Ao contrário da grande parte das crianças, quando era miúda adorava ir ao dentista. Adorava e ainda hoje não tenho receio algum. Talvez precisamente pelas boas memórias de infância! Ir ao dentista era na verdade um dia de festa para mim. Primeiro porque implicava ir uma parte do dia para o trabalho da minha mãe, Qual a criança que não adora? Depois porque o consultório ficava no centro de Lisboa e eu adorava ficar colada na janela da sala de espera a ver as faíscas dos eléctricos que passavam. E depois, e o maior motivo de todos, porque no fim da consulta, o dentista receitava sempre um gelado, pelo efeito de frio para cicatrizar qualquer tratamento! Era certinho, saíamos dali os quatro e só parávamos na geladaria mais próxima. Eu pedia sempre uma bola de amêndoa, o meu irmão de pistacho!
Hoje sou eu a mãe e também para os meus filhos ir ao dentista é um dia de festa. Não vão para o meu trabalho, mas vão para Lisboa e divertem-se a ver os aviões já preparados para aterrar e por isso muito maiores do que costumam parecer! Mas acima de tudo, é um dia de festa porque, mesmo ao lado da clinica onde vamos existe uma Bulhosa e é vê-los despachar-se do dentista para correr para a livraria. Adoramos andar por ali, sem pressas. Pegam em montes de livros, discutem títulos, mostram os livros que já leram na escola.
Hoje, por ser o dia da matemática (a Rádio Comercial lembra-nos que todos os dias são dias de alguma coisa!), decidimos trazer para casa "O rapaz que tinha zero a matemática", de Luísa Ducla Soares e que faz parte do Plano Nacional de Leitura. Só o folheámos, não tivemos tempo de o ler por inteiro, mas aposto que vamos todos gostar desta história que mostra como a matemática está em muito mais do que num caderno aos quadradinhos!
Cá por casa ainda não é vista como um bicho de sete cabeças e eu faço de tudo para mostrar à miúda mais crescida como a matemática pode ser divertida. Ao mesmo tempo que adora fazer contas (quando está para ali virada) e diz praticamente a tabuada completa sem erro algum, também bloqueia com problemas por não os saber interpretar. E quando os problemas metem horas e minutos é vê-la completamente desorientada. Mas não me posso queixar... pelo menos por enquanto.
Todas as estratégias são boas para passar uma boa mensagem e se este livro puder despertar nos três mais interesse pela disciplina mal amada, tanto melhor!
E quanto à consulta do dentista, dizer apenas que o meu Francisco é um miúdo e tanto!!!
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