Andar a correr que nem uma louca para poder participar nas actividades preparadas em cada uma das três salas de cada um dos meus três filhos. É deitar-me super tarde para preparar uma actividade que incluísse todos os meninos da sala da filha mais crescida. É ter ideias e ser surpreendida com as ideias deles. É ser recebida de braços esticados e sorrisos enormes de verdadeiro orgulho em ter ali a mãe, na escola deles, no ambiente deles, com as coisas que habitualmente são apenas deles e que tanto eles gostam de partilhar. Hoje foi assim a minha manhã, a acordar ainda mais cedo que é habitual, a carregar muito mais peso também que o habitual. E olho para tudo o que fiz esta manhã e sinto uma paz difícil de explicar, de dever cumprido. Dá pena haver mães e pais que não consigam participar nestas actividades com os filhos que a meu ver só traz benefícios. Nos dias que correm, espantou-me até na sala do F só ter faltado uma mãe. Fiquei contente com isso. De ver todas empenhadas em não decepcionar. De haver por parte das entidades patronais essa permeabilização em permitir que uma funcionária chegue uma hora mais tarde, que o habitual. Julgo que tudo passa por aí, pelo reconhecimento, pela permissão. Não somos máquinas, somos pessoas. E se não colocarmos em cheque o trabalho, se pudermos recompensar depois, se já recompensámos tantas e tantas vezes antes, porque não pedir uma hora para os nossos? Eu sei que às vezes nem sempre dá. Mesmo. O meu marido não ir, por exemplo, no dia do Pai. Mas às vezes, não queremos estar a pedir, faltar, justificar. Não queremos dar-nos a esse trabalho. E é tão recompensador.
A educação das crianças é em primeira instância da família e só depois da escola. Os exemplos funcionam melhor que qualquer teoria. E estar na escola com eles faz bem a todos: aos pais e filhos. Eu hoje consegui estar com os meus três filhos e fazer com cada um deles uma actividade adequada à idade que cada um tem. Estou a trabalhar e ainda tenho restos de tinta das mãos, das pinturas giras que fizemos. Trago as canções na cabeça e ao pescoço um presente pendurado. E ser mãe é também isto: pensar que somos pessoas melhores por nos dedicarmos em pleno a alguém. Não fazer só o que é suposto, mas fazer mais, fazer melhor. Para fazer dos filhos pessoas melhores também.
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