terça-feira, 7 de agosto de 2018

As férias servem para redefinir prioridades


A azáfama dos dias normais, do Outono ao final da Primavera tem o condão de nos afastar daquilo que realmente somos e queremos para nós. Vivemos no mundo das obrigações, do que tem que ser feito. Do certo e do errado. Do, supostamente, importante.
O Verão não é a estação preferida de quase todos só porque traz com ele salpicos de água salgada, areia nos pés, corpos dourados e patuscadas com amigos pelas noites fora. O verão tem o dom de nos voltar a colocar no lugar. De nos trazer à nossa essência. De nos sacudir.
As férias servem para abrandar e para ser feliz. Trocar a respiração acelerada por suspiros profundos, sem ter medo de estar com isso a gastar tempo. Não temos que ser iguais aos outros e fazer o que os outros acham que é o mais divertido. Devemos saber parar e ver se o que fazemos todos os dias é de facto o que queremos para nós. E só no verão temos tempo para pensar nisso. Na praia, enquanto os miúdos corriam de um lado para o outro para apanhar ondas, caranguejos, areia, bolas, baldes e pás, dei por mim seriamente a pensar nisto: o que é que realmente me faz feliz?  
Ao contrário de quem vive no mundo digital que aproveita o Verão para se “desconectar”, eu aproveitei mais para colocar a leitura em dia dos blogues que gosto tanto, descobrir novas contas de Instagram que são uma verdadeira inspiração e para perceber de facto como me faz falta ter mais tempo para este meu blogue. Não porque o queira tornar famoso, não quero (nem tenho tempo para isso!)  mas porque escrever me faz bem à cabeça. É um hobbie (desculpem, mas odeio a palavra passatempo) e não ter tempo para os nossos hobbies é muito, muito mal sinal.

Há uns meses, participei numa formação profissional em que pediam a cada um que se apresentasse dizendo o nome, a profissão e os hobbies que tinha. Naquela altura estremeci. Hobbies? Hobbies? Mas eu já não tenho Hobbies…
Uma mãe de três crianças que passa muitas horas fora de casa a trabalhar e que este ano ainda está a tirar um curso avançado de executivos na Universidade Católica (talvez a melhor decisão da minha vida a nível profissional!) facilmente se esquece de reservar um tempo para Hobbies. Mas a verdade é que essa falta de tempo para nós vai nos transformando por dentro. Vai nos pintando de cinzento. Não ficamos melhores mães porque não dedicamos tempo a nós. Não ficamos melhores profissionais porque não dedicamos tempo a nós. Não ficamos. Pelo contrário.
Ter tempo é necessário e redefinir prioridades é urgente. Há sempre forma de fazer. Basta ligar o alarme para isso e não perder o norte.
O Blogue recomeça hoje.
Que venham daí novas aventuras!

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