O meu pai tem um almoço de rapazes no sábado. Foi assim que a minha mãe me disse quando traçávamos
planos e desejos para os dias que lá vêm. Aqueles rapazes que a minha mãe
falava estão todos na casa dos 60 – 70 anos e eu acho uma delícia que eles se
continuem a sentir assim: rapazes. Simplesmente rapazes. Quando era, mais miúda
(sim, porque também continuo uma miúda!) a minha mãe falava-me muitas vezes das
suas amigas raparigas. Eu franzia o sobrolho, encolhia os ombros, abri a boca,
mas nunca fui capaz de que dizer que aquelas não eram raparigas nenhumas. Eram mulheres,
eram senhoras. Tudo bem, não eram velhas, mas eram… eram mães! E as mães não
são raparigas nenhumas. Mas se antes ficava incrédula com aquela maneira de
falar, agora acho uma verdadeira delícia. Mesmo. Até porque eu já dei por mim a
falar com o meu marido sobre aquela rapariga ali, mãe daquele miúdo da escola
dos nossos, e ver pelo canto do olho a Carolina a rir e a dizer que a mãe do
amigo não é rapariga nenhuma!
Nenhum comentário:
Postar um comentário