domingo, 12 de fevereiro de 2012

Eu, ela e “O Principezinho”



Ontem levei a cria mais crescida a ver “O Principezinho” da
Byfurcação, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. Queria levar o filho do meio, mas achei que o texto não se iria adequar aos dois anos de idade dele e, muito honestamente, até tenho dúvidas que tenha tido grande impacto nela que tem cinco. Ela adorou a peça, disso não tenho a menor dúvida. Ela saltou, bateu palmas, riu, descalçou-se ficou parte da peça de joelhos fixa naqueles planetas todos vindos do céu. Planetas que não são mais do que ilhas da nossa humanidade. Cada um representante de uma vida, de uma forma de estar e encarar a vida. A cenografia, assinada por Manuel Pedro Ferreira Chaves e Paula Espanha, é absolutamente irrepreensível. Fenomenal, digo mesmo. Simples e fenomenal ao mesmo tempo. Muito fica a dever aos jogos de luz, mas é isso que faz uma equipa de trabalho, certo? O texto é o que se sabe, tão profundo que acabo por ter medo que, ainda infantil, seja um livro para crescidos. Eu tenho uma versão francesa, que fui obrigada a ler para a escola, quando tinha os meus 14 anos, mais coisa menos coisa, agora quero comprar uma adaptação para lhes ler uma noite destas. Para que eles aprendam o valor de ver o mundo como uma criança. A importância de ficarmos admirados com um pôr do sol, de sabermos e termos tempo para cheirar uma flor. Para perceberem que os adultos, por vezes, dão importância ao que menos interessa. O que importa o preço de uma casa, se não conseguimos ver de que cor estão pintadas as paredes? Tive pena que não conseguir ir ver a peça quando esteve em cena, meses a fio, na Quinta da Regaleira, mas não perdi esta passagem dentro de portas no Olga Cadaval. E foi bem bom!

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