que nós temos são muito comuns e com resoluções muito mais simples do que aparentam. Eu cá já me encontrei em muitas situações aqui refenciadas...
Fica feita a rectificação: românticos deste país não esperem um romance de lágrima no canto do olho, mas sim um livro que fala das inúmeras teias do amor.

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