Sento-me ao computador e escrevo no Google “Mãe a tempo
inteiro”. Tento procurar testemunhos que me inspirem nesta árdua tarefa de ter
três filhos e mal conseguir ter tempo para mais alguma coisa. Na semana passada
fiquei com a minha filha mais pequena em casa com uma enorme conjuntivite que
lhe deu febres altíssimas. Já tinha a filha crescida em casa e por isso foi uma
semana de loucos: eu mais duas crianças em casa, numa tentativa infrutífera de
as manter felizes, independentemente das brigas intercaladas com beijos e
abraços, e de conseguir fazer alguma coisa a nível profissional. Adoro ser mãe.
Adoro, desde o primeiro momento em que vi a minha filha mais crescida, mas
tenho a certeza que não tenho perfil para ser só mãe, ou mãe a tempo inteiro. Sempre
gostei de trabalhar e comecei a trabalhar mesmo antes de acabar a faculdade. Esta
coisa de ficar em casa a tratar só deles e da casa desmotiva-me e sinto que sou
melhor mãe quando estou mais feliz profissionalmente. Procuro na internet
testemunhos de mulheres que deixaram a vida profissional para se dedicarem aos
miúdos para me inspirar. Depois de um fim-de-semana de febre, hoje começo a
semana não empenhada em recuperar o tempo perdido da semana passada, mas com o
filho do meio a revelar também ele uma conjuntivite. Foi o contrário da irmã:
ela começou com o olho inflamado e evoluiu para a febre; ele começou com febre,
uma febre esquisita que hora aguentava 12 horas sem voltar ora se repetia a 4
horas, para hoje ficar com o olho vermelho. Hoje começo uma semana como a
semana passada: a três. Eu e os dois mais crescidos. E tenho o coração partido
porque fui pôr a mais pequena à escola. Enquanto ele na semana passada saía
feliz da vida por ir para a escola, a mais pequena, hoje, chorou como nunca por
ter que ficar na escola, quando os irmãos ficavam em casa. Tenho o coração
ferido de a ter obrigado a ir à escola, onde com toda a certeza se diverte
muito mais entre os amigos e no parque cheio de brinquedos, que comigo enfiada
em casa com mais um filho doente. Mas ela pediu-me para ficar. Ela queria ficar
e eu deixei-a lá. E eu estou em casa com dois, podia ficar com três... Por isso
procuro na internet quem me inspire. Quem me mostre que ser mãe a tempo inteiro
não é só levantar-me a cada cinco segundos para dar uma banana, para ir à casa
de banho, para mudar a fralda, pôr roupa a lavar e estender, fazer almoço,
lanche e outro lanche e arrumar a cozinha. Estou em crer que a partir de amanhã
tenho três crias em casa em modo férias (ainda forçadas) até meio de Setembro. E
preciso de encontrar inspiração para ser melhor mãe, para não demonstrar
qualquer frustração por não conseguir fazer mais. Se eles são o mais precioso
que tenho, e são, são mesmo, só tenho que aprender a viver deste modo: mãe a
tempo inteiro.
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