É dura a peça que chega esta semana à sala principal de um dos mais bonitos e emblemáticos teatro de Lisboa: São Luiz. Com encenação repartida entre Cucha Carvalheiro e Fernanda Lapa, que também interpreta ao lado de Ana Bustorff, Virgílio CDastelo e Marta Lapa, “Sonata de Outono”, de Ingmar Bergman, é uma peça marcante, que merece aqui este destaque. Não é para rir, muito longe disso. É um texto soberbo, que fala da relação ao mesmo tempo umbilical, mas muito distante entre uma mãe e uma filha. As duas sofrem. A vida, em todas as suas vertentes separou-as, sobretudo emocionalmente. A filha sempre quis ser como a mãe. A mãe sempre se mostrou muito ocupada para a filha. Barreiras invisíveis que transformam para sempre a vida. Pelo meio há ainda uma grande questão, uma outra filha completamente incapacitada, há muito acamada. A irmã gosta de tratar dela, gosta de ter alguém para se preocupar. A mãe tenta ignorar esse facto extremamente doloroso. É o teatro puro, duro, cru. Um grande (enorme) aplauso para o elenco, muito coeso. Ana Bustorff está magnífica, no papel de filha. E Fernanda Lapa, como sempre implacável. A peça vai estar em cena de 2 a 25 de Novembro, de quarta-feira a sábado, às 21 horas, e domingo, às 17h30.
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