quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Bendita “Desobediência” de Aristides Sousa Mendes


Estreia amanhã, na Sala Principal do Teatro da Trindade, “A Desobediência”, uma peça que nos dá a conhecer uma figura real e heróica do Estado Novo, que ninguém pode ou deve ignorar. Fui ontem ao ensaio de imprensa e saí de lá completamente rendida. Não devem perder. Não só pela história que é realmente notável, sobretudo porque é verdadeira, faz parte da nossa História, mas também por todo o trabalho tão coeso dos actores e do encenador: Rui Mendes. A partir do texto de Luiz Francisco Rebello, Rui Mendes permite-nos recuar no tempo e conhecer Aristides Sousa Mendes, o cônsul de Portugal em Bordéus, que salvou a vida a mais de 30 mil judeus, ao ceder-lhes vistos para poderem sair de França, quando as tropas de Hitler chegaram. Um feito notável, de grande humanidade e coragem também, porque desobedecer a Salazar, nos anos 40, não era para todos. Sousa Mendes pôs em causa a sua própria vida, como da sua grande família (mulher e 12 filhos), mas não podia fazer outra coisa, como homem cristão e de valores como era. Esta história faz-me ter orgulho em ser portuguesa, compatriota de alguém que conseguiu sobrepor as leis da humanidade às leis políticas. É a grande vantagem da cultura e da arte, porque muitas coisas acabam por não surtir o efeito desejado em nós quando estudamos história na escola, escritores, actores e encenadores, fazem o óptimo papel de nos ensinar quem somos. Uma palavra especial para Rogério Vieira, um actor não muito conhecido do grande público, mas que no teatro mostra ser, como agora está na moda dizer, “um animal de palco”: está magnífico no papel de Aristides Sousa Mendes. A peça está em cena até dia 25 de Novembro, de quarta a sábado, às 21h30, e domingos, às 16 horas. Bilhetes de 10 e 15 euros. Não deixem de passar pela Trindade.
(Fotografia cedida pela produção para imprensa)

Nenhum comentário: