Sabiam que se lancharmos um bolo, sentimos fome mais cedo que se comermos pão com manteiga, por exemplo? Se calhar já sabiam, mas eu não. Aprendi ontem, na consulta de rotina da pediatra dos meus filhos. Aprendi sim, que às tantas a consulta já parecia uma aula de nutrição. Uma criança em média deve aumentar seis cêntimetros na altura, por ano, e dois quilos no peso. A Carolina cresceu exactamente os seis cêntimetros, mas aumentou mais que o suposto no peso e fomos ao cerne da questão: a alimentação. Todos os meus filhos têm uma alimentação saudável. Comem de tudo: sopa a todas as refeições e pratos sempre variados, entre cozidos, grelhados, estufados, assados, e quase nunca fritos, já que eu nunca faço em casa. Não bebem sumo, excepção feita a dias de festa (aniversários e Natal), comem fruta e são gulosos por doces. Ora, a questão está precisamente no segundo lanche do dia e a culpa é minha porque, das duas uma: ou chegamos a casa e deixo-a lambuzar-se com bolachas, ou vou beber café quando chego e, claro, não lhe nego um bolo. E aí é que a porca torce o rabo. Eu por acaso já tinha percebido que mesmo comendo bolachas ou bolo, às 18h, mais coisa menos coisa, a miúda jantava sempre bem e agora já percebi como funciona a coisa. A questão está nos açucares de absorção rápida. O pão contém açucar de absorção lenta, logo quando comemos pão demoramos mais tempo a sentir fome outra vez. Se comermos doces, mais depressa temos necessidade de comer, porque o organismo faz um consumo mais rápido do que foi ingerido. Desde que fui mãe que me interesso mais pela alimentação. Gosto de comida e estava tramada se emigrasse para o outro lado do mundo: não como para sobreviver. Gosto e tenho prazer em comer. Gosto de estar à mesa e partilhar uma boa refeição. Mas cada vez mais como o que faz melhor. E aplico isso aos miúdos, mas não sou rigorosa ao ponto de lhes negar caprichos do paladar. Se eu própria gosto de gelados na esplanada, como dizer-lhes que não comem. A Carolina não está de dieta, não está gorda, mas é importante saber que precisamos refrear estes abusos ao final da tarde. Sobretudo porque, fiquei também ontem a saber, com seis anos deixou de estar numa fase de crescimento rápido como os bebés, pelo que a partir de aqui, os excessos que se comem já começam a ficar no lombo... e nas coxas, no rabo, nos braços, e por aí adiante. A obesidade infantil existe e é cada vez mais um problema. Acima de tudo, temos que incutir, enquanto pais, bons hábitos e lutar contra os excessos, parece-me um deles. Pela saúde, pela felicidade.
A propósito, este domingo acontece no Estoril a segunda edição da Corrida contra a Obesidade. É essencial correr contra este flagelo.
Um comentário:
E nós estivemos lá!! Beijoca
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